Hidradenite supurativa

Hidradenite Supurativa -Saiba Mais

Publicado: 29/04/2025


O tema de hoje é sobre Hidradenite, uma condição de pele com evolução arrastada que se apresenta por crises que podem causar vários transtornos. Se você sofre ou conhece alguém que sofra com infecções, bolhas com saídas de pus na pele de forma recorrente, esse pode ser o seu problema e este conteúdo pode te ajudar.

Hidradenite

Muitas pessoas sofrem com esse problema sem saber o que é, menos ainda o que fazer para resolver; é por isso que quis trazer este tema aqui. Este conteúdo está repleto de informações pertinentes e embasadas na literatura científica renomada que vou trazer aqui para vocês da forma mais simples possível.

A hidradenite supurativa, também chamada de acne inversa, é uma doença inflamatória crônica da pele que pode afetar homens e mulheres. Ela afeta o folículo piloso (região em que nascem os pelos do corpo), principalmente, em áreas especiais como regiões de dobras, que estão em constante fricção ou mais úmidas e quentes como axilas, sob as mamas, entre as nádegas, região genital e perianal (ao redor do ânus).

As lesões podem aparecer tanto em camadas mais superficiais quanto mais profundas da pele. Quando ocorre uma crise, surgem nessas áreas caroços ou nódulos vermelhos dolorosos, abscessos com saída de pus e, de forma muito frequente e típica, o aparecimento de fístulas, que são canais anormais que se desenvolvem sob a superfície da pele, conectando áreas inflamadas e abscessos, drenando para fora da pele secreções como pus causando dor e odor desagradável.

Como se não bastasse, as crises são recorrentes; após cada crise, persistem cicatrizes e marcas escuras nas áreas afetadas, podendo até mesmo chegar a causar deformidades.

Essa doença não é causada por falta de higiene ou pelos encravados. É uma condição complexa cujas causas exatas ainda não são totalmente compreendidas, mas sabemos que envolvem uma combinação de fatores genéticos, hormonais e imunológicos.

Quer dizer que existe uma predisposição familiar à doença? Alterações hormonais, como mudanças da puberdade, menstruação ou gravidez podem ser um gatilho para o início da doença ou agravar um quadro que já existe. Fatores como cigarro, excesso de peso e fricção da pele como, por exemplo, usar roupas muito justas, podem agravar a doença.

É importante termos claro que, apesar de ser infecciosa, a hidradenite não é contagiosa.

Uma complicação que pode ocorrer além da deformidade da área é o inchaço de áreas afetadas como membros ou genitais. Isso ocorre pela cicatrização das crises recorrentes acabar afetando a drenagem linfática da região.

Outra complicação bastante comum é a dor crônica e constante fora do período de crise, que pode ocorrer por vários mecanismos e se manifestar de diversas formas. Ela tende a acontecer tanto pelo estado inflamatório dos tecidos, que pode perpetuar a dor mesmo fora do quadro da crise, quanto pela dor da compressão do nervo pela fístula ou abscessos, quadro de neuropatia periférica por lesão dos nervos da área pela inflamação da crise ou pela forma de cicatrização dos tecidos levando a quadros de formigamento, queimação ou choque.

E como se não bastasse, a inflamação de longo prazo leva à liberação de mediadores inflamatórios que sensibilizam os nervos, deixando-os mais responsivos aos estímulos de dor; a pessoa literalmente sente mais dor do que o esperado para qualquer situação.

A suspeita do diagnóstico é clínica, ou seja, feita pelo médico, geralmente infectologista ou dermatologista, pela avaliação do aspecto das lesões, da localização e evolução. Nem sempre é fácil fazer o diagnóstico em suas fases iniciais, mas quanto antes se fizer o diagnóstico, mais cedo pode-se instituir tratamentos específicos com menos impacto para a vida do paciente.

