Cirrose hepática: conheça
Publicado: 15/05/2018
Atualizado: 09/01/2024
Publicado: 15/05/2018
Atualizado: 09/01/2024
Conteúdo
O fígado pode ser atacado de várias formas o tempo todo
Ele possui uma grande capacidade de regeneração quando machucado.
Como estas agressões são geralmente transitórias, o fígado se recupera sem maiores problemas.
Mas quando essa agressão supera a capacidade de regeneração, ou por ser muito intensa ou por ocorrer por longos períodos, ocorre a cicatrização do fígado.
Figado com muita cicatriz está caminhando para a cirrose.
A cirrose ocorre quando a agressão aos hepatócitos (células do fígado) ultrapassa a sua capacidade de regeneração
Isso pode ocorrer por causa de uma lesão muito intensa (mesmo que em um período curto) e/ou por um longo período
Quando o fígado perde sua capacidade de regeneração, ocorre a degeneração de suas células (hepatócitos)
A degeneração dos hepatócitos altera a arquitetura do fígado prejudicando a irrigação sanguínea e a síntese de proteína levando a uma cicatrização do órgão.
Essas cicatrizes são compostas por fibras, a chamada fibrose hepática.
A pessoa pode permanecer sem sintomas por muitos anos até começar a apresentar sintomas das complicações da hepatite.
Por outro lado, uma pessoa pode ter cirrose hepática sem apresentar nenhum sinal ou sintoma (cirrose hepática compensada)
Não existe cura para a cirrose. Existe controle e prevenção.
Pessoas com cirrose descompensada, como aqueles que já apresentaram sangramento digestivo, devem ter cuidados especiais com a dieta:
Ao contrario de órgãos como rim, não existe nenhum aparelho que consiga substituir as funções do fígado, mesmo que momentaneamente
É por isso que quando o fígado mostra sinais inequívocos de sua incapacidade para cumprir suas funções, o paciente é colocado na fila do fila do transplante
No entanto, existe uma série de pré-requisitos que devem ser cumpridos para que a pessoa possa entrar nessa fila, e várias outras para que possa permanecer nela
O paciente candidato ao transplante de fígado é colocado em uma lista única de espera estadual para transplante, de acordo com a compatibilidade sanguínea (Sistema ABO).
Desde 2006, no Brasil, o critério para ordem na lista de adultos respeita um índice baseado na gravidade da doença, conhecido como MELD (Model for End-Stage Liver Disease).
Pacientes mais graves, possuem MELD maior e são priorizados
Os casos urgentes (hepatite fulminante) têm prioridade absoluta na lista de espera do transplante.
A sobrevida desses pacientes é muito curta e devem ser operados com urgência.
A necessidade de transplante é infinitamente maior que o número de doadores.
Desde 2004, entre 900 e 1 mil transplantes são feitos anualmente no Brasil.
Cerca de 7 mil candidatos esperam por um transplante de fígado no Brasil, sendo 4 mil no Estado de São Paulo.
Há cerca de 4 a 5 doadores para cada 1 milhão de habitantes no Brasil.
Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos este número é de 25 doadores para cada 1 milhão de pessoas com indicação do transplante
Com tantas dificuldades, muitas pessoas acabam falecendo nas filas, antes mesmo de terem a oportunidade do transplante
Uma pessoa com morte cerebral, que é doadora de órgãos, geralmente doa o seu fígado para uma única pessoa.
Mas diferente do coração, aqui existe a possibilidade de usar o mesmo órgão para mais de uma pessoa.
Nesse caso o fígado é dividido em 2 partes, sendo a parte maior doada para um adulto e a menor para uma criança, geralmente.
Uma pessoa compatível também pode doar o seu fígado estando viva.
Diferente do rim, nós temos apenas um fígado, então, para doar este órgão em vivo o doador precisa se submeter a uma cirurgia grande, na qual será retirada até 70% de seu fígado.
