Leishmaniose CutâneaMedicina TropicalNotícias 02/04/201802/06/2023 Conteúdo ToggleLeishmaniose Cutânea ou TegumentarO que é?Quem causa ?Leishmania (Viannia) braziliensis:Leishmania amazonensis Leishmania (Viannia) guayanensi:Porque uma doença que naturalmente afeta animais começa a afetar o ser humano?Como se transmite?Hospedeiros e reservatórios silvestres:Animais DomésticosVetoresComo é a lesão?Estágio inicialLesão típicaEvolução da lesãoComo a doença pode se apresentar ?Infecção inaparenteForma Cutânea localizadaForma Cutânea disseminadaFoma cutânea difusaForma recidiva cutisForma Mucosa primáriaForma Mucosa contiguaForma Mucosa concomitanteForma Mucosa indeterminadaForma Mucosa tardiaComo se confirma o diagnóstico?Exames parasitológicos:Exames imunológicos:Testes sorológicos:Testes moleculares: Testes histopatológicos:Diagnóstico diferencial:Tuberculose cutâneaParacococcidioidomicoseEsporotricoseCromomicoseEctimaLobomicoseLeishmaniose tem cura?Critérios de curaAcompanhamento médicoCompartilheLeishmaniose Cutânea ou TegumentarO que é?Doença infecciosa (causada por um microorganismo)Não contagiosa (não é transmissível de pessoa para pessoa)Quem causa ?Diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania que acometem pele e mucosas.É uma zoonose (este micro-organismo afeta naturalmente animais não humanos. O ser humano é um hospedeiro acidental)Você Suspeita Estar com Alguma Infecção?Agende Hoje mesmo uma Consulta com infectologista. Ligar agora Whatsapp Por isso é chamada de zoonoseExistem cerca de 30 espécies de Leishmania em todo o mundo. 21 delas são consideradas capazes de causar doenças no ser humano.Nas Américas, há 12 tipos de Leishmania causadores de doença em humanos e 8 espécies que causam doenças apenas em animais.No Brasil já foram identificadas 7 espécies. As 3 principais são:Leishmania (Viannia) braziliensis:Ampla distribuição do Sul do Pará ao Nordeste, Centro Sul do País e algumas áreas da AmazôniaÁreas de terra firmeLeishmania amazonensis Florestas primarias e secundarias da Amazônia (estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantis e sudeste do Maranhão) Bahia , São Paulo, Minas Gerais e Goiás.Principalmente em áreas de igapó e de florestas tipo várzeaLeishmania (Viannia) guayanensi:Limitada ao Norte da Bacia Amazônica (Amapá,Roraima, Amazonas e Pará), estendendo-se pelas guianasFloresta de terra firme em áreas que não alagam no período de chuva.Porque uma doença que naturalmente afeta animais começa a afetar o ser humano? Entrada do ser humano em área de mata virgem. Nesse caso, o ser humano se torna hospedeiro acidental. Degradação da natureza (desmatamento, criação de hidrelétricas, etc) obrigando o parasita a aumentar o seu raio de circulação. Expansão das áreas urbanas, deixando o ser humano convivendo lado a lado com áreas de mata Entre 2001 e 2009 identificou-se 36 circuitos de produção da doença, responsáveis por 43,7% do total de casos registrados em 2009Como se transmite?A Leishmaniose não se transmite de pessoa para pessoa.A transmissão ocorre através da picada de insetos transmissores infectados.Para que ocorra a transmissão é necessária uma cadeia.A cadeia de transmissão ocorre da seguinte forma:Hospedeiros e reservatórios silvestres:Os reservatórios da Leishmaniose são os animais que permitem a manutenção e circulação do parasita na natureza.Eles não conseguem transmitir a infecção entre si, precisam ser picados para passar o parasita para diante.Animais DomésticosExistem muitos casos de Leishmaniose em animais domésticos como cães e gatos.Mas não há provas de seu papel na cadeia de transmissão.Até o momento, sabemos que este animais são apenas hospedeiros acidentais.VetoresOs vetores transmissores da Leishmaniose são mosquitos flebotomíneos conhecidos como mosquito-palha, tatuquira, birigui, entre outrosComo é a lesão? Estágio inicialLesão inicial da LT (Fonte: Manual LT – MS – 2017 – Pág 43)Placa infiltrativa sem úlcerasLesão típicaLesão avermelhadaUlcera com fundo granulosoBordas