Sífilis: Conheça os Sintomas da Doença

A sífilis é uma conhecida infecção sexualmente transmissível que pode apresentar, ou não, alguns sintomas que acabam variando de acordo com o estágio em que a condição se encontra. Mesmo sendo familiar para algumas pessoas, muitos desconhecem os detalhes sobre os sintomas de sífilis, as formas de transmissão e os riscos dessa infecção.

Quando não diagnosticada e tratada a tempo, a sífilis pode evoluir silenciosamente, atingindo órgãos vitais, como o cérebro e o coração, e causando complicações sérias. Continue a leitura deste artigo e conheça mais sobre os sintomas da doença, como identificá-los e o que fazer ao suspeitar da infecção.

A Sífilis

A sífilis é uma infecção bacteriana, provocada pelo Treponema pallidum, que se desenvolve em estágios e pode ter um impacto grave na saúde de uma pessoa se não for tratada adequadamente. Entre os estágios da Sífilis podemos citar:

• Sífilis primária;
• Sífilis secundária;
• Sífilis latente (precoce e tardia);
• Sífilis terciária.

Cada uma dessas fases apresenta diferentes características e riscos, o que pode tornar o diagnóstico e o tratamento desafiadores se a infecção não for detectada precocemente, por exemplo.

A Transmissão

A transmissão da sífilis ocorre, principalmente, por meio do contato sexual desprotegido, seja ele oral, anal ou vaginal, com uma pessoa infectada. Isso se dá pelo fato da bactéria estar presente em lesões, feridas e até mesmo nas mucosas, que são muito comuns nos estágios iniciais da condição.

Além disso, a sífilis pode ser transmitida de forma vertical, da mãe para o bebê ainda durante a gestação, o que é conhecido como sífilis congênita.

Sintomas da Sífilis

A sífilis é uma doença que apresenta diferentes sintomas dependendo do estágio em que se encontra. Por isso, entender cada fase e suas características é fundamental para que as pessoas possam identificar possíveis sinais e buscar ajuda médica.

É importante ter em consideração que as pessoas não são iguais e muitas podem não observar nenhum sintoma e ainda assim estar com a doença. A única forma de se ter certeza, é realizando exames específicos. Aqui trataremos os sintomas típicos que podem ocorrer de acordo com cada fase da Doença.

Sífilis Primária

Quando o material contaminado pelo treponema (fluidos sexuais, sangue, lesões cutâneas ricas em treponema) entra em contato direto com o corpo humano, a bactéria entra no organismo penetrando pela mucosa (região genital, anal ou oral) ou pelo tecido celular subcutâneo, por meio de microlesões na pele.

Entre 10 a 90 dias após o contágio surge uma úlcera na região por onde a bactéria penetrou. Essa úlcera recebe o nome de úlcera sifilítica ou cancro duro. Veja, abaixo, as características da lesão Sifilítica ou cancro duro:

• Lesão erosada (úlcera) medindo 1 a 2 cm, fundo liso, brilhante, limpo e bordas endurecidas;
• Geralmente, é única;
• Não dói, a não ser que tenha outra infecção local associada;
• Não coça;
• Não arde;
• Não tem pus.

Durante essa fase também podem aparecer linfadenopatia (múltiplos Carocinhos) que pode estar localmente (por exemplo, inguinal) nos dois lados ou de forma generalizada, e, geralmente, não dói.

A lesão primária desaparece espontaneamente (sem nenhum tratamento) após 3 a 6 semanas.

Fase Latente Precoce

Logo após a Fase primária, a pessoa fica totalmente assintomática, mas segue transmitindo a doença.

Sífilis Secundária

De 6 semanas a 6 meses após o aparecimento da lesão primária, cerca de 25% das pessoas não tratadas desenvolvem sintomas de fase secundária da sífilis que podem ser vários.

As lesões cutâneas da sífilis secundária, geralmente, aparecem em todo o corpo, mas principalmente nas palmas das mãos e plantas dos pés (isso é muito característico, pois, geralmente, outras doenças com lesões parecidas não pegam essas duas regiões). Elas podem aparecer como manchas eritematosas (roséolas) ou pápulas (lesões elevadas) de cor vermelho-acastanhadas.

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Outros sintomas da fase secundária da condição são:

• Linfadenopatia generalizada (carocinhos em todo o corpo);
• Dores nas articulações (juntas);
• Febre baixa;
• Mal-estar;
• Anorexia (perda de apetite);
• Dor de garganta;
• Mialgia (dor muscular);
• Perda de peso;
• Cefaleia (dor de cabeça);
• Adinamia (cansaço);
• Alopécia (perda de cabelo), especialmente na cabeça e parte distal das sobrancelhas.

Além disso, nessa fase podem ocorrer inflamações em várias partes do corpo, como:

• Olho (uveíte que pode levar à perda da visão);
• Rim (nefrites etc);
• Estômago (úlceras ou lesões infiltrativas extensas);
• Músculo e ossos (inflamação das articulações, osso etc.);
• Fígado (hepatite);
• Cérebro (meningite, infartos cerebrais ou derrames).

A Fase Secundária, dependendo de sua apresentação, pode melhorar mesmo sem o tratamento e a pessoa entra novamente na Fase de Sífilis Latente.

Fase Latente Tardia

É o período em que a pessoa infectada se mantém sem sintomas logo após a fase secundária ou mesmo aqueles que não apresentaram sintomas, possuem mais de 1 ano de infecção. Se a pessoa não for tratada, essa fase pode durar vários anos ou poucos meses até que se iniciem os Sintomas da Sífilis terciária.

Sífilis Terciária

Aproximadamente de 25% a 40% das pessoas infectadas pela sífilis e não tratadas desenvolverão alguma complicação proveniente da sífilis terciária. Isso, geralmente, ocorre de 1 a 30 anos após a infecção. Os sintomas dependerão do órgão afetado:

• Sífilis cardiovascular (inflamação das artérias, levando ao rompimento dos vasos, à falência do coração, ao infarto);
• Goma sifilítico (granuloma em ossos, pele ou outros órgãos);
• Doenças Neurológicas.

O diagnóstico e tratamento precoce são fundamentais para evitar que a sífilis alcance essa fase, uma vez que os danos causados no estágio terciário podem ser irreversíveis.

Diagnóstico e Tratamento da Sífilis

A sífilis é diagnosticada por meio de exames de sangue, que detectam a presença de anticorpos contra a bactéria Treponema pallidum. Existem dois tipos principais de testes:

• Testes não treponêmicos (como o VDRL), que avaliam a presença de anticorpos e são usados para monitorar a resposta ao tratamento;
• Testes treponêmicos (como o FTA-ABS), que confirmam a infecção, detectando anticorpos específicos para a sífilis.

Esses testes são rápidos e quando se tem o resultado positivo, o tratamento poderá ser feito e, geralmente, utilizará a penicilina, um antibiótico altamente eficaz contra a bactéria.

O tipo e a dose do antibiótico variam conforme o estágio da doença e o tratamento costuma ser realizado em doses injetáveis. Em caso de dúvidas, não hesite em buscar ajuda do seu médico infectologista de confiança.

Fontes:

• CDC – Sifilis
• UpToDate

Artigo Publicado em: 31 de jul de 2019 e Atