Mononucleose – conheça
Publicado: 25/05/2018
Atualizado: 08/12/2022
Publicado: 25/05/2018
Atualizado: 08/12/2022
Conteúdo
Esse vírus geralmente não causa maiores problemas em pessoas com imunidade normal.
Mas está relacionado a complicações graves e ao desenvolvimento de câncer no sangue em pessoas com imunidade muito baixa.
Vírus da família herpes, bastante prevalente em todo o mundo
Cerca de 95% dos adultos no mundo já tiveram contato com o vírus da mononucleose
Nos Estados Unidos, estima-se que 50% das crianças entrem em contato com este vírus antes dos 5 anos de idade.
Entre os pré-adolescentes, sem contato prévio, 12 % se infectam a cada ano
O vírus se aloja primeiramente nas células da mucosa da boca, nas glândulas produtoras de saliva.
Depois, ele atinge as células linfócitos tipo B que ficam nos linfonodos da faringe (garganta), a partir de onde se espalha para o sistema linfoide (linfonodos, fígado, baço)
O EBV também pode afetar as células no colo do útero da mulher.
Na fase aguda da infecção, ou em sua reativação, o vírus também pode ser encontrado circulando no sangue
Logo após o primeiro contato, o sistema imune se organiza para combater o vírus.
É essa resposta imune que causa os sintomas da infecção e é também o que torna possível o seu diagnóstico
Muitas pessoas conseguem eliminar o vírus sem ter sintomas de doença.
Mesmo quem não apresenta sintomas, pode transmitir o vírus durante fase de infecção ativa.
Ocorre através do contato com secreções corporais, especialmente da orofaringe
O vírus pode permanecer na saliva por meses ou anos após o primeiro contato
Mesmo pessoas que não ficaram doentes podem ser portadoras do vírus.
O tempo entre o primeiro contato com o vírus e o aparecimento de sintomas é de 1 a 2 meses.
Cerca de metade das pessoas que se infectam apresentam algum sintoma da infecção aguda pela mononucleose
Estes sinais ou sintomas, na maioria das vezes são bastante inespecíficos:
Temperatura variável, mas pode ser alta e constante.
Inflamação da garganta que se apresenta com placas brancas nas amígdalas, confundindo-se facilmente com amigdalite bacteriana.
Petéquias em orofaringe posterior (manchinhas no céu da boca na parte de trás) são comuns e ajudam a diferenciar de outras faringites virais, mas não das bacterianas.
Edema uvular não é frequente, mas caso esteja presente, é bastante típico da infecção pelo EBV.
Sabemos que existe uma séria de causa para linfadenopatia (veja aqui)
Mas no caso da Mononucleose, trata-se de uma causa reacional
Ou seja, a infecção não se encontra nelas. Elas aumentam devido ao estado inflamatório especialmente da garganta.
Mas dependendo do nível de inflamação causada pelo vírus, pode inclusive ocorrer aumento dos linfonodos em outras partes do corpo.
O cansaço é um sintoma muito inespecífico mas pode durar até 3 meses para se resolver totalmente.
Rash maculopapular (manchinhas vermelhas na pele, que se parecem a alergia, mas não coçam)
O uso de antibióticos tipo ampicilina ou amoxicilina favorecem o seu aparecimento
É bastante comum que o médico, vendo placas brancas na amígdala de alguém com dor de garganta e febre trate como amigdalite bacteriana com amoxicilina, antibiótico de primeira escolha nesse tipo de infecção.
O paciente então evolui com rash na pele, o que pode ser falsamente atribuído a uma alergia ao antibiótico.
Identificam anticorpos específicos. Conseguem identificar pessoas com infecção recente, passada ou reativada
Identificam material genético do vírus
Mais usadas em casos específicos como suspeita de transmissão da gestante ao feto ou pessoas com imunidade muito baixa.
Pode ser feito no sangue ou na saliva.
Após o primeiro contato, a pessoa não mais terá infecção aguda, mesmo se tiver outros contatos com o vírus.
Isso ocorre porquê após a primeira infecção, o sistema imune produz anticorpos que defendem o organismo diante de novos contatos.
Contudo, tal qual o seu primo herpes simples, este vírus pode ficar latente no organismo.
Em caso de queda grave de imunidade, este vírus pode se reativar e causar algumas complicações relatadas abaixo.
Felizmente, diferente do herpes simples, a queda da imunidade necessária para a reativação do EBV é muito grande.
A reativação da EBV é uma preocupação apenas em pacientes na fase AIDS ou pacientes transplantados
A hepatite geralmente se cura sozinha e não deixa sequelas.
Infecção prévia ou aguda pelo EBV pode levar a vários tipos de neoplasias hematológicas em pacientes transplantados
Pode ocorrer em qualquer paciente pós-transplantado de órgãos sólidos ou medula de outro doador.
Isso pode ocorrer em 2 situações:
Tratamento:
Fonte:
Dra. Keilla Freitas, thank you for this post. Its very inspiring.Doppler Transcraniano
Muito obrigada.
Olá doutora primeiro eu queria agradecer pelo site e pela ajuda
Doutora eu gostaria de saber quanto tempo as inguas do EBV permanecem no corpo e o que eu posso fazer para elas pararem de doer
isso varia de pessoa para pessoa. Você precisa se consultar com um médico infectologista de sua confiança para te avaliar pessoalmente e indicar melhor forma de tratamento para o seu caso.
Boa noite, Dra Keilla
Os sintomas da mononucleose (especificamente irritação da garganta) podem persistir por meses? No caso, o exame acusa IgM negativo e IgG positivo. Outros exames de infecções deram negativo.
Bom dia. Isso varia de pessoa para pessoa. Você precisa se consultar com um médico infectologista de sua confiança para te avaliar pessoalmente e indicar melhor forma de tratamento para o seu caso.
IgM é visto geralmente em contato mais recente e o IgG é visto já depois de um tempo do primeiro contato e geralmente permanece reagente por toda a vida.
Olá doutora, gostaria de saber depois de quanto tempo após desenvolver todos os sintomas e melhorar da doença posso transmiti-la para o meu parceiro. Tive a 2 semanas atrás e já estou melhor, apenas tenho fadiga.
Boa noite. A transmissão ocorre principalmente no período de incubação que dura de 30 a 45 dias. No entanto, o vírus pode permanecer na saliva por meses ou anos após o primeiro contato e, em circunstâncias especiais, ele ainda pode ser transmitido.
Converse com seu medico sobre a aderência ao tratamento, ele é a pessoa mais indicada para essa avaliação no momento.