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Bactéria Pode Causar Demência?

Bactéria pode causar demência
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Bactéria Pode Causar Demência? As Doenças neurodegenerativas, ou seja, de degeneração dos neurônios crônicas progressivas e irreversíveis como as demências afetam milhões de pessoas em todo o mundo e à medida que a expectativa de vida aumenta a sua prevalência também.

Bactéria Pode Causar Demência

A demência ocorre devido à atrofia ou morte de neurônios em determinadas regiões do cérebro.
Tudo o que aumenta a inflamação do cérebro é um fator de risco importante potencializando todos os demais fatores que podem levar a doenças demenciais.

Existem várias causas de demência, a mais conhecida delas é a Doença de Alzheimer.

Existem 2 tipos de doença de Alzheimer:

  • Início precoce determinada exclusivamente pela genética
  • Início tardio que é multifatorial e felizmente a mais comum

Como a Doença se Manifesta

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A doença de Alzheimer geralmente se manifesta como se quem somos, todas as nossas experiências e impressões que fizeram de nós a pessoa que somos, estivessem impressas em nosso cérebro como as páginas de um livro e a doença vai arrancando estas páginas uma a uma de trás pra frente, no qual as últimas experiências são as primeiras páginas a serem arrancadas. É por isso que inicialmente ocorre uma perda gradual da memória de curto prazo e, posteriormente, progride para uma disfunção cognitiva importante.

O tempo entre as primeiras manifestações e a perda cognitiva importante costuma levar décadas.

Quem pode ter Doença de Alzheimer?

O fator de risco mais aceito como determinante para influenciar no desenvolvimento da doença é o genético. O fato de se ter um parente próximo como pais ou avós com Alzheimer é um fator de risco importante para você também desenvolver. Porém, é preciso deixar claro que não é porque um parente seu tem Alzheimer que você necessariamente precisa ter o gene.

No entanto, nem todas as pessoas que têm o gene irão desenvolver esta condição e quando falamos do Tipo mais comum de Alzheimer, que é o de início tardio, mesmo pessoas sem o gene mas que têm outros fatores de risco podem desenvolver. Existem uma série de fatores que podem aumentar as chances de se desenvolver doença de Alzheimer: Fatores ligados a estilo de vida, alimentação, sedentarismo, sono não reparador, outras comorbidades como doenças neuropsiquiátricas não ou maltratadas etc. A grande maioria desses fatores estão associados direta ou indiretamente a estado inflamatório persistente.

O meio pelo qual a doença de Alzheimer de início tardio é desencadeada é pouco compreendido. Um mecanismo importante da formação da doença é o depósito de peptídeo β-amilóide, um tipo de proteína que provoca o acúmulo de placas neuríticas senis e a consequente degeneração dos neurônios e a proteína tau modificada que forma emaranhados neurofibrilares.

Várias bactérias têm sido estudadas como fatores de risco para a doença de Alzheimer e entre elas, a Chlamydia Pneumoniae parece ter particular importância.

Em estudo publicado na FEMS Immunology & Medical Microbiology, foram analisadas amostras de tecido cerebral post mortem de 19 pacientes com Doença de Alzheimer de inicio tardio confirmada e de um número igual de indivíduos controle sem a doença pareados por idade e sexo. Este micro-organismo encontrava-se presente e ativo no cérebro de 90% dos pacientes com a doença e apenas 5% dos cérebros dos indivíduos não doentes.

A invasão das células das paredes dos vasos sanguíneos pela bactéria aumenta a expressão de proteínas relevantes para o acesso do micro-organismo ao sistema nervoso central.

Em modelo animal foi demonstrado que a presença dessa bactéria no tecido cerebral facilita o acúmulo das placas amiloides.

Outro tipo de demência que parece ter a infecção cerebral pela Chlamydia pneumoniae como importante fator de risco para a sua manifestação é a demência vascular.

Este tipo de demência é causada por danos ao cérebro devido a problemas circulatórios, como acidente vascular cerebral (AVC) ou isquemia cerebral. A doença ocorre quando o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido ou reduzido, causando danos às células cerebrais, este danos podem ser reversíveis ou irreversíveis dependendo da gravidade e tempo de redução de fluxo sanguínea naquela área.

