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Problemas neurológicos do HIV

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Problemas neurológicos do HIV – Um estudo publicado no jornal Neurology da Academia Americana de Neurologia em junho de 2016 realizado por pesquisadores da Universidade de São Francisco na Califórnia e a Universidade de Yale nos Estados Unidos aponta que os sintomas neurológicos no início do HIV aparecem em quase metade dos portadores.

Geralmente, esses sintomas neurológicos não são graves e desaparecem após o início do tratamento com medicamentos antirretrovirais – ARV. Continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre o estudo dos sintomas neurológicos no início do HIV.

Como o Estudo foi Realizado – Problemas neurológicos do HIV

A equipe selecionou 139 pacientes portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) com uma média de tempo de infecção de 19 dias (variando entre 3 e 56 dias de tempo de infecção).

Com um período tão curto de infecção os participantes não poderiam ser diagnosticados através de testes sorológicos, uma vez que neste tempo ainda não houve a produção de anticorpos específicos no organismo, fazendo-se necessário o diagnóstico realizado por testes moleculares.

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Algumas abordagens realizadas nesses pacientes foram os exames neurológicos, entrevistas e também testes cognitivos. Já a ressonância magnética foi realizada apenas em 50% dos participantes.

Resultados:

  • 53% dos pacientes tinham achados neurológicos;
  • Destes, ⅓ possuía deficiência cognitiva;
  • ¼ possuía alterações motoras;
  • 20% haviam experimentado alguma neuropatia, muitas vezes com mais de 1 sintoma;
  • 1 paciente foi diagnosticado com síndrome de Guillain Barré, única manifestação grave encontrada.

As apresentações de sintomas neurológicos também foram associadas a maiores níveis do vírus no sangue.

Seguimento – Problemas neurológicos do HIV

Durante a pesquisa, foram iniciados tratamentos com antirretrovirais em todos os participantes.

90% das manifestações neurológicas encontradas foram resolvidas após 1 mês de tratamento.

9% ainda não haviam resolvidos seus sintomas após 6 meses de tratamento.

Os pacientes serão seguidos por 5 anos e novas avaliações serão realizadas.

No início daepidemia do HIV, os  pacientes avaliados com sintomas neurológicos apresentavam quadros muito graves, isso levou a uma falsa impressão de que apenas uma menor parte dos pacientes com HIV (acreditava-se que cerca de 10%) tinham manifestações neurológicas.

Estudos como este mostram que, na verdade, este vírus possui grande afinidade pelo sistema neurológico.

Os sintomas neurológicos no início do HIV ocorrem de forma mais branda. Isso faz com que muitas vezes o próprio paciente não perceba ou não associe-as ao vírus.

Apenas uma pequena parte dos infectados apresentam manifestações mais graves. E são estes que buscam atendimento médico.

Como o HIV Afeta o Sistema Neurológico de Um Paciente?

Apesar de não invadir diretamente as células nervosas de um paciente, o vírus do HIV pode colocar em risco suas funções. Isso ocorre devido a infeção de uma outra célula responsável por apoiar e proteger as células nervosas. Quadros de inflamações que atingem o cérebro e a medula espinhal também podem ser desencadeados, com isso, o paciente pode perceber sintomas como:

  • Confusão mental;
  • Esquecimentos repentinos;
  • Incapacidade de concentração;
  • Dores de cabeça;
  • Mudanças comportamentais;
  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • Perda do controle de movimentos;

Ao observar esses sintomas, busque ajuda do seu infectologista de confiança. O conhecimento também reforça ainda mais a indicação já inquestionável do início do tratamento, assim que se tem notícia do vírus circulando no sangue, também como forma de se evitar danos cerebrais irreversíveis a longo prazo.

Fontes:

Neurologic signs and symptoms frequently manifest in acute HIV infection. Neurology, 2016.

Neurological Complications of AIDS Fact Sheet, NINDS.

Neurologic presentations of AIDS, Neurologic clinics

Artigo Publicado em: 20 de ago de 2017  e Atualizado em: 22 de Julho de 2020.


