
Covid-19 e Festas de Fim de Ano e Carnaval : Perguntas e Respostas
Publicado: 07/12/2021
Atualizado: 09/01/2024
Publicado: 07/12/2021
Atualizado: 09/01/2024
Conteúdo
Neste artigo, Dra Keilla Freitas esclarece algumas dúvidas sobre Covid-19 e Festas. Continue a leitura e saiba mais.
Apesar do bom andamento da vacinação em várias cidades, a vacinação contra a covid-19 no Brasil e no mundo é bastantes desigual.
Além disso, a verdade é que apesar da taxa de internações por covid no brasil estar mais baixa, a pandemia ainda não acabou, ou seja, o vírus ainda circula entre nós.
Enquanto há vírus circulando entre nós, há risco do aparecimento de novas variantes e sempre que aparecem novas variantes, há risco de que esta seja mais transmissível, causadora de casos potencialmente mais graves ou mesmo ser resistente a algumas das vacinas já utilizadas, o que colocaria o processo de vacinação lá pra trás pois teríamos que considerar não imunizados pessoas já vacinadas com vacinas que o vírus for resistente.
Sendo assim, o maior risco das festas de final de ano é o trânsito de pessoas não cumprindo adequadamente as boas regras de isolamento social, uso de mascaras e higienização de mãos, aumentando ainda mais a circulação do vírus.
Acho que a flexibilização das medidas sanitárias já está sendo feita de forma precoce e descuidada. Não poderíamos por exemplo, já ter jogos com público em estádios de futebol. Retirar máscara em locais de aglomeração, mesmo que em áreas abertas. Sendo assim, ainda não está na hora de termos o carnaval em 2022.
Além de tudo, o carnaval é um momento de chegada de uma grande quantidade de pessoas de todas as partes do mundo para o nosso país. Fazer isso sem a exigência do comprovante de vacinação de quem quer que entre no Brasil ou mesmo para os brasileiros que vão entrar em qualquer estabelecimento ou evento em território nacional, é transformar o nosso país no destino paradisíaco dos negacionistas.
Sempre que uma pessoa se infecta pelo sars cov 2, mesmo que esta pessoa fique assintomática, o vírus se replica bilhões de vezes nessa pessoa, fazendo cópias de si mesmo. Cada vez que um vírus faz copia de si mesmo, se replica, existe a chance de ocorrer um “erro de impressão” este “erro de impressão” são as mutações. Se uma mutação conferir qualquer vantagem evolutiva para o vírus isso fará com que aqueles indivíduos se multipliquem e passem para sua descendência aquele “erro” que agora já faz parte dele, esses vírus mutantes que se perpetuam são as novas variantes
Essa mutação pode gerar características como ter maior capacidade de transmissão que seus antecessores, ser potencialmente mais grave que seus antecessores ou mesmo ser resistente a vacinas. O detalhe é que uma característica dessas não exclui as outras. Então, eventualmente uma variante pode ter todas elas.
Pelo dito acima, quanto maior o numero de casos novos do covid-19 maior a velocidade do aparecimento de novas variantes, por isso qualquer situação que impacte no numero de pessoas circulando e se aglomerando, maior o risco de transmissão, novos casos e novas variantes.
As flexibilizações são feitas a partir do número de novos casos e taxa de ocupação de UTI.
Sabemos o que o isolamento social implica em termos econômicos para não dizer psicológicos, no entanto, os governantes precisam tomar muito cuidado com o recado que se passa à população com estas medidas. A flexibilização precisa ser feita de forma lenta e gradual, com conscientização quanto às medidas de segurança e o bom senso, pois a pandemia ainda não acabou. Não importa o quanto estejamos cansados. Não importa se o próximo ano será ano de eleições ou não. Um passo em falso agora pode significar uma queda muito dura num futuro próximo.
O carnaval possui uma intensidade e tempo de exposição e tamanho de circulação de pessoas muito maior que qualquer outra festividade. Então o problema aqui é a escala e tamanho do risco.
No entanto, mesmo outras festividades que conferem aglomerações de pessoas sem mascara ainda não está na hora de ser feita.