Bactérias que mais ameaçam a saúde humana.
O início da era antibiótica determinou o início de uma nova fase na história humana.
Muitos pensaram que, após a descoberta da Penicilina, as Bactérias deixariam de ser um problema.
Mas para cada antibiótico criado, elas descobrem uma nova forma de resistir e sobreviver.
As superbactérias
As bactérias gram negativas, em especial, têm a habilidade não apenas de passar a resistência desenvolvida para seus descendentes, mas para outras bactérias próximas.
O fato é que não estamos conseguindo desenvolver novos antibióticos tão rápido quanto as bactérias conseguem desenvolver mecanismos de resistência. Além disso, o desenvolvimento de uma nova droga é caro e arriscado.
Antes mesmo da Indústria ter o retorno do investimento da pesquisa, a resistência bacteriana leva o antibiótico ao desuso.
Assim, desenvolver novas drogas para tratar bactérias é menos lucrativo que desenvolver aquelas utilizadas para tratar doenças crônicas.
Trata-se de uma guerra contra o invisível, na qual a raça humana está perdendo.
Dados internacionais apontam que a maioria dos antimicrobianos é prescrita sem indicação adequada e/ou com dose incorreta e geralmente por tempo muito prolongado.
Como os antimicrobianos representam entre 30% e 50% dos gastos com medicamentos para pacientes internados, seu uso causa um impacto direto nos custos hospitalares.
Sendo assim, temos que aprender a aperfeiçoar o uso dos antimicrobianos que estão disponíveis.
O que fazer quando a bactéria é resistente a quase todos os antibióticos?
- Temos usado antibióticos com doses maiores (o que aumenta a toxicidade ao organismo e custos)
- Temos usados antibióticos combinados para potencializar a ação um do outro (o que também aumenta a toxicidade ao organismo, reações adversas e interação medicamentosa)
- Usamos tempo de infusão mais prolongado, na tentativa de alcançar um nível no sangue maior e mais uniforme.
Fatores que aumentam o número de bactérias resistentes:

Bactérias que mais ameaçam a saúde humana
- Todas as especialidades médicas prescrevem antibióticos, profiláticos ou terapêuticos, dificultando a adequação de condutas e a atualização dos conhecimentos
- Ansiedade do médico e paciente em querer resolver os sintomas rapidamente e acabam usando antibióticos para “tratar” infecções virais
- Cultura do paciente em que se o médico não deu um antibiótico, “não resolveu o problema”
- Pronto socorros abarrotados nos quais os médicos precisam atender um número absurdo de pacientes ao longo de um plantão e não possuem tempo suficiente para avaliar e/ou orientar adequadamente o paciente sobre os seus sintomas e possíveis diagnósticos (fazer a receita de um antibiótico é mais rápido que explicar ao paciente porque ele não precisa deste remédio naquele momento)
- A ideia de muitos médicos que “ em time que está ganhando não se mexe” ao não trocar um antibiótico que mata vários tipos de bactérias por um mais específico, mesmo depois de identificado o agente causador da infecção
- Cirurgiões que demoram a indicar a cirurgia, mantendo o foco infeccioso enquanto tentam resolver “apenas com o antibiótico“, arrastando a infecção e selecionando bacterias multi resistentes
- Lentidão na comunicação do laboratório com os médicos que não avisam o tipo de bactéria que está sendo isolado
- Pouca adesão a adequada higienização das mãos por parte dos profissionais que atendem os pacientes internados nos hospitais, propagando a colonização de bactérias multirresistentes entre os pacientes
- Uso de bactericidas em produtos comuns de higiene pessoal, agricultura e criação de animais, aumentando a exposição das bactérias aos antibióticos e consequentemente aumentando as chances de desenvolvimento de resistência.
Agir hoje para garantir um amanhã melhor
A Organização Mundial de Saúde – OMS, listou 12 famílias de bactérias que mais ameaçam a saúde humana. O objetivo dessa lista é chamar a atenção dos governos, comunidade científica e indústrias farmacêuticas, para mostrar a importância de manter o desenvolvimento na área, não apenas para lucro com patentes, mas para a sobrevivência do ser humano.
O que foi considerado na elaboração da lista
Considerou-se vários fatores:
- Letalidades das infecções causadas por estas bactérias (capacidade de matar os infectados);
- Tempo de internação hospitalar necessária para o tratamento;
- Proporção de bactérias resistentes aos antibióticos quando a pessoa se infecta fora do ambiente hospitalar;
- Facilidade com que se espalham entre os animais, dos animais aos seres humanos, e de pessoa para pessoa;
- Capacidade de prevenção (por exemplo, através de uma boa higiene e vacinação);
- Opções de tratamento existentes;
- Perspectiva de desenvolvimento de novos tratamentos a médio prazo.