elevadas e avermelhadas Evolução da lesãoA lesão pode ir aumentando o fundo ulcerado com bordas mais elevadas e mais finas que no estagio do inicio da úlceraAs lesões podem ir aumentando em quantidadeAs ulceradas podem ir aumentando em extensão (para os lados) ou em profundidade (para dentro)Como a doença pode se apresentar ?A lesão costuma aparecer entre 2 semanas a 2 meses após o contato com o parasitaA lesão inicial é uma mácula que perdura por 1 a 2 dias após a picada infectante.A mácula evolui para uma pápula que aumenta progressivamente produzindo uma úlceraLinfadenopatia próxima à lesão pode surgir antes, durante ou após o aparecimento da lesão.A úlcera é indolor e costuma aparecer em áreas de pele exposta.Infecção inaparenteExames específicos mostrando contato com a Leishmania sem nenhuma lesão cutânea aparente ativa ou antigaForma Cutânea localizadaUma única lesão em pele ou mais de uma.Mais de uma lesão de pele, localizada na mesma área do corpoPodem ocorrer na região da picada ou nos pontos da picadas infectantesGeralmente ulcerosasDemonstram tendência à cura espontâneaApresenta boa resposta ao tratamentoPode-se acompanhar de linfadenopatia regional, linfangite ascendente ou ulceração de nódulosForma Cutânea disseminadaVárias lesões de pele localizadas em várias partes do corpoO parasita se dissemina pelo sangue ou por via linfáticaLesões numerosas e distantes dos locais das picadasDistribui-se por diversas áreas do corpoEm geral são pequenas e ulceradas mas podem ser de tamanhos diferentesCostumam responder bem ao tratamentoFoma cutânea difusaL. amozonensisManifestação anérgica, rara e grave.Inicio insidioso, com lesão única não responsiva ao tratamentoFormação de placas infiltradas e múltiplas nodulações não-ulceradas que recobrem grande extensão cutânea – polimorfismo lesional.Tratamento difícil e ineficazForma recidiva cutisEvolui com cicatrização no centro da lesão de forma espontânea ou após tratamento mas mantém atividade nas bordasOs parasitos são dificilmente encontrados.Forma Mucosa primáriaLesão causada pela picada do vetor diretamente na mucosa – labial ou genitalForma Mucosa contiguaEnvolvimento da mucosa em decorrência da expansão de uma lesão cutânea pré-existenteForma Mucosa concomitanteAparecimento de lesão mucosa simultânea à lesão de peleForma Mucosa indeterminadaAcometimento mucoso sem identificação da porta de entrada. Provavelmente sem manifestação clínica cutânea préviaForma Mucosa tardiaAparecimento de lesão mucosa anos após o surgimento da lesão cutâneaComo se confirma o diagnóstico?Exames parasitológicos:Demonstração direta do parasito: (Imprint)Neste teste, retira-se uma parte da lesão e o parasito é encontrado diretamente na lesão da pele.Este teste é o mais rápido, barato e fácil de ser realizadoQuanto maior o tempo da lesão, menor a chance de positividadeIsolamento em cultivo de aspirado de lesão (NNN e LIT à cresce após 5 dias)É um método de confirmação da presença do agente etiológico que permite a posterior identificação da espécie de Leishmania envolvidaOs fragmentos cutâneos ou de mucosa obtidos por biópsia da borda da úlcera são cultivados em meio próprioExames imunológicos:Teste intradérmico – Intradermoreação de Montenegro ou da Leishmania (IDRM)Pode apresentar falso negativo (dar negativo mesmo em quem tem a doença) até 4 a 6 semanas do início da lesão.Depois desse tempo, este teste se positiva em 90% dos pacientes (ou seja, este teste com resultado negativo não exclui o diagnóstico)O teste pode permanecer positivo mesmo após a cura, pois indica contato prévio e não necessariamente doença ativaTestes sorológicos:Imunofluorescencia Indireta – IFI (limitado valor diagnóstico – vários falsos positivos)Testes moleculares:Reação em cadeia de polimerase de amostra de tecido – PCR (grande sensibilidade e especificidade)É um método bastante eficaz e pode ser realizado nos mais diferentes tipos de materiais. Testes histopatológicos:A Leishmaniose cutânea causa dermatite do tipo granulomatosa difusa ulcerada.Muitas vezes podem ser confundidos com as lesões causadas pela Tuberculose.Pode haver algumas lesões microscópicas típicas, mas a visualização do parasito ao microscópio dá um resultado confirmatório.Diagnóstico diferencial:As lesões causadas pela Leishmaniose cutânea são úlcerovegetantes.Mas este tipo de lesão não é específica dessa doença.Existem várias outras condições que podem se manifestar de forma muito parecidaO tratamento muda de acordo à causa.Por isso, a confirmação diagnóstica deve ser feita antes do inicio do tratamento. Veja alguns exemplos de doenças que podem se apresentar de forma similar à Leishmaniose cutânea:Tuberculose cutâneaInfecção pelo Micobacterium tuberculosis (o mesmo que causa doença no pulmão)Ocorrem geralmente em pessoas que já tiveram contato prévio com o bacilo, mesmo que nunca tenham desenvolvido doençaOutras vezes, a lesão em pele pode ser secundária a uma lesão iniciada em gânglios, ossos, ou outros locais.Tratamento é realizado com os mesmos remédios das outras formas de Tuberculose.ParacococcidioidomicoseInfecção pela inalação dos esporos que se encontram na terra.Sistema imunitário destroi o invasor formando granulomas que limitam a disseminação de levedurasTratamento com Itraconazol e CetoconazolEsporotricoseInfecção causada pelo fungo sporothrixRelacionada a atividades que envolvem revolver o solo ou ferimentos com material contaminadoRestrita à pele ou com acometimento linfático (nódulo – úlcera – cordão endurecido – aspecto em rosário)Lesões nodulares, ulceradas ou verrucosas.Tratamento: Anfotericina BCromomicoseMicose subcutânea de curso crônico, evolução lenta, causada por fungos demáceosInfecção por penetração de espinhos ou farpas de madeira (fungo vive em matéria orgânica)Caracteriza-se por nódulos ou verrugas, ulceradas ou não, espessamento e escurecimento da derme e epidermeTratamento com Itraconazol / crioterapiaEctimaInfecção bacteriana mais profunda que o Impetigo, causada pelo Streptococus do grupo A ou Stáfilo aureus.Transmissão pessoa a pessoaLesão inicial vesicular ou vesículo-pustulosa à ulcera superficial à crostaTratamento com remoção das crostas e curativo com permanganato de KLobomicose(* Doença de Jorge Lobo ou Blastomicose Queilodeana)Fungo loboa loboiFlorestas quentes com muita chuva (bacia amazônica)Inoculação traumática do fundo por via transepidérmicaLesão em áreas cutâneas expostas.Nódulos semelhantes a queloides assimetricamente distribuídos, unilaterais, com tendência a coalescerAssintomáticos, sem tendência à cura espontâneaOutras formas dessa infecção: verruciforme, gomosa, ulcerada Leishmaniose tem cura?Tem cura sim.Existem várias opções de tratamentos:GlucantimeAnfotericina B desoxicolatoAnfotericina B lipossomalPetidinaO esquema, dose e tempo de tratamento é realizado de acordo com a avaliação dos seguintes fatores:Tipo de apresentaçãoIdade do pacienteDoenças associadasCritérios de cura Forma cutânea – cicatrização das lesões até 3 meses após final do tratamentoForma mucosa – regressão da lesão e confirmação de cura até 6 meses após o final do tratamentoAcompanhamento médicoDo primeiro ao terceiro mês após o tratamento – Retorno mensal durante 3 meses consecutivos após o término do tratamentoDepois, de 2 em 2 meses até completar 1 ano Fonte:Leishmaniose Tegumentar – MS – 2017Você também pode se interessar por:Vacinas mais importantes para os adultosOs Vírus Mais Mortais do MundoOsteomielite: Saiba Mais Sobre esta InfecçãoCompartilheNão tenha vergonha do HIV!'Reserve a sua Consulta Hoje. Ligar agora Whatsapp
Tenho uma amiga que tem LEISHMANIOSE e fez o tratamento com ANFOTERICINA B durante 15 dias e as lesões continuam, o médico passou outro tratamento com FLUCONAZOL (250 comprimidos) , sendo que a mesma é portadora de LÚPOS. Esse tratamento com fluconazol vai resolver? Desde já obrigada.Responder
Estou com paciente com ferida ( leishmaniose) na perda , gostaria de saber : qual cobertura seria indicada para o tratamento ?.Responder