
Associada principalmente às enchentes e roedores, a leptospirose é uma condição desencadeada pela urina de animais infectados, não somente ratos, apesar de ser em sua grande maioria.
Continue a leitura deste artigo e conheça mais sobre tudo o que você precisa saber sobre a leptospirose e sua transmissão.
A Leptospirose
Conhecida popularmente como doença do rato, a leptospirose é uma condição infecciosa causada pela bactéria espiroqueta em forma de espiral, Leptospira
A Leptospirose é a zoonose mais difundida em todo o mundo. Ela é mais prevalente em regiões tropicais, mas também ocorre em regiões temperadas.
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Estima-se que mais de um milhão de casos humanos ocorrem anualmente em todo o mundo, incluindo quase 60.000 mortes
Estima-se que em território nacional, o número anual de infecção por leptospirose seja em média de 3,7 mil episódios.
Quem pode Transmitir a Doença
A Leptospirose é uma zoonose, ou seja, doenças normalmente transmitidas entre animais vertebrados e o micro-organismo não precisa do ser humano para completar o seu ciclo de vida.
Os mamíferos atuam como o reservatório primário para a Leptospira. Mas o ambiente pode também servir de reservatório caso seja contaminado pela urina de mamíferos infectados.
Apesar de ser comumente associada aos ratos, a leptospirose pode ser transmitida para o ser humano por animais de diferentes espécies e de diferentes formas:
Reservatório animal
Mais de 160 espécies de animais diferentes podem transmitir a Leptospira, que vive nos túbulos renais de mamíferos infectados e é eliminado pela urina
- Roedores;
- Os ratinhos são com toda a certeza os mamíferos mais importantes para a manutenção da cadeia de transmissão nos ambientes. Os filhotes podem se contaminar intra-útero pela mãe portadora ou durante a infância vivendo em um ambiente contaminado pela urina da mãe infectada
- Bovinos;
- Caninos
- Equinos;
- Suínos;
- Caprinos;
- Ovelhas e cabras
- Gatos
- mais raramente
Os animais podem ser portadores assintomáticos por toda a vida ou podem desenvolver doença, que pode ser fatal.
A mortalidade em cães é estimada em aproximadamente 10%. O aborto espontâneo é um resultado comum da leptospirose em bovinos, suínos, ovinos e caprinos.
Reservatório ambiental
As bactérias podem sobreviver de dias a meses em solo ou água contaminada pela urina dos animais contaminados
Como se pega a doença
A transmissão em humanos ocorre de forma acidental, quando o ser humano tem contato com:
- solo ou água contaminados com urina (por exemplo, enchentes, lagoas, rios, riachos, esgoto)
- urina do animal infectado
- animal infectado
A bactéria entra no organismo humano por meio de:
- Portas de entrada
- Pequenas feridas
- Fissuras na pele,
- Escoriações,
- Mucosas,
- Conjuntivas
- Pele sã
- Discutível
- Ingestão de alimentos ou água contaminada
- Mordedura de animais contaminados
Transmissão entre humanos
- Relação sexual
- Aleitamento materno
Quem Pega a Doença
De modo geral, qualquer ser humano pode ser infectado pela leptospirose.
No entanto, existem situações de maior risco de exposição
Risco ocupacional
- Agricultores;
- Pecuarista
- Madeireiros
- Trabalhadores subterrâneos de esgoto ou minas;
- Veterinários;
- Militares;
- Trabalhador em matadouros.
Atividades recreativas
- Natação em água doce,
- Canoagem,
- Caiaque,
- Trilha de bicicleta,
- Trekking,
- Jardinagem
Exposição doméstica
- Animais de estimação,
- Gado domesticado,
- Sistemas de captação de água da chuva,
- infestação por roedores infectados
Condições de moradia
- Áreas urbanas superlotadas com saneamento precário,
- Áreas urbanas sujeitas a alagamento
Viagem a áreas endêmicas
- Especialmente em lugares e épocas de fortes chuvas com situações de inundações ou alagamentos
Outros
- Andar descalço em águas de enxurradas,
- Contato com roedores silvestres,
- Exposição acidental em laboratório
Além disso, pessoas que moram em locais sem saneamento básico também podem ter o risco aumentado para desenvolverem a condição.
Quais São os Sintomas de Leptospirose
Os sintomas causados pela Leptospirose são muito variados assim como a gravidade.
A maioria dos casos é leve e autolimitada ou assintomática. Enquanto alguns são graves e potencialmente fatais
Geralmente os sintomas demoram cerca de uma a três semanas após a exposição à condição para se manifestarem.
Formas de apresentação da Leptospirose
Forma Anictérica
=> Fase Inicial (aguda)
Geralmente começa de 5 a 14 dias após a exposição, mas pode variar de 2 a 30 dias.
Dura de 2 a 9 dias
- Bacteremia febril aguda de início abrupto
- mialgia (dor nos músculos)
- cefaleia (dor de cabeça)
- Artralgia (dor nas articulações)
- Dor nos ossos
- Dor abdominal
- náusea
- vômitos
- diarreia
- Tosse seca
- Colecistite acalculosa
- Pancreatite
- Hemorragia pulmonar
- Falta de ar
- Hemoptise
- Eritema conjuntival
- Rigidez muscular
- Esplenomegalia (aumento do baço)
- Hepatomegalia (aumento do fígado)

=> Fase tardia
Para os pacientes que evoluem para esta fase, eles apresentam uma série de sintomas relacionados a respostas imunomediadas específicas, ou seja, complicações relacionadas ao próprio sistema imune estimulado pela bactéria.