Os sintomas da demência vascular podem variar dependendo do tamanho e da localização das áreas afetadas no cérebro.

Quem é Chlamydia Pneumoniae?

A Chlamydia Pneumoniae é uma bactéria gram negativa responsável por até 20% das pneumonias adquiridas na comunidade.

São bactérias intracelulares obrigatórias, ou seja, ela precisa estar dentro de uma célula para poder se multiplicar. Fora de uma célula ela fica em estado de inatividade o que lhe confere alta resistência ambiental e uma vez dentro de uma célula volta a se multiplicar. Ela também pode infectar uma célula por anos, o que facilita estados infecciosos crônicos com quadros pouco sintomáticos e arrastados.

Como a Chlamydia Pneumoniae chega ao cérebro?

Ainda não se sabe ao certo, mas umas das hipótese é que uma vez que a C. pneumoniae encontra-se nos pulmões, infecta células macrófagos pulmonares, que migram através da barreira mucosa e entram no sangue; as bactérias podem se disseminar para a vasculatura sobrevivendo intracelularmente em monócitos sanguíneos, que podem então atravessar a barreira hematoencefálica.

Outra possibilidade é que bactérias que se encontram em vias aéreas superiores como seios da face ou garganta, penetrem nos nervos que se estendem entre a cavidade nasal e o cérebro como os nervos olfatório e trigêmeo.

A capacidade da Chlamydia Pneumoniae em infectar e sobreviver dentro das células gliais do sistema nervoso central deve ser um mecanismo chave para a sua capacidade de invadir o Sistema Nervoso Central através dos nervos cranianos.

Em modelos animais como no estudo publicado na revista Nature a Chlamydia Pneumoniae entrou no sistema nervoso central de camundongos através dos nervos olfatório e trigêmeo de 24-72 horas após lesão química da mucosa nasal e posterior inoculação intranasal de uma concentração importante predeterminada de bactérias, sem infecção sanguínea concomitante.

Além da verificação da presença da bactéria no cérebro dos camundongos, este estudo também identificou alterações cerebrais de placas amilóides. Alterações estas também identificadas em pacientes com doenças neurodegenerativas como Alzheimer.

Cutucar o nariz

Neste estudo publicado na revista Nature, apenas inocular a bactéria no nariz dos camundongos, não foi suficiente para verificar a presença da Chlamydia Pneumoniae no cérebro. Então, realizaram uma irritação da mucosa nasal dos camundongos com um agente químico irritante para depois inocular a bactéria.

Estamos falando de uma bactéria que pode ficar em nosso sistema respiratório superior (como nariz, seios da face e garganta). Ao lesionar o neuroepitélio olfatório, poderíamos facilitar a invasão do nervo e do bulbo olfatório por estas bactérias. Daí vem a extrapolação de que, por exemplo, mexer dentro do nariz com o dedo de forma vigorosa poderia causar uma lesão na mucosa que facilitaria a penetração dessas bactérias nos nervos que inervam ricamente a mucosa olfatória levando-os até o cérebro.

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Dra. Keilla Freitas
CRM-SP 161.392 RQE 55.156-Residência médica em Infectologia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) com complementação especializada em Controle de Infecção Hospitalar pela USP (Universidade de São Paulo); Pós-Graduação em Medicina Intensiva pela Universidade Gama Filho; Graduação em Medicina pela ELAM, com diploma revalidado por prova de processo público pela UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso); Experiência no controle e prevenção de infecção hospitalar com equipe multidisciplinar no ajustamento antimicrobiano, taxa de infecção do hospital e infectologia em geral, atendendo pacientes internados e com exposição ao risco de infecção hospitalar; Vivência em serviço de controle de infecção hospitalar, interconsulta de pacientes cardiológicos e imunossuprimidos pós-transplante cardíaco no InCor (Instituto do Coração) ; Gerenciamento do atendimento prestado aos pacientes internados em quartos e enfermarias, portadoras de doenças crônicas e agudas com necessidades de cuidados e controles específicos.


https://www.drakeillafreitas.com.br/quem-somos/

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