Infecções que Podem Causar Câncer

Conheça as Principais Infecções que Podem Causar Câncer

Publicado: 06/05/2025

Atualizado: 07/05/2025


Infecções que Podem Causar Câncer. Frequentemente associado aos fatores genéticos e ambientais, os casos de câncer também podem ser desencadeados por algumas infecções que igualmente desempenham um papel significativo na condição.

De fato, estima-se que em torno de 16% de todos os casos de câncer no mundo estão relacionados a agentes infecciosos, e aproximadamente 10% a 12% desses casos estão associados aos vírus.

Isso porque certos vírus, bactérias e parasitas podem desencadear processos inflamatórios crônicos, estimular mutações genéticas e comprometer o sistema imunológico, aumentando, assim, o risco de tumores malignos.

Em países em desenvolvimento, esse número pode ser ainda maior, devido à alta prevalência de infecções crônicas e ao acesso limitado às medidas preventivas como vacinação e saneamento básico.

Continue a leitura deste artigo e conheça mais sobre as principais infecções que podem causar câncer, como elas atuam no organismo e a importância da prevenção.

Infecções que Podem Causar Câncer

Existem determinados agentes infecciosos que podem provocar quadros de inflamação persistentes, supressão da resposta imunológica e até mesmo, interferência no DNA das células, facilitando a proliferação de células cancerígenas.

Os principais mecanismos pelos quais infecções podem contribuir para o aparecimento de certos tipos de câncer incluem:

  • Dano genético: algumas infecções promovem mutações que levam ao crescimento celular descontrolado;
  • Inflamação crônica: processos inflamatórios prolongados podem criar um ambiente favorável à transformação maligna das células;
  • Imunossupressão: algumas infecções enfraquecem as defesas do organismo, tornando-o mais suscetível ao desenvolvimento de câncer.

Infecções Virais Relacionadas ao Câncer

Os vírus são os agentes infecciosos mais frequentemente associados ao câncer. Entre os principais destacam-se:

Papilomavírus Humano (HPV) – Câncer de Colo do Útero, Ânus, Pênis e Orofaringe

O HPV, Papiloma Vírus Humano, é um dos vírus mais relacionados ao câncer, sendo responsável por praticamente todos os casos de câncer de colo do útero e grande parte dos cânceres de ânus, pênis e orofaringe. A infecção ocorre por contato sexual desprotegido e, em muitos casos, é assintomática.

A persistência do vírus pode levar a mutações celulares e, consequentemente, ao desenvolvimento de tumores malignos. Sua prevenção pode ser feita a partir da vacinação, rastreamento regular de exames como o papanicolau e o uso de preservativos durante as relações sexuais.

Hepatites virais crônicas – Câncer de Fígado

As hepatites virais crônicas causadas pelo vírus B e pelo vírus C são infecções que podem levar a quadros de cirrose hepática e/ou carcinoma hepatocelular, o tipo mais comum de câncer de fígado.

A transmissão dessas condições ocorre por contato com sangue contaminado, sexo desprotegido e de mãe para filho durante o parto. A vacinação contra hepatite B, o uso de preservativos e o monitoramento dos pacientes crônicos da doença são fundamentais para a prevenção das hepatites.

Vírus Epstein-Barr (EBV) – causador da mononucleose – Linfomas e Câncer de Nasofaringe

Este vírus é extremamente prevalente na população mundial e na grande maiorias das vezes ele não causa câncer. Porém em casos raros ele pode aumentar as chances de aparecimento de certos tipos de câncer como linfoma de Burkitt, linfoma de Hodgkin e câncer de nasofaringe. Após o quadro inicial, o vírus permanece latente no organismo e, geralmente, não causa maiores problemas, mas em raros casos, ele pode infectar as células B (um tipo de glóbulo branco que faz parte do sistema imune) estimulando sua produção desenfreada levando a quadros de câncer do sangue. Além disso, ao ocorrer um desequilíbrio da imunidade, ele pode se reativar e desencadear alterações celulares malignas.

Apesar de não existir uma vacina disponível para a prevenção da condição, evitar o contato com a saliva de pessoas infectadas pode reduzir o risco de transmissão.

Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) – Sarcoma de Kaposi e Linfomas

O HIV enfraquece o sistema imunológico, tornando o organismo mais vulnerável a infecções e neoplasias, como o sarcoma de Kaposi e linfomas não-Hodgkin. O HIV em si não causa câncer diretamente, mas a imunossupressão crônica favorece a proliferação de células anômalas.

Uso de preservativos, Profilaxias Pré e Pós-Exposição (PrEP e PEP), e adesão ao tratamento antirretroviral são as principais formas de prevenir essa infecção.

Vírus Herpes Humano tipo 8 (HHV 8) – Sarcoma de Kaposi

O Vírus humano herpes tipo 8 infecta as células que revestem os vasos sanguíneos e linfáticos. Uma vez infectado, o vírus faz com que estas células cresçam e se multipliquem de forma anormal.

A transmissão ocorre por contato direto com sangue, fluidos sexuais ou mesmo saliva. podendo ser transmitidos pela via sexual, compartilhamento de seringas, de mãe para filho pela gestação ou aleitamento materno, transplante de órgãos ou mesmo beijo na boca e compartilhamento de utensílios de cozinha

Poliomavírus de células de Merkel (MCV) – Carcinoma de células de Merkel

O poliomavírus de células de Merkel é bastante prevalente na população em geral, mas o câncer de pele – Carcinoma de células de Merkel é raro. No entanto uma alta porcentagem de pessoas com este câncer tiveram contato com este vírus, estes dois fatores nos faz deduzir que existem muitos outros fatores que precisam estar presentes para que o câncer se desenvolva.

Não existe vacina para este vírus e sua forma de transmissão não está totalmente elucidada, Transmissão respiratória, contato direto com a pele de pessoa infectada

Vírus Linfotrópico de Células T Humanas Tipo 1 (HTLV-1) – Leucemia e Linfoma

O HTLV-1 está associado ao desenvolvimento da leucemia / linfoma de células T do adulto (ATL), um tipo raro e agressivo de câncer hematológico. A transmissão ocorre por contato com sangue contaminado, relações sexuais desprotegidas e de mãe para filho durante a amamentação.

Para prevenir a condição é necessário a testagem de doadores de sangue, o uso de preservativos e evitar o aleitamento materno quando a mãe tem o vírus.

Infecções Bacterianas e Parasitárias Relacionadas ao Câncer

Assim como ocorre com os vírus, as bactérias também podem ser associadas aos quadros de câncer, sendo:

Helicobacter pylori – Câncer de Estômago

A bactéria Helicobacter pylori coloniza a mucosa gástrica e está associada ao câncer gástrico e ao linfoma do tecido linfóide relacionado à mucosa (MALT). A infecção crônica pode levar a úlceras e inflamações persistentes que favorecem o surgimento do câncer.

A prevenção da condição pode ser feita a partir do tratamento com antibióticos para erradicação da bactéria e adoção de uma alimentação saudável para reduzir a acidez gástrica.

Schistosoma haematobium – Câncer de Bexiga

A esquistossomose, causada pelo parasita Schistosoma haematobium, está associada ao câncer de colo do útero e outros tumores dos órgãos genitais femininos e câncer de bexiga em ambos os sexos. Isso ocorre devido à inflamação crônica provocada pelos ovos do parasita nestes locais.

Essa bactéria é transmitida através do contato humano com água doce contaminada com cercária. O saneamento básico, controle da população de caramujos hospedeiros e tratamento antiparasitário em áreas endêmicas é fundamental para prevenir os casos de esquistossomose e suas complicações.

Opisthorchis viverrini e Clonorchis sinensis – colangiocarcinoma

Vermes parasitas que vivem nos ductos biliares do fígado de seu hospedeiro. Estão fortemente relacionados ao colangiocarcinoma, um câncer que afeta os ductos biliares.

Ele é transmitido através da ingestão de peixes crus ou mal cozidos contaminados

Avanços na prevenção de câncer relacionado às Infecções

Avanços científicos têm possibilitado o desenvolvimento de novas estratégias para reduzir o impacto das infecções relacionadas ao câncer. Algumas das mais promissoras incluem:

  • Vacinas em desenvolvimento: estudos estão sendo conduzidos para criar vacinas contra o Vírus Epstein-Barr (EBV) e o Vírus da Hepatite C (HCV), que poderiam reduzir significativamente a incidência de cânceres associados a esses patógenos;
  • Terapias antivirais aprimoradas: novos tratamentos para infecções crônicas, como a hepatite C, têm demonstrado eficácia na erradicação do vírus e, consequentemente, na redução do risco de câncer hepático;
  • Testes genéticos e biomarcadores: o avanço da medicina personalizada tem permitido identificar pessoas com maior predisposição a desenvolver câncer devido às infecções, possibilitando intervenções preventivas mais eficazes.

Importância da Prevenção e do Diagnóstico Precoce

A identificação precoce e o controle dessas infecções são fundamentais para reduzir o risco de câncer. Algumas estratégias essenciais podem incluir:

  • Vacinação contra HPV e hepatite B;
  • Uso de preservativos e práticas sexuais seguras;
  • Monitoramento de infecções crônicas com exames regulares;
  • Tratamento adequado de infecções bacterianas e parasitárias.

Consultar-se com um médico infectologista de sua confiança é essencial para avaliar detalhadamente os riscos de infecções associadas ao câncer e adotar medidas preventivas adequadas. Para saber mais sobre o assunto, entre em contato conosco.

Mais informações sobre este assunto na Internet:

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