Você está aqui
Home > Notícias > HIV/AIDS > Criptococose em Pessoas com HIV

Criptococose em Pessoas com HIV

Criptococose
Compartilhe

Criptococose. Não é novidade para ninguém que a grande maioria das pessoas infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana – HIV cerca de 99% das pessoas, caso não inicie um tratamento adequado acaba inevitavelmente chegando à fase AIDS da Infecção, fase na qual o sistema imunológico encontra-se tão debilitado que a pessoa torna-se mais suscetível a desenvolver uma variedade de doenças bastante graves especialmente as chamadas infecções oportunistas.

A criptococose por exemplo é uma infecção que se destaca como uma das principais causas de morbidade e mortalidade em portadores de HIV, principalmente em regiões com recursos médicos limitados. Continue a leitura deste artigo e conheça mais sobre a Criptococose em Pessoas com HIV.

O HIV

O HIV é uma infecção sexualmente transmissível causada pelo vírus da imunodeficiência humana que é capaz de se desenvolver para a AIDS caso não tratada adequadamente. A condição é conhecida por atacar o sistema imunológico, especificamente as células CD4 +, que são cruciais para a resposta imune do corpo.

Com o tempo, a destruição dessas células enfraquece o sistema imunológico, deixando o corpo vulnerável a infecções oportunistas e certos tipos de câncer.

A Criptococose

Você Suspeita Estar com Alguma Infecção?

Agende Hoje mesmo uma Consulta com infectologista.

A criptococose é uma infecção fúngica considerada grave, causada pelas espécies Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii. Ela é uma infecção global, com maior incidência em regiões tropicais e subtropicais. A prevalência é particularmente alta em áreas da África Subsaariana, Sudeste Asiático e América Latina.

Estima-se que, anualmente, ocorrem cerca de um milhão de casos de meningite criptocócica no mundo, resultando em aproximadamente 181.000 mortes, a maioria das quais ocorre em indivíduos com HIV/AIDS. mas o criptococose não ataca somente o cérebro.

Meios de Transmissão

O fungo pode ser encontrado em solo contaminado com fezes de aves, principalmente pombos, por isso muitas pessoas associam a criptococose à doença do pombo, mas na verdade outras aves como galinhas e pardais também podem transmitir, Matéria orgânica em decomposição como Madeira apodrecida, frutas caídas, etc. e Algumas espécies de árvores, como eucaliptos, podem abrigar o Cryptococcus gattii.

A infecção pelo criptococo pode ocorrer de duas formas:

  • Penetração do fungo pela por trauma que coloca o fungo lá dentro ou por ferida aberta que permite a entrada do fungo pela pele possibilitando que ele chegue ao organismo >> esta forma é chamada criptococose primaria e em geral causa manifestações apenas na pele e é aparece mais frequentemente em pessoas com imunidade normal.
  • Via respiratória através da inalação dos esporos do fungo alcançando os pulmões. De lá, o fungo pode se espalhar pelo sistema circulatório para outros órgãos, ou causar infecção diretamente no pulmão. é a chamada criptococose secundária. .

Em pacientes com imunossupressão grave como aqueles em fase AIDS da infecção pelo HIV, a disseminação da infecção fúngica ocorre com maior facilidade levando às manifestações das mais diversas:

PULMONAR
A criptococose pulmonar é frequentemente confundida com outras infecções respiratórias, uma vez que manifesta sintomas como tosse, falta de ar, febre e dor torácica. Essa é a forma mais comum de apresentação da criptococose em pessoas com imunidade normal, porém nelas este quadro costuma se apresentar de forma leve e insidiosa ou mesmo assintomática

CUTÂNEA
As lesões da manifestação cutânea da criptococose secundária são aquelas que ocorrem quando a pessoa se infecta pelo criptococo pelos pulmões e de lá chega à pele pela via circulatória. Elas podem se apresentar como uma celulite que é a inflamação do tecido subcutâneo, que pode causar vermelhidão, inchaço e dor, abscessos como acúmulo de pus abaixo da pele ou Crostas com formações secas e endurecidas que se formam sobre as lesões.

MENÍNGEA
É a forma mais devastadora da doença causada quando o fungo atinge o sistema nervoso central causando meningite, com cefaleia intensa, febre alta, rigidez no pescoço,. náuseas, vômitos, e alterações neurológicas como confusão mental, letargia e coma.

