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Meningite: Saiba mais

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Meningite – as infecções do sistema nervoso central (SNC) podem ser divididas em duas grandes categorias:

  • As  que envolvem principalmente as meninges (meningite)
  • As que envolvem principalmente o cérebro (encefalite)

O que é meningite?

Meningite é a inflamação das meninges

O que são as meninges

As meninges são compostas por 3 membranas que revestem o cérebro (que fica dentro do crânio) e a medula espinhal ( fica dentro da coluna).

  • Pia-máter
  • Aracnoide
  • Dura-máter

Meningite: Saiba mais

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Meningite: Saiba mais

  • Encefalite
    • É a inflamação do parênquima cerebral associada com disfunção neurológica.
    • Os sintomas da Encefalite podem ser os mesmos da meningite mas associado a estado mental alterado:
      • Alteração do nível de consciência como
        • Letargia (sonolência, prostração)
        • Agitação
        • Confusão mental
        • Mudança de personalidade
  • Meningite
    • É a inflamação das meninges
  • Paquimeningite
    • É a inflamação da dura-máter gerando espessamento da dura-máter intracraniana visivel em exame radiológico
  •  Meningoencefalite
    • O paciente pode ter inflamação de uma das duas ou de ambas, Meningoencefalite

Causas

  • Bactérias
  • Vírus
  • Parasitas
  • Fungos
  • Causas não infecciosas

Meningite bacteriana

Estima-se cerca de 1 milhão de casos de meningite bacteriana no mundo com cerca de 200 mil morte. com diagnóstico rápido e tratamento adequado a taxa de letalidade é de 10%

Meningite Bacteriana: O que Você Deve Saber

Causas de meningite bacteriana

  • Neisseria meningitidis
  • Streptococo pneumoniae
    • Fístula,
    • Fratura de crânio
  • Listeria monocytogenes
    • Infecção iniciada no Trato gastro intestinal
    • Mais comum em:
      • Extremos de idade (idosos, recem nascidos)
      • Imunodeprimidos)
  • Stafilococo coagulase negativo (originado de corpo estranho)
    • Cirurgias neurológicas
  • Bacilos gram negativos
    • Extremos de idade (idosos, recem nascidos)
    • Doenças crônicas graves,
    • Neurocirurgia,
    • Estrongioloidiase disseminada
  • Haemophilus influenzae
    • As infecções geralmente começam em nariz ou garganta
    • Mais comum em:
      • crianças menores de 5 anos
      • pessoas com baixa imunidade
  • Sífilis terciária
  • Borreliose (doença de lyme)
    • picada do carrapato

Meningite viral

Maior parte das meningites virais não cursam com maior gravidade e não possui medicamento específico, apenas suporte clínico

Síndrome de Mollaret

Doença incomum caracterizada por mais de três episódios de febre e meningismo com duração de dois a cinco dias, seguido de resolução espontânea [10].

Há uma grande variação de paciente para paciente no curso de tempo até a recorrência, que pode variar de semanas a anos.

Metade dos pacientes também pode apresentar manifestações neurológicas transitórias, incluindo convulsões, alucinações, diplopia, paralisia de nervos cranianos ou alteração da consciência.

Principal causa é o herpes simples tipo 2 – que não necessariamente apresenta lesões

Uma pessoa portadora de Herpes Simples pode ter uma crise herpética após ou durante o quadro de meningite devido à queda de imunidade em sí, sem que isso tenha nenhuma relação com a meningite linfocítica benigna recorrente

Meningite fúngica

  • Tuberculose
  • Paracoccidioidomicose
  • Criptococose
  • Histoplasma
  • Candida

Meningites Parasitárias

Meningites não infecciosas

  • Meningite medicamentosa
  • Meningite carcinomatosa
  • Meningite química (substâncias, degradação das hemáceas – células vermelhas do sangue)
  • Encefalite mediada por anticorpos com alvos específicos para o Sistema Nervoso Central (VGKC, NMDA…),
  • Doenças autoimunes sistêmicas que podem se apresentar como encefalite viral, ADEM

Sintomas

Sintomas principais

  • Tríade
    • Febre,
    • Dor de cabeça,
    • Dor/rigidez de na nuca – inflamação meníngea

41% das pessoas apresentam esta tríade

A Tríade é mais frequente em pessoas > 60 anos

Mais de 95% dos paciente com meningite apresenta pelo menos 2 dos 4 sintomas: Tríade + alteração do estado mental

Outros sintomas podem incluir:

  • Náuseas, vômitos em jato
  • Artrite (inflamação das juntas – mais comum na meningite meningocócica)
  • Fotofobia (incômodo dos olhos pela luz)
  • Convulsões
  • Desmaios
  • Mudança brusca de comportamento
  • Ataxia (caminhada parecido ao de um bêbado)
  • Confusão mental 
  • Sonolência extrema
  • Irritabilidade
  • Delirium
  • Coma

Sintomas relacionados à etiologia

  • Pacientes com meningite viral:
    • Podem ter história de Contato prévio com crianças pequenas com doenças febris,
    • sintomas sistêmicos anteriores (por exemplo, mialgias, fadiga ou anorexia, rinite)
    • Exantemas
    • Sintomas de pericardite, miocardite ou conjuntivite 
    • Síndromes de pleurodinia
      • Febre e espasmos paroxísticos dos músculos torácicos e abdominais causando dores intensas de início súbito
    • Herpangina
    • Doença mão-pé-boca (Coxsackie vírus, enterovirus, echovirus)

Diagnóstico

  • Tomografia Computadorizada de Crânio
    • A tomografia desse ser feita antes do exame de líquor para descartar qualquer contra indicação a este exame
  • Exame de Liquor
    • É através desse exames que conseguimos confirmar a inflamação, a gravidade dessa inflamação e definir a sua causa
  • Exames de sangue
    • São necessários para diagnóstico diferencial e para vigilância de resposta terapêutica e complicações

Complicações da meningite

  • Choque séptico
  • Hipoxemia
  • Hiponatremia (diminuição do íon sódio no sangue)
  • Arritimias cardíacas
  • Infarto agudo o coração
  • Derrame, ou Acidente Vascular Encefálico – AVC
  • Exacerbação de comorbidades de base (descompensação de doenças prévias)

Sequelas

  • Perda auditiva
  • Perda visual (parcial ou total – ceguera)
  • Epilepsia
  • Problemas de concentração
  • Problemas de memória
  • Problemas de coordenação, movimento e equilíbrio
  • Problemas comportamentais
  • Problemas articulares como artrites
  • Problemas renais
  • Amputação de membros

Tratamento

O tratamento do paciente com suspeita de meningite deve SEMPRE ser realizado inicialmente dentro do hospital

Assim que houver suspeita diagnóstica, o tratamento antimicrobiano deve ser iniciado imediatamente

O tratamento antimicrobiano não pode ser postergado em virtude de nenhum exame

A terapia antimicrobiana empírica deve ser escolhida conforme a idade e condição do paciente

Após a identificação do agente causador, a terapia deve ser ajustada conforme condições do paciente

Esteróides devem ser utilizados em algumas situações.

Em alguns pacientes deve se considerar a administração de antibióticos intratecais (infusão diretamente dentro da medula)

Suporte clínico conforme situação do paciente

Meningite – Prevenção

Vacinas

Como parte do calendário vacinal de rotina, o imunizante contra a meningite meningocócica C deve ser aplicado em bebês de 3, 5 e 12 meses.

Já a vacina conjugada meningite ACWY atualmente é aplicado na faixa etária de 11 a 14 anos de idade.

Adultos com comorbidades como HIV também tem indicação de vacinação contra a meningite entre outras especiais

Os imunizantes são indicados para todos os adultos, independente de comorbidades apenas em situações especiais para controle de surtos em regiões específicas de acordo ao mapa de casos 

As exceções são profissionais de saúde, que podem ser vacinados mediante comprovante de vínculo empregatício em serviço de saúde do município de São Paulo, documento de Conselho de Classe, comprovante de profissão, certificado ou diploma. A vacinação desses profissionais está liberada até fevereiro de 2023.

