Exame de Cultura – Para que Serve?
Publicado: 21/02/2023
Atualizado: 22/02/2023
Publicado: 21/02/2023
Atualizado: 22/02/2023
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Exame de Cultura. O termo “cultura” na área médica se refere a uma das técnicas mais utilizadas para confirmar o diagnóstico, identificar o agente causal e guiar tratamentos das mais diversas infecções.
Continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre para que serve o exame de cultura, sua importância e métodos utilizados para a coleta.
A cultura é um exame utilizado por profissionais que necessitam confirmar a presença de micro-organismos vivos nos mais diversos locais. Ao cultivar as colônias em ambiente controlado, fica mais fácil identificar não apenas o nome dos micro-organismos como também outras individualidades como o seu perfil de sensibilidade
Existem diversos meios de culturas, nos mais diferentes estados como por exemplo, líquido e gaseificado, para os mais diferentes micro-organismos e que podem ser feitos a partir dos mais diferentes tipos de materiais. A escolha do método de cultura pode variar de acordo com a utilização ou composição presente no material analisado.
Os exames de cultura na prática médica tem como finalidade identificar com precisão algum agente causador de um determinado problema no organismo humano. Quando realizados juntamente com o perfil de sensibilidade, ajudam a determinar quais medicamentos podem ser eficazes para combatê-los.
A cultura pode ser realizada a partir de amostras de sangue, pele, urina, fezes, secreção ou qualquer outro material presente no corpo da pessoa doente onde a infecção possa estar localizada. Após retirar a amostra, ela deve ser depositada em local próprio para aquele material e tipo de cultura enviada rapidamente para ser analisada por um profissional capacitado que irá cultivar essa amostra pelo tempo necessário para o crescimento de colônias do micro-organismo.
A localização de onde será coletada a amostra pode influenciar diretamente no tipo de cultura para o diagnóstico da condição.
A coleta do material é um momento muito sensível e deve ser feita de forma adequada para não acabar contaminando a amostra ou sendo feito a partir de locais que longe de determinar o verdadeiro agente causador pode atrapalhar a escolha do tratamento ao desviar as atenções para agentes que não estão causando a infecção de fato.
Outra coisa importante é o momento da coleta. Idealmente ela deve ser feita ANTES do início do tratamento antibiótico pois a principal causa de resultados de cultura falso negativos, ou seja, a cultura não isola nenhum agente mesmo em vigência de infecção é o uso recente ou concomitante de antibióticos. Mesmo que não sejam os mais indicados para o tratamento daquela infecção
Alguns exemplo de material muito utilizados na prática clínica são:
Um profissional capacitado utiliza um tipo de haste flexível especial para coletar uma amostra salivar da parte de trás da garganta e das amígdalas. Geralmente é utilizado para descartar ou diagnosticar quadros de faringite estreptocócica.
Ao contrário do que muitos pensam, o escarro é uma substância diferente do cuspe ou saliva. O muco espesso é expelido dos pulmões, geralmente ao tossir. Em alguns casos, a amostra é colocada em um copo especial após o paciente expeli-lo, no entanto em outros casos é necessário a realização de uma broncoscopia, procedimento que utiliza a inserção de um tubo flexível por meio do nariz ou boca até os pulmões.
Essa cultura pode ser decisiva para ajudar no diagnóstico de infecções fúngicas e bacterianas que acometem o trato respiratório de uma pessoa como por exemplo a pneumonia bacteriana, bronquiectasia, histoplasmose e tuberculose.
Com certeza você já realizou esse tipo de cultura alguma vez na vida. A coleta de urina ou fezes é realizada em potes estéreis podendo ser em casa ou em um ambiente hospitalar. Esse tipo de abordagem é muito utilizada para identificar bactérias que possam causar infecções urinárias, intoxicação alimentar e outras doenças digestivas.
Para o tratamento de focos infecciosos fechados como abscessos ou outros tipos de coleções, muitas vezes não basta o tratamento antibiótico adequado. É necessário a drenagem da coleção. Este procedimento faz parte do tratamento curativo como eliminação mecânica de foco infeccioso e da identificação do agente etiológico, fundamental para guiar a escolha do esquema antibiótico mais adequado. A coleta desse material geralmente é feita por profissional médico através de uma seringa após adequada assepsia do local. Dependendo do local pode ser guiada por exame de imagem como Ultrassonografia ou tomografia.
Profissionais de saúde não médicos podem estar capacitados para a coleta de secreção para culturas em algumas situações, como no caso de secreção uretral no qual o exame é realizado a partir de swab (haste parecendo cotonete), ou mesmo feridas fechadas com saída de secreção nas quais a coleta deve ser feita com preferencialmente com seringa, pois a amostra deve ser coleta de dentro, sem ter tido contato com a parte externa da ferida.
Realizada a partir de uma amostra sanguínea retirada geralmente das veias através de punções realizadas diretamente na pele ou de cateteres previamente inseridos nas veias, a cultura de sangue é capaz de gerar informações sobre infecções de várias etiologias presentes na corrente sanguínea de uma pessoa.
O tempo para obtenção dos resultados varia de alguns dias a várias semanas e depende do meio de cultura utilizado e tipo de micro-organismo que se pretende encontrar.
É como plantar uma semente na terra e esperar germinar e crescer.
Alguns laboratórios que utilizam técnicas mais modernas de culturas, para alguns micro-organismos conseguem ter o resultado parcial mais rápido que a média.
Nos resultados parciais, podemos ter o nome do grupo ou família do micro-organismo ou mesmo nome e sobrenome dele, mas ainda não temos o perfil de sensibilidade.
Até o total fechamento da cultura ainda podem ser isolados outros agentes. Ou seja, é possível haver mais de 1 agente causador da infecção
Uma vez que se consegue isolar o agente é questão de tempo até termos o perfil de sensibilidade que nos dará uma relação dos antimicrobianos aos quais esse micro-organismo é sensível ou resistente.
A partir daí, o esquema de tratamento pode ser ajustado.
Culturas negativas de maneira alguma são capazes de descartar o diagnóstico de infecção.
Todo mundo que já tentou praticar jardinagem ou mesmo plantar alguma outra coisa, sabe que muitas vezes aquela semente não se desenvolve sem nem conseguirmos identificar o motivo. E isso não significa que não plantamos a semente ali.
Da mesma forma existe uma série de questões que podem atrapalhar os resultados da cultura. A mais comum delas é o uso de antibióticos recente ou mesmo no momento da coleta da amostra.
Quando não temos um resultado positivo da cultura, precisamos seguir com o tratamento empírico e avaliar o esquema conforme a resposta terapêutica.