DISSEMINADA
Ocorre quando a infecção se espalha pelo sangue com o fungo alojando-se em vários órgãos ao mesmo tempo. Os sintomas variam de acordo com o órgão afetado.

Apesar de ser menos comum, a infecção pode afetar outros órgãos como, ossos, olhos, trato urinário ou mesmo a próstata. Quando a doença extrapulmonar não envolve o sistema nervoso central pode ser subdiagnosticada devido à sobreposição de sintomas com outras infecções oportunistas.

## Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico precoce e preciso da criptococose é crucial para melhorar o prognóstico dos pacientes infectados pelo fungo.

Os exames necessários para o diagnóstico podem variar conforme a apresentação

  • Exame de imagem como Tomografias e ressonâncias magnéticas podem ajudar a identificar lesões sugestivas
  • A análise do LCR através da punção lombar é essencial para diagnosticar a meningite criptocócica.

Mas independente do local afetado o diagnóstico de certeza é feito através da microbiologia com exames que identificam o organismo em si, como culturas, teste moleculares identificando o material genético do fungo ou teste de identificação de antígenos que são proteínas de fungos. todos estes testes podem ser feitos dos mais variados materiais coletados diretamente da lesão como biópsias de pele, biópsias de pulmão escarro, sangue ou líquido cefalorraquídeo.

Com os resultados em mãos é possível definir qual meio de tratamento será mais eficaz para cada paciente. Nos casos de pessoas com HIV, com neurocriptococose (criptococose no sistema nervoso central que ainda não iniciaram o tratamento antirretroviral. o início da terapia específica do HIV pode ser postergada para um segundo momento, para evitar a síndrome de reconstituição imune com um quadro inflamatório que pode ser avassalador e de difícil controle. O tratamento da criptococose é feito com antifúngicos específicos por longos períodos divididos em fases. A terapia antifúngica de indução, seguida pela consolidação e depois a manutenção. Confira mais sobre cada uma dessas fases a seguir:

Terapia de Indução

A terapia antifúngica de indução geralmente envolve a combinação de anfotericina B e flucitosina por duas semanas. Em casos onde a flucitosina não está disponível, a monoterapia com anfotericina B ou a combinação com fluconazol pode ser usada.

Terapia de Consolidação

Logo após a fase de indução, o tratamento continua com fluconazol em dose elevada por mais oito semanas.

Terapia de Manutenção

Para prevenir a recorrência, o fluconazol em dose baixa é mantido por pelo menos um ano, ou até uma recuperação imunológica significativa por parte do paciente.

##É Possível Prevenir a Criptococose

A prevenção da criptococose é fundamental especialmente em pessoas com alto risco, como por exemplo portadoras de HIV/AIDS, pacientes com doenças hematológicas, em tratamento com corticoides ou transplantados.

As principais formas de prevenção contra essa infecção fúngica são evitar áreas contaminadas com fezes de aves ou com materiais em decomposição, realizar a profilaxia com fluconazol de acordo com prescrição do seu médico e manter a supressão viral e a recuperação imunológica.

O diagnóstico precoce, o tratamento adequado e a prevenção são fundamentais para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes afetados. Para mais informações, não deixe de buscar ajuda de um profissional qualificado para atendimento.

Mais informações sobre este assunto na Internet:

Compartilhe

Não tenha vergonha do HIV!

'Reserve a sua Consulta Hoje.

Dra. Keilla Freitas
CRM-SP 161.392 RQE 55.156-Residência médica em Infectologia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) com complementação especializada em Controle de Infecção Hospitalar pela USP (Universidade de São Paulo); Pós-Graduação em Medicina Intensiva pela Universidade Gama Filho; Graduação em Medicina pela ELAM, com diploma revalidado por prova de processo público pela UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso); Experiência no controle e prevenção de infecção hospitalar com equipe multidisciplinar no ajustamento antimicrobiano, taxa de infecção do hospital e infectologia em geral, atendendo pacientes internados e com exposição ao risco de infecção hospitalar; Vivência em serviço de controle de infecção hospitalar, interconsulta de pacientes cardiológicos e imunossuprimidos pós-transplante cardíaco no InCor (Instituto do Coração) ; Gerenciamento do atendimento prestado aos pacientes internados em quartos e enfermarias, portadoras de doenças crônicas e agudas com necessidades de cuidados e controles específicos.
https://www.drakeillafreitas.com.br/quem-somos/

Deixe um comentário

Top