Quimioprofilaxia de contactantes

Especificamente para algumas causas de meningite como as meningocócicas, os antibióticos estão indicados para pessoas que estiveram em contato com pessoas doentes.

A quimioprofilaxia é o uso de antibióticos em pessoas saudáveis para evitar que fiquem doentes. Está indicado apenas para os contatos dos casos suspeitos e deve ser realizada o mais cedo possível, até 24 hs após o último contato.

Quem tiver contato com pessoas com suspeita ou confirmação de doença meningocócica deve ser avaliada por um médico infectologista para verificar a indicação de quimioprofilaxia.

A quimioprofilaxia deve ser feita preferencialmente nas primeiras 24 horas após o contato. E depois de 2 semanas não tem nenhuma eficácia.

Quem consideramos contato:

    • Pessoas que moram na mesma casa (principalmente crianças pequenas);
    • Pessoas que dormem no mesmo dormitório se o doente morar em área fechada (albergue, alojamento, quartel, asilo, presídio, etc);
    • Crianças menores de 7 anos que estudem na mesma escola ou adultos que tiveram contato íntimo;
    • Exposição direta às secreções do paciente, como beijos na boca, compartilhar escovas de dente ou garrafas ou talheres sem lavar;
    • Profissionais de saúde, apenas se realizaram respiração boca a boca ou intubação oro traqueal ou aspiração de secreção de vias áreas sem o uso de máscara;
    • Contatos em aviões são todos os que se sentaram lado a lado, na frente, atrás, em um vôo de 8 horas ou mais.

Isolamento

O Isolamento de uma pessoa doente serve para proteger pessoas suscetíveis (funcionários do hospital, outros pacientes do hospital, familiares, etc) contra a exposição ao agente infeccioso.

Como a doença é transmitida por contato direto, pessoas suspeitas devem ficar em isolamento por gotículas durante todo o período de transmissão.

O período de transmissão ocorre a partir de 7 dias antes das manifestações da doença até 24 horas depois do início do tratamento adequado.

Como realizar o isolamento

  • A pessoa deve ser internada em um quarto privativo (um único paciente no quarto), preferencialmente. Se não for possível, o outro leito deve ficar a uma distância de no mínimo 1 metro;
  • A porta do quarto deve permanecer sempre fechada;
  • Todas as pessoas que entrarem no quarto (inclusive visitas), devem usar máscara cirúrgica (tapando nariz e boca) durante todo o tempo que permanecerem no quarto;
  • Ao sair do quarto, a máscara deve ser jogada no lixo (não pode guardar para usar depois);
  • O paciente não pode sair do quarto ( exemplo: caminhar pelo corredor do hospital), a não ser que seja preciso (exemplo: realizar algum exame);
  • Caso o paciente precise sair do quarto, deverá usar a máscara cirúrgica todo o tempo que estiver fora;
  • O paciente não precisa usar máscara cirúrgica quando estiver no quarto.

Medidas comportamentais

 

Fonte:

 


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Dra. Keilla Freitas
CRM-SP 161.392 RQE 55.156-Residência médica em Infectologia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) com complementação especializada em Controle de Infecção Hospitalar pela USP (Universidade de São Paulo); Pós-Graduação em Medicina Intensiva pela Universidade Gama Filho; Graduação em Medicina pela ELAM, com diploma revalidado por prova de processo público pela UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso); Experiência no controle e prevenção de infecção hospitalar com equipe multidisciplinar no ajustamento antimicrobiano, taxa de infecção do hospital e infectologia em geral, atendendo pacientes internados e com exposição ao risco de infecção hospitalar; Vivência em serviço de controle de infecção hospitalar, interconsulta de pacientes cardiológicos e imunossuprimidos pós-transplante cardíaco no InCor (Instituto do Coração) ; Gerenciamento do atendimento prestado aos pacientes internados em quartos e enfermarias, portadoras de doenças crônicas e agudas com necessidades de cuidados e controles específicos.


https://www.drakeillafreitas.com.br/quem-somos/

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