A lista da OMS é dividida em três categorias, de acordo com a urgência da necessidade de novos antibióticos:
- Prioridade crítica
- Prioridade alta
- Prioridade média
Prioridade 1 – Risco Crítico
- Acinetobacter baumannii, resistentes a carbapenêmicos
- Pseudomonas aeruginosa, resistentes a carbapenêmicos
- Enterobacteriaceae (incluindo Klebsiella, E. coli, Serratia e Proteus), resistentes a carbapenemicos, produtoras de ESBL
São bactérias resistentes a vários tipos de antibióticos. Inclusive aos mais modernos disponíveis atualmente.
Elas representam uma séria ameaça, especialmente em:
- Hospitais e Casas de repouso
- Pacientes cujos cuidados exigem dispositivos como ventiladores e cateteres de sangue.
Eles podem causar infecções graves e muitas vezes mortais, como:
- Infecções da corrente sanguínea (infecção no sangue)
- Pneumonias.
Prioridade 2 – Risco Alto
- Staphylococcus aureus, resistentes a methicillin, intermediário e resistentes a vancomicina
- Enterococcus faecium, resistentes a vancomicina
- Helicobacter pylori, resistentes a claritromicina
- Campylobacter spp. resistentes fluoroquinolonas
- Salmonellae resistentes a fluoroquinolonas (causadora de quadros diarreicos, especialmente em viajantes e que podem ser muito graves)
- Neisseria gonorrhoeae, resistentes a cefalosporinas e fluoroquinolonas ( IST – causadora da gonorreia)
São bactérias nas quais têm-se observado resistência a antibióticos usados há muitos anos e que causam grande morbidade e custos, mas ainda com uma mortalidade menor que o primeiro grupo.
Prioridade 3 – Risco Médio
- Haemophilus influenzae, resistentes a ampicilina
- Streptococcus pneumoniae resistentes a penicilina
- Shigella spp., resistente a fluoroquinolonas
Antimicrobianos no Brasil
O Brasil é um país em que a auto-medicação é bastante difundida.
Os pacientes muitas vezes interrompem um tratamento bem prescrito porque ” se sentem melhor” e em outra oportunidade toma o medicamento que sobrou da infecção anterior porque ” resolveu da última vez“, tudo sem avaliação médica.
Muitos pacientes não sabem a diferença entre antibióticos e analgésicos, como os anti-inflamatórios. Isto favoreceu o consumo progressivo de antibióticos até 2011, quando foi aprovada uma norma para regulamentar a venda de antibióticos.
Esta norma (RDC 20/2011), foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 9/5/2011. Ela proíbe a venda de qualquer antimicrobiano pelas farmácias sem a prescrição médica. A receita deve ser em duas vias, pois uma fica com o paciente e outra com a farmácia para o controle.
Uma mudança de paradigmas dos médicos e dos pacientes precisa ser feita.
É fundamental que o médico tenha consciência que toda vez que ele prescreve um antibiótico, seja no hospital ou no consultório, ele está não apenas matando as bactérias que estão causando a infecção, mas também as protetoras, alterando toda a flora natural do organismo do paciente e do seu entorno.
Um paciente toma um antibiótico e todo o seu entorno é afetado.
Fonte:
ESTOU EM PANICO , PORQUE TENHO UM FAMILIAR COM A SUPER BACTÉRIA. ELE JÁ TOMOU MUITOS E MUITOS ANTIBIÓTICOS.. SOMENTE DEUS E AJUDA INDISPENSÁVEL DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE, DO APOIO AMIGO DOS PARAMÉDICOS, DO AMOR E DEDICAÇÃO DA FAMÍLIA , DO CARINHO INDISPENSÁVEL DE TODOS OS PROFISSIONAIS DOMÉSTICOS- NÓS PODEREMOS SUPER ESSE IMPASSE E O PACIENTE RETORNAR A VIVER E CONVIVER. OBRIGADA A TODOS.
Deve-se fazer uma avaliação pessoalmente com médico infectologista de sua confiança que irá avaliar o paciente e encaminhar material para análise além de outros que julgar necessário para poder chegar a um diagnóstico médico e condutas corretas.