Quais os Perigos da Escabiose (Sarna Humana)?
Publicado: 05/09/2023
Atualizado: 07/09/2023
Publicado: 05/09/2023
Atualizado: 07/09/2023
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Quando falamos em sarna, o pensamento mais rápido, e comum, que temos é associado aos animais, como por exemplo ao cachorro. No entanto, o que algumas pessoas não sabem é que existe um tipo de sarna que pode afetar os humanos.
A escabiose, conhecida popularmente como sarna humana, é uma condição que pode se tornar perigosa quando não tratada adequadamente. Continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre quais são os perigos da escabiose, ou sarna humana.
É uma infestação cutânea pruriginosa causada pelo ácaro Sarcoptes Scabiei Variedade Hominis. Ou seja, a escabiose ou sarna humana, nada mais é do que uma doença de pele que causa intensa coceira e é altamente contagiosa. Ela afeta milhões de pessoas em todo o mundo, independentemente de idade, gênero ou status socioeconômico.
A parasitose tem uma rápida proliferação em estofados, travesseiros, almofadas, roupas de banho, roupa de cama e até mesmo na poeira doméstica acumulada. Por este motivo, realizar a higienização correta de casa é fundamental para evitar a contaminação dos ácaros.
O ácaro Sarcoptes Scabiei é um artrópode de 8 patas que mede até 0,5 mm de comprimento e penetra na camada superior da pele formando uma espécie de túnel e ali se alimenta e vive. As fêmeas do parasita também põem seus ovos nesses túneis. Quando isso acontece, a pele geralmente se transforma em uma erupção pruriginosa semelhante a uma espinha em uma reação alérgica aos ácaros, seus ovos e seus resíduos
Apesar de poder afetar qualquer um, algumas pessoas possuem maior risco de apresentar esta doença:
Uma pessoa desenvolve a chamada sarna humana quando ocorre a reprodução do ácaro na superfície da sua pele, ou seja, quando a fêmea após ser fecundada cava um micro buraco na pele humana e deposita seus ovos.
O sintoma mais importante é a coceira, que já pode ser percebida em média duas semanas após a contaminação. Em quem nunca teve sarna, os sintomas pode demorar até 6 semanas para aparecer, já em quem teve previamente, os sintomas aparecem bem mais rápido, antes de 1 semana.
A coceira geralmente é mais intensa à noite e não aparece sozinha, ela vem sempre associada a lesões de pele que podem se apresentar de várias formas.
Os principais locais afetados pela sarna humana são:
A lesão primária causada pelo parasita é tipo toca, que representa o túnel intraepidérmico criado pelo ácaro fêmea em movimento. Estas lesões aparecem como elevações serpiginosas, acinzentadas e semelhantes a fios na camada superficial da pele, variando de 2 a 10 mm de comprimento.
Além das tocas é possível que o paciente apresente também irritação na pele, inchaço e surgimento de bolhas.
Pápulas e vesículas eritematosas de 1 a 3 mm são observadas em distribuições típicas em adultos
As vesículas são lesões discretas preenchidas com líquido claro, embora o líquido possa parecer turvo se a vesícula tiver mais de alguns dias.
Nódulos ocorrem em 7-10% dos pacientes com escabiose, particularmente crianças pequenas. Em recém-nascidos incapazes de se coçar, nódulos marrom-rosados que variam em tamanho de 2 a 20 mm de diâmetro podem se desenvolver.
Na escabiose crostosa, as lesões geralmente são hiperceratóticas e crostosas e cobrem grandes áreas. Descamação acentuada é comum e o prurido pode ser mínimo ou ausente. Distrofia ungueal e lesões no couro cabeludo podem ser proeminentes. As mãos e os braços são os locais habituais de lesões, mas todos os locais são vulneráveis
Além das lesões de pele causadas pelo próprio parasita, a coceira em si acaba facilitando o aparecimento de outras lesões devido a traumas infligidos à pele durante as tentativas de aliviar a coceira e pode ainda induzir uma resposta imune do hospedeiro contra os ácaros da sarna e seus produtos.
A pele machucada (pelo parasita e pelo trauma da coceira) também abrem portas de entrada para bactérias que vivem naturalmente na parte externa de nossa pele e ao penetrar por estas portas podem causar infecções bacterianas secundárias das lesões.
Quando a condição não é tratada adequadamente, os focos do parasita podem se multiplicar e se espalhar pelo corpo todo, tornando a recuperação mais difícil e demorada.
Para diagnosticar a escabiose, um médico infectologista precisará avaliar clinicamente os sintomas e procurar as lesões típicas da doença e a presença de ácaros ou ovos.
Quando existir dúvidas ao exame físico, o diagnóstico confirmatório deve ser feito através de raspagem da pele para análise no microscópio que identifica a presença de ácaros, larvas, ovos ou scybala (fezes)
O diagnóstico também pode ser feito através de biópsias de pele mostrando alterações microscópicas na estrutura da pele, mesmo sem a presença do ácaro na amostra. Mas este meio diagnóstico não é feito de rotina para a escabiose em si, mas pode ser feito durante pesquisa de outras causas como diagnóstico diferencial de doenças de pele, especialmente quando as lesões não são típicas, ou quando o médico não pensa neste diagnóstico.
Testes moleculares com pesquisa de DNA do ácaro também pode ser feito a partir de amostras de pele
Diagnóstico confirmado, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes. Geralmente, envolve a erradicação dos ácaros no paciente e no ambiente, alívio dos sintomas e prevenção contra novas infecções.
A depender da extensão da área afetada o tratamento pode ser com agentes tópicos (sabonetes, shampoos, cremes) ou sistêmicos (comprimidos). os escabicidas podem ser a base de:
Devido à grande carga de ácaros, os pacientes com escabiose crostosa podem exigir aplicações repetidas de escabicidas tópicos ou tratamento que use simultaneamente ivermectina oral e um agente tópico, como a permetrina.
Uso de inseticidas NÃO são recomendados
Pessoas doentes devem evitar o contato pele a pele com outras pessoas até 24 horas após o primeiro tratamento
Embora a escabiose seja uma doença tratável e geralmente não seja fatal, ela pode causar uma série de problemas de saúde e sociais significativos na população. Com as coceiras intensas, muitos pacientes acabam apresentando fissuras e arranhões que são propensos a serem porta de entrada de outras bactérias que acabam causando infecções secundárias.
Além disso, a rápida propagação da doença pode pôr em risco outras pessoas. Se você não tem um diagnóstico, por exemplo, poderá contaminar inconscientemente seus parentes, colegas de escola, trabalho e qualquer outra pessoa que mantenha contato direto com você.
Quadros de escabiose podem ter um impacto significativo na qualidade de vida e bem-estar emocional das pessoas afetadas contribuindo para o surgimento de problemas como a ansiedade e depressão . Além do estigma da doença.