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Dra. Keilla Freitas
CRM-SP 161.392 RQE 55.156-Residência médica em Infectologia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) com complementação especializada em Controle de Infecção Hospitalar pela USP (Universidade de São Paulo); Pós-Graduação em Medicina Intensiva pela Universidade Gama Filho; Graduação em Medicina pela ELAM, com diploma revalidado por prova de processo público pela UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso); Experiência no controle e prevenção de infecção hospitalar com equipe multidisciplinar no ajustamento antimicrobiano, taxa de infecção do hospital e infectologia em geral, atendendo pacientes internados e com exposição ao risco de infecção hospitalar; Vivência em serviço de controle de infecção hospitalar, interconsulta de pacientes cardiológicos e imunossuprimidos pós-transplante cardíaco no InCor (Instituto do Coração) ; Gerenciamento do atendimento prestado aos pacientes internados em quartos e enfermarias, portadoras de doenças crônicas e agudas com necessidades de cuidados e controles específicos.


https://www.drakeillafreitas.com.br/quem-somos/

15 thoughts on “Problemas neurológicos do HIV

  1. Queria saber mais sobre o vírus !! Eu tenho um irmão com o vírus e ta muito difícil pra família lidar queria saber se tem algum sintomas de agressividade de confusão , confundir uma pessoa com inimigo ???????

    1. Boa noite. Sim, no próprio texto explica sobre um transtorno que pode estar associado ao vírus HIV.
      Isso é algo que deve ser acompanhado e avaliado não apenas pelo infectologista, mas pelo neurologista. Existem coisas que a Infecto precisa saber para poder manejar e outras que passa para a outra área que é a da neurologia. Caso o diagnóstico se confirme, os 2 profissionais devem trabalhar juntos: infectologista e neurologista.

  2. Doutora, minha mãe é soro positivo e faz tratamento há 23 anos. Houveram muitas pontes no seu tratamento e hoje, depois de uma pneumonia ela foi diagnosticada com Leucoencefalopatia multifocal progressiva, voltamos com a medicação e ela apresentou a lempi, que já esta sendo tratada. Esta muito debilitada, e com sinais de demência. Esta totalmente dependente, debilitada do lado esquerdo, afetou todo o lado direito do cérebro. No caso dela, é poucos meses como foi dito a cima?

    1. A grande questão é se é mesmo este o diagnósticos, pois dependendo do quadro neurológico existe uma série de estratégias que podem melhorar os sintomas e evitar progressão do quadro.
      Isso é algo que deve ser acompanhado e avaliado não apenas pelo infectologista, mas pelo neurologista. Caso o diagnóstico se confirme, os 2 profissionais devem trabalhar juntos: infectologista e neurologista especialista em cognição.

  3. Dr.. com reabilitação é possível recuperar os movimentos após ser acometido pela leoconcelepatia lempi

    1. Não. quando a pessoa chega nesse ponto, já está com sequelas.
      A grande questão é se é mesmo este o diagnósticos, pois dependendo do quadro neurológico existe uma série de estratégias que podem melhorar os sintomas e evitar progressão do quadro.

      1. Doutora, eu não tinha conhecimento disso ainda. Há pouco tempo falei sobre, com minha infecto, por perceber uma piora muito grande na minha memória. O que eu devo fazer exatamente se minha médica não souber como me auxiliar? Ela pediu uma ressonância pra ver se tenho alguma lesão. Eu não tenho medo sobre nada com relação ao HIV, somente isso. Por favor me responda. Um beijo

        1. Isso é algo que deve ser acompanhado e avaliado não apenas pelo infectologista, mas pelo neurologista. Existem coisas que a Infecto precisa saber para poder manejar e outras que passa para a outra área que é a da neurologia. Existem vários exames e testes que se faz para diagnosticar o déficit e até mesmo, mesurar o grau de perda, mas Ressonância não faz isso, apenas exclui outras causas para este problemas. Caso o diagnóstico se confirme, os 2 profissionais devem trabalhar juntos: infectologista e neurologista especialista em cognição.
          s

          1. Boa noite. A perda de memória, dificuldade de raciocínio podem ser tratados e há como melhorar esse quadro?

          2. Sim, há muita coisa a ser feita para melhorar e evitar piora dependendo de cada caso. Isso deve ser avaliado e acompanhado juntamente pelo seu infectologista e neurologista especialista no assunto.

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