No doador vivo, o fígado saudável restante se recupera e chega a quase 90% do volume original após alguns meses da cirurgia.
Uma que recebe transplante de fígado precisa tomar medicações que abaixam a imunidade pelo resto da vida.
Caso contrário, o próprio organismo rejeita o órgão, perdendo o implante.
Dependendo da causa da cirrose, se a mesma não for tratada antes do transplante, a doença ativa pode atacar o novo órgão.
Por isso, a doença de base que levou à cirrose deve ser avaliada e caso esteja ativa, deve ser tratada.
Em alguns casos, como nos portadores de hepatite C crônica com indicação de transplante hepático, indica-se inclusive, postergar o tratamento da hepatite para depois do transplante.
Infecções como hepatite pelo vírus B e hepatite pelo vírus C geralmente não apresentam sintoma ou alterações nos exames de sangue de rotina até que a doença já esteja avançada
Por isso é muito importante realizar exames diagnóstico específicos
Não é raro o aparecimento de alterações nos exames de sangue que indiquem alguma lesão aguda ao fígado.
Essa alteração pode ocorrer, inclusive, durante a realização de exames de rotina ou checkUp, sem o aparecimento de sintomas.
É muito importante que ocorra o acompanhamento médico com exames seriados e a avaliação da possíveis causas para isso.
Geralmente são situações transitórias e podem até passar sozinhas, mas deixar essa investigação e acompanhamento de lado, pode fazer com que se perca uma excelente oportunidade de diagnóstico e de tratamento.
Hepatite é a inflamação do fígado.
Antes de chegar à fase de cirrose, o fígado passa pela fase de inflamação
Existem muitas causas de hepatites agudas que são auto-limitadas. Ou seja, se curam sozinhas.
Nesses casos, a conduta principal passa por evitar maiores lesões ao fígado e deve ser feita sob supervisão médica.
Outras causas que levam à hepatite crônica, como hepatites autoimunes ou virais, podem sim ter indicação de tratamento.
Se não for realizado o tratamento específico quando indicado, a doença evoluirá silenciosamente até a fase de cirrose ou até mesmo de câncer do fígado.
Fonte:
Dra. Keilla Freitas, thanks so much for the post.Really thank you! Great.
Thank You.
Dra keilla, seu trabalho é fantástico e sua disposição em sanar nossas dúvidas é admirável. Estou com a seguinte questão, considerei que fui exposta ao risco em 26/04, comecei com faringite, dor no corpo, sem febre e sem ínguas, alguns dias depois. Fiz o exame dia 26/05, não reagente. Descarto a possibilidade ou repito daqui 30 dias.?Se já tive os sintomas se eles estivessem relacionados a uma possível infecção pelo virus, o exame detectaria, correto?
Olá, Dra Keila, por favor, gostaria de saber se os sangramentos podem ser sinal de cirrose.
Depende do qual sangramento e como estão os seus exames. Apenas o médico que te acompanha pode avaliar seus exames e te dar esta informação de forma certa.
Dra boa noite ,
Gostaria de uma orientação , minha mãe tem cirrose hepática … conseguiu curar a hepatite c através de um novo tratamento pelos sus.
Mas agora está com sintomas como barriga muito inchada com água , tem varizes do esôfago que já estouraram e ficou até internada por isso , está inchando pernas , bunda e com desconforto .
Sus marcou um gastro e o mesmo não deu a mínima pra ela e disse que era com outro especialista !!
Por favor o que devemos fazer ou procurar !
Muito obrigada
Sugiro que a leve a um médico infectologista, para avaliá-la pessoalmente e solicitar os exames cabíveis para o caso em questão.
Boa noite. Gostaria de saber se a ascite pode almentar e diminuir de volume no decorrer da cirrose? O sal faz almentar a quantidade de ascite?
o volume pode variar, o sal ajuda na retenção de liquido.