ISTs: O Perigo Invisível que Pode Estar Afetando Sua Vida Sexual

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são um tema importante quando se fala de saúde sexual, mas muitas pessoas ainda desconhecem a extensão e os perigos que elas representam.

Antes conhecidas como Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), as ISTs podem afetar a saúde de maneira silenciosa e, se não tratadas adequadamente, causar complicações sérias. Continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre as ISTs.

##O que são ISTs?

As ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) são infecções causadas por vírus, bactérias, fungos ou parasitas que podem ser transmitidos de uma pessoa para outra por meio do contato sexual desprotegido, seja vaginal, anal ou oral.

Isso significa que, ao ter relações sexuais desprotegidas com uma pessoa infectada, você corre risco de adquirir uma IST mesmo sem perceber, já que muitas delas podem não apresentar sintomas por muito tempo

##Por que as DSTs passaram a ser chamadas de ISTs?

Antigamente, as Infecções Sexualmente Transmissíveis eram chamadas de Doenças Sexualmente Transmissíveis. A mudança de nomenclatura de DST para IST foi adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde do Brasil para enfatizar que uma pessoa pode estar infectada e transmitir a infecção mesmo sem ter desenvolvido sintomas.

A palavra “doença” sugere que há sinais ou sintomas, mas muitas infecções são assintomáticas em suas fases iniciais, podendo inclusive permanecer assim por muitos anos, o que dificulta o diagnóstico precoce e aumenta o risco de disseminação. Por isso, ao falar em ISTs destacamos a importância de medidas preventivas, mesmo que a pessoa pareça saudável.

##Como as ISTs são Transmitidas?

As ISTs são transmitidas, principalmente, por meio de relações sexuais desprotegidas (sem o uso de preservativos) com uma pessoa infectada. O contato pode ser vaginal, anal ou oral, e algumas infecções, como o herpes e o HPV, podem ser transmitidas mesmo com o uso de preservativo, já que o vírus pode estar presente em áreas não cobertas pela proteção.

A via sexual não é a única forma de se infectar por estas doenças, situações como compartilhamento de agulhas, uso de material médico odontológico ou até mesmo de unha ou tatuagem não adequadamente esterilizadas pode significar uma fonte de risco. Mulheres gestantes infectadas também podem transmitir ao fato durante a gestação, trabalho de parto ou mesmo pela amamentação; algumas podem ser transmitidas até compartilhando objetos como talheres, copos sem lavar ou com um beijo na boca.

Para cada microrganismo existem gravidades de risco distintas para cada tipo de exposição e nem todos são transmitidos por todas estas formas. O Vírus HIV por exemplo, sobrevive muito pouco tempo fora do corpo humano e felizmente, transmissão por via indireta como compartilhamento de talheres ou recebimento de sexo oral não é uma veia considerada de risco.

##Quais são as principais ISTs?

Existem várias ISTs conhecidas, cada uma com características e riscos específicos. Algumas são mais comuns e merecem atenção especial. Confira, a seguir, as principais infecções sexualmente transmissíveis que uma pessoa pode ter:

#HIV / AIDS

O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é uma infecção que ataca o sistema imunológico, podendo evoluir para a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) se não for tratada.

Apesar de ainda não haver cura para a condição, o tratamento correto com medicamentos antirretrovirais permite que pessoas vivendo com HIV tenham uma excelente qualidade e expectativa de vida, além de reduzir significativamente o risco de transmissão por qualquer via além de acabar com o risco de transmissão pela via sexual

#HPV

O Papilomavírus Humano, ou apenas HPV, é uma das ISTs mais comuns e tem mais de 100 tipos diferentes. Alguns podem causar verrugas genitais, enquanto outros estão ligados aos cânceres, como o de colo de útero, ânus, pênis e garganta.

A vacina contra o HPV é uma ferramenta preventiva importante, recomendada tanto para homens quanto para mulheres.

#Herpes Genital

O herpes genital é causado pelo vírus do herpes simples (HSV), que pode ser do tipo 1 ou 2. Ele se manifesta através de pequenas bolhas dolorosas na região genital ou ao redor da boca.

Após o primeiro episódio, o vírus permanece no corpo e pode ser reativado de tempos em tempos. Apesar de não haver cura, o tratamento adequado ajuda a controlar os surtos e reduzir a transmissão da condição.

#Hepatites Virais

Vírus causadores de doenças crônicas do fígado como hepatite B e C podem também ser transmitidos pela via sexual desprotegida. Os dois podem evoluir de forma assintomática por muitos anos até desenvolver cirrose hepática ou mesmo câncer no fígado se não tratada.

Para a hepatite B existe vacina muito segura e eficaz, mas só funciona se administrada antes do contato com o vírus. Existe tratamento para hepatite B muito eficaz para controle da doença evitando a multiplicação do vírus mas com baixas taxas de cura. Já para a hepatite C não existe vacina, mas existe tratamento curativo com antivirais específicos de ação direta.

#Sífilis

A sífilis é uma infecção bacteriana que se não tratada adequadamente pode causar desde feridas indolores (chamadas de cancro duro) até complicações graves em vários órgãos como cegueira, sangramento intestinal e aneurisma (dilatação anormal do vaso sanguíneo).

