
Leptospirose – Tudo que Você Precisa Saber
Publicado: 26/02/2024
Publicado: 26/02/2024
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Associada principalmente às enchentes e roedores, a leptospirose é uma condição desencadeada pela urina de animais infectados, não somente ratos, apesar de ser em sua grande maioria.
Continue a leitura deste artigo e conheça mais sobre tudo o que você precisa saber sobre a leptospirose e sua transmissão.
Conhecida popularmente como doença do rato, a leptospirose é uma condição infecciosa causada pela bactéria espiroqueta em forma de espiral, Leptospira
A Leptospirose é a zoonose mais difundida em todo o mundo. Ela é mais prevalente em regiões tropicais, mas também ocorre em regiões temperadas.
Estima-se que mais de um milhão de casos humanos ocorrem anualmente em todo o mundo, incluindo quase 60.000 mortes
Estima-se que em território nacional, o número anual de infecção por leptospirose seja em média de 3,7 mil episódios.
A Leptospirose é uma zoonose, ou seja, doenças normalmente transmitidas entre animais vertebrados e o micro-organismo não precisa do ser humano para completar o seu ciclo de vida.
Os mamíferos atuam como o reservatório primário para a Leptospira. Mas o ambiente pode também servir de reservatório caso seja contaminado pela urina de mamíferos infectados.
Apesar de ser comumente associada aos ratos, a leptospirose pode ser transmitida para o ser humano por animais de diferentes espécies e de diferentes formas.
Em situações extremamente especiais esta doença também pode ser transmitida de humano para humano
Mais de 160 espécies de animais diferentes podem transmitir a Leptospira, que vive nos túbulos renais de mamíferos infectados e é eliminado pela urina
Os animais podem ser portadores assintomáticos por toda a vida ou podem desenvolver doença, que pode ser fatal.
A mortalidade em cães é estimada em aproximadamente 10%. O aborto espontâneo é um resultado comum da leptospirose em bovinos, suínos, ovinos e caprinos.
As bactérias podem sobreviver de dias a meses em solo ou água contaminada pela urina dos animais contaminados
A transmissão em humanos ocorre de forma acidental, quando o ser humano tem contato com:
A bactéria entra no organismo humano por meio de:
De modo geral, qualquer ser humano pode ser infectado pela leptospirose.
No entanto, existem situações de maior risco de exposição
Além disso, pessoas que moram em locais sem saneamento básico também podem ter o risco aumentado para desenvolverem a condição.
Os sintomas causados pela Leptospirose são muito variados assim como a gravidade.
A maioria dos casos é leve e autolimitada ou assintomática. Enquanto alguns são graves e potencialmente fatais
Geralmente os sintomas demoram cerca de uma a três semanas após a exposição à condição para se manifestarem.
=> Fase Inicial (aguda)
Geralmente começa de 5 a 14 dias após a exposição, mas pode variar de 2 a 30 dias.
Dura de 2 a 9 dias
=> Fase tardia
Para os pacientes que evoluem para esta fase, eles apresentam uma série de sintomas relacionados a respostas imunomediadas específicas, ou seja, complicações relacionadas ao próprio sistema imune estimulado pela bactéria.
Naqueles que evoluem para fase tardia, muitas vezes há um período de melhora entre o final da fase aguda e o início dessa fase. Em outros, as fases aguda e imune podem se sobrepor.
Em raros casos o paciente pode apresentar inicialmente sintomas relacionados a esta fase sem passar pelos sintomas de fase aguda. O que pode deixar a suspeita diagnóstica mais difícil.
O tempo de duração da fase tardia é cerca de uma semana e não mais que 30 dias, exceto pelas complicações oftalmológicas
Trombocitopenia + Elevação dos fatores da coagulação e D dímero e queda do fibrinogênio => Coagulação intravascular disseminada – CIVD
Em muitos casos, a fase inicial da leptospirose pode ser confundida com outras condições como gripe, malária, hepatite e dengue por exemplo, uma vez que os sintomas costumam ser parecidos.
Para diferenciar essas condições e ter a certeza que o paciente está infectado pela leptospirose, serão necessários exames sorológicos e de isolamento da bactéria em cultura, no líquor ou sangue.
A amostra usada dependerá da fase da doença
Na fase tardia, por exemplo, a bactéria não se encontra no sangue, mas pode ser encontrada na urina.
Quando há suspeita de acometimento do sistema nervoso central, uma amostra do líquido cefalorraquidiano precisa ser coletado
Os exames que podem ser feitos para o diagnóstico da Leptospirose são:
Deve-se sempre avisar ao laboratório sobre a suspeita do diagnóstico no momento do exame pois é necessário um tempo maior de incubação para esta bactéria que o usado de rotina
Identifica anticorpos específicos produzidos pelo nosso sistema imune ao entrar em contato com a bactéria
Estes anticorpos podem ser encontrados em amostras de sangue, urina e no líquido cefalorraquidiano a depender do tempo de evolução
Podem ser de 2 tipos:
Confirmam o diagnóstico:
Identifica material genético da bactéria
Feita a partir do sangue, urina ou no líquido cefalorraquidiano ( a depender do tempo de evolução e fase da doença)
Quando disponível excelente indicação para o diagnóstico precoce
Seu resultado positivo confirma o diagnóstico, mas o resultado negativo não descarta.
Como é causada por uma bactéria, o tratamento da Leptospirose é com antibióticos
O inicio imediato dos antibióticos adequados podem fazer a diferença entre a vida e a morte do paciente
Por isso, ai se suspeitar do diagnóstico o tratamento deve ser iniciado o quanto antes mesmo que seja suspenso após descartar o diagnóstico.
A eficácia do tratamento específico é maior quando iniciada na 1ª semana do início dos sintomas Quando antibióticos como Doxiciclina ou Amoxicilina são mais indicados.
Mas o tratamento deve ser feito em qualquer fase da doença. Para a fase tardia, antibióticos como Penicilina cristalina, Penicilina G cristalina, Ampicilina, Ceftriaxona ou Cefotaxima estão indicados.
A hidratação também será decisiva para que o quadro não se agrave, por isso, o uso de soro ou mesmo ingestão de água frequente são fundamentais.
Em casos mais leves o tratamento pode inclusive ser feito em casa. Mas o acompanhamento médico de perto é fundamental para a vigiar possível evolução para complicações e atuar prevenindo-as ou logo após seu aparecimento.
Pode parecer óbvio, mas a melhor maneira de prevenir quadros de leptospirose é evitando a exposição à água contaminada. Não apenas a de enchente, mas também aquelas que podem de algum jeito se tornar impróprias.
Eliminar alimentos, roupas e outros objetos que foram tocados pelas águas em casos de enchentes também pode prevenir a infecção pela doença. Para saber mais sobre a leptospirose e como tratá-la, busque ajuda de um profissional capacitado.
1ª publicação em 23 de maio de 2023, atualização em 26 de fevereiro de 2024.
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