Naqueles que evoluem para fase tardia, muitas vezes há um período de melhora entre o final da fase aguda e o início dessa fase. Em outros, as fases aguda e imune podem se sobrepor.
Em raros casos o paciente pode apresentar inicialmente sintomas relacionados a esta fase sem passar pelos sintomas de fase aguda. O que pode deixar a suspeita diagnóstica mais difícil.
O tempo de duração da fase tardia é cerca de uma semana e não mais que 30 dias, exceto pelas complicações oftalmológicas
- Sintomas gerais da fase tardia
- Retorno da Febre
- Dor de cabeça
- Mialgia (dor muscular)
- Náuseas
- Vômitos
- Dor abdominal
- Meningite asséptica
- Dor de cabeça
- Dor no pescoço
- Rigidez de nuca
- os sintomas da meningite asséptica costumam durar entre 1 ou 2 semanas, raramente 3.
- A bactéria pode ser encontrada no líquor nessa fase, mas não é comum.
- Uveíte (Camada do olho que constitui 3 estruturas: coróide, corpo ciliar e íris)
- Pode afetar um ou ambos olhos
- Dor aguda ou insidiosa
- vermelhidão ocular
Forma Ictérica
=> Sintomas gerais
- Febre
- Icterícia (pele e/ou olhos amarelados)
- Rabdomiólise (Lesão muscular intensa que acaba levando à lesão renal)
- Dor intensa nas panturrilhas (provavelmente secundária à rabdomiólise)
- Pneumonia
Complicações
- Insuficiência renal
- Hemorragia pulmonar
- Hemoptise (expectoração de sangue)
- Síndrome do desconforto respiratório agudo
- Falta de ar
- Respiração curta
- Tosse
- Miocardite (inflamação dos músculos do coração)
- Arritmias cardíacas
- Devido a problemas elétricos do coração.
- Insuficiência cardíaca
- Choque cardiogênico
- No qual o coração não consegue bombear o sangue para todo o corpo e a pressão arterial fica muito baixa.
- Vasculite com necrose de extremidades
- Coagulação Intravascular Disseminada – CID
- É uma síndrome que ocorre devido à ativação das vias de coagulação, que resulta na formação de trombos intravasculares e na depleção de plaquetas e dos fatores de coagulação levando à formação de coágulos de sangue nos vasos sanguíneos.
- Os coágulos podem interromper ou bloquear o fluxo sanguíneo para qualquer parte do corpo de forma brusca, inclusive de órgãos vitais e tecidos, o que pode levar a danos graves ou até mesmo a falência de órgãos.
- Por outro lado, o consumo dos fatores de coagulação podem levar a sangramentos espontâneos e volumosos em qualquer parte do corpo
Alterações nos exames de laboratório:
- O aumento das bilirrubinas é muito maior do que o aumento das enzimas hepáticas que podem até mesmo estar normais.
- A insuficiência renal é vistos pelos marcadores de função renal e descompensação dos íons (aumento do potássio e diminuição do sódio) sem necessariamente ocorrer uma diminuição do volume da diurese (a pessoa pode urinar um volume normal e ainda assim estar com falha do rim)
- Anemia (diminuição dos glóbulos vermelhos do sangue)
- Trombocitopenia (diminuição das plaquetas)
- Trombocitopenia + Elevação dos fatores da coagulação e D dímero e queda do fibrinogênio => Coagulação intravascular disseminada – CID
Diagnóstico e Tratamento
Diagnóstico da Leptospirose anictérica fase tardia
Nessa fase a bactéria não se encontra no sangue. Pode-se encontrar bactérias na urina, anticorpos na urina e no sangue.
Em muitos casos, a fase inicial da leptospirose pode ser confundida com outras condições como gripe, malária, hepatite e dengue por exemplo, uma vez que os sintomas costumam ser parecidos.
Para diferenciar essas condições e ter a certeza que o paciente está infectado pela leptospirose, serão necessários exames sorológicos e de isolamento da bactéria em cultura, no líquor ou sangue.
Com a confirmação da condição, os meios de tratamento serão discutidos junto a seu médico de confiança e pode envolver o uso de antibióticos como a penicilina e outros medicamentos para o controle e alívio dos sintomas. A hidratação também será decisiva para que o quadro não se agrave, por isso, o uso de soro ou mesmo ingestão de água frequente podem ser indicados.
É Possível Prevenir a Leptospirose
Pode parecer óbvio, mas a melhor maneira de prevenir quadros de leptospirose é evitando a exposição à água contaminada. Não apenas a de enchente, mas também aquelas que podem de algum jeito se tornar impróprias.
Eliminar alimentos, roupas e outros objetos que foram tocados pelas águas em casos de enchentes também pode prevenir a infecção pela doença. Para saber mais sobre a leptospirose e como tratá-la, busque ajuda de um profissional capacitado.
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