A sífilis apresenta três estágios: primário, secundário e terciário. Mas a forma de apresentação pode variar muito e existe um período de latência entre estas fases sintomáticas na qual a pessoa não apresenta nenhum sintoma que pode durar vários anos

#Gonorreia

A gonorreia é uma infecção bacteriana que afeta, principalmente, a uretra, o reto e a garganta. Nos homens, é mais comum causar sintomas como dor ao urinar e secreção, podendo levar a estenose uretral (o canal da urina fica mais estreito) enquanto nas mulheres, muitas vezes é assintomática, o que pode levar às complicações, como a Doença Inflamatória Pélvica (DIP), se não tratada.

Além disso, a falta de tratamento pode causar um estado inflamatório crônico com características inespecíficas e arrastadas, artrite gonocócica, prostatite, infecção retal, infecção na garganta, infecção disseminada com lesões em pele e endocardite (infecção do coração) Pode levar a sequela de infertilidade e aumentar o risco de adquirir outras ISTs, incluindo o HIV.

#Clamídia

Semelhante à gonorreia, a clamídia também pode ser assintomática e, por isso, muitas vezes passa despercebida. Ela é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis e pode provocar complicações graves como: Doença Inflamatória Pélvica, inflamação do fígado com dor abdominal e febre, complicações na gravidez, uretrite, epididimite, prostatite, dores articulares. artrite reativa, dores nos olhos infecção retal

A condição é mais comum em jovens e pode ser facilmente tratada com antibióticos. A falta de sintomas não significa ausência de riscos, por isso, é essencial o uso de preservativo.

#Tricomoníase

Causada por um parasita, a tricomoníase provoca, nas mulheres, inflamação vaginal e secreção com odor forte. Nos homens, alterações urinárias como secreção urinária, ou dor/ardor ao urinar, . A condição é tratada com medicamentos específicos e o uso de preservativo é fundamental para evitar sua transmissão.

#Mycoplasma

Existem diversos tipos de Mycoplasma os principais transmitidos pela via sexual são o Mycoplasma genitalium e Mycoplasma Hominis
O mycoplasma genitalium é o mais comum, são causadores de quadros inflamatórios genitais e sexuais levando a quadros como uretrite, secreção uretral podendo complicar com doença inflamatória pélvica (cursando com dor abdominal, dor durante a penetração sexual, corrimento vaginal, sangramento vaginal anormal etc) ou prostatite.

#Ureaplasma

Ureaplasma é uma bactéria que também possui vários tipos sendo os mais comuns causadores de infecções o urealyticum e parvum. Elas podem ser encontradas como parte da microbiota do trato genital vivendo em equilíbrio com os demais microrganismos locais, mas quando ocorre um desequilíbrio e ela começa a se multiplicar excessivamente pode causar sintomas, como também pode ser transmitido pela via sexual.

A infecção pode ser assintomática ou apresentar sintomas tanto em homens quanto em mulheres como sintomas urinários (dor ou ardência ao urinar, urgência miccional, urinar aos poucos, secreção uretral ou sintomas genitais como corrimento vaginal, odor vaginal, dor durante a penetração sexual, sangramento vaginal anormal.

##Como Saber se Tenho uma IST?

A única forma de saber com certeza é fazendo exames. Muitos tipos de ISTs, como clamídia e gonorreia, podem ser diagnosticados com testes simples de urina. Outras, como o HIV e a Sífilis, exigem exames de sangue.

Se você teve relações sexuais desprotegidas ou apresenta sintomas como corrimento anormal, coceira ou irritação, sangramentos fora do período menstrual, dor ao urinar, feridas ou verrugas na região íntima, é importante procurar um profissional de saúde para orientação.

No entanto, é importante lembrar que muitas ISTs podem ser assintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas. Por isso, a realização de exames periódicos é fundamental para a detecção precoce.

##O Tratamento e a Prevenção das ISTs

O tratamento das ISTs varia conforme o tipo de infecção. Bactérias como a Sífilis e a clamídia podem ser tratadas com antibióticos, enquanto vírus como o HIV e o herpes não têm cura, mas possuem terapias que controlam a doença.

O tratamento precoce não só melhora a saúde do paciente, mas também reduz a chance de transmitir a infecção para outras pessoas. Já a prevenção é a melhor forma de evitar as ISTs e suas possíveis complicações, confira abaixo como evitar a contaminação:

• Use preservativo: O uso correto de preservativos tanto masculinos quanto femininos é uma das maneiras mais eficazes de prevenir a maioria das ISTs;
• Vacine-se: A vacinação contra o HPV e a hepatite B é uma medida importante de prevenção;
• Faça exames regularmente: Exames periódicos ajudam a identificar infecções mesmo sem sintomas;
• Converse com seu parceiro: Ter um diálogo aberto sobre a saúde sexual e o histórico de ISTs é fundamental para a prevenção.

Em caso de dúvidas, não hesite em procurar ajuda de um profissional infectologista capacitado.

Para uma consulta de avaliação, entre em contato conosco.

Mais informações sobre este assunto na Internet:

• CDC
• NHS