Existem 3 estágios da doença:

  • Estágio I ou leve = Abscesso único, ou múltiplos, porém sem fístulas ou cicatrizes. Essa é uma fase que pode ser facilmente confundida com acne, pelos encravados ou mesmo herpes simples;
  • Estágio II ou moderado = Abscesso recorrente único, ou múltiplos, separados, com saída de pus. Já pode haver fístulas e como já há recorrência, pode haver cicatrizes;
  • Estágio III ou grave = Múltiplas fístulas interconectadas e abscessos envolvendo ao menos uma área anatômica completa.

Exames de sangue não ajudam no diagnóstico, mas podem ajudar a determinar gravidade de doença ou outras condições associadas que podem piorar o quadro, como diabetes mellitus.

Já exames de imagem como ultrassonografia de pele podem auxiliar na avaliação dos abscessos, determinar a extensão dos túneis (fístulas) e relação com estruturas adjacentes. E a ressonância magnética é importante para a detecção de fístulas, principalmente, quando se quer avaliar envolvimento de outros órgãos (como fístulas dermointestinais, perianais, entre outras). Além de ajudar a excluir outras doenças que fazem parte do diagnóstico diferencial como doença de Crohn ou fístulas anorretais.

Apesar da coleta de material para análise não ser estritamente necessária em um primeiro momento para o início do tratamento, é de boa praxe coletar material adequado como realização de biópsias tanto para culturas e, assim, identificar o agente etiológico e seu perfil de sensibilidade, e, consequentemente, guiar melhor as culturas, quanto para anatomia patológica, podendo, assim, descartar outras patologias que podem ser confundidas e necessitam de tratamento específico para não complicar ainda mais, como infecção por micobactérias, furúnculos, carbúnculos, doença de Crohn ou mesmo câncer de pele.

Tratamentos

O Tratamento da hidradenite supurativa possui 4 pilares: não medicamentoso, medicamentoso tópico, medicamentoso sistêmico e cirúrgico.

TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO

  • Higienização local;
  • Redução de traumas;
  • Uso de roupas mais leves;
  • Controle de doenças de base, como diabetes;
  • Controle do peso;
  • Abandono do fumo;
  • Realização de curativos;
  • Incisão e drenagem, se abscessos flutuantes com quadro relevante de dor.

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO LOCAL

  • Antibioticoterapia tópica.
  • Clindamicina gel 1%

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO SISTÊMICO

  • Antibiótico sistêmico por períodos prolongados 10-12 semanas pelo menos (oral ou endovenoso – dependendo da gravidade);
  • Tetraciclina;
  • Clindamicina com ou sem rifampicina.
  • Imunobiológico anti-fator de necrose tumoral (anti-TNF).
  • Adalimumabe ( anticorpo monoclonal).

TRATAMENTO CIRÚRGICO

  • A cirurgia pode ser necessária em várias situações, tanto na crise quanto fora dela;
  • Drenagem e limpeza de abscessos;
  • Desbridamento de áreas infectadas;
  • Coleta de material para culturas e anatomia patológica;
  • Correção de fístulas;
  • Correção de cicatrizes com contraturas ou limitações de movimentos;
  • Tratamento da dor crônica.

A hidradenite supurativa pode ter um impacto significativo na qualidade de vida, mas, com o tratamento adequado, é possível controlar a doença e melhorar os sintomas.

Se você se identifica com os sintomas que descrevi, procure um médico de sua confiança para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado.

Espero que este conteúdo tenha sido útil para vocês. Se tiverem alguma dúvida, deixem nos comentários.

Mais informações sobre este assunto na Internet:

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Dra. Keilla Freitas é pessoalmente responsável pela adaptação, curadoria e produção dos textos presentes neste site, além de sua manutenção financeira. Este site é orientado ao público leigo e as informações contidas na homepage têm caráter informativo e educacional. O seu conteúdo jamais deverá ser utilizado para autodiagnóstico, autotratamento e automedicação. Em caso de dúvida, o médico deverá ser consultado, pois, somente ele está habilitado para praticar o ato médico, conforme recomendação do Conselho Federal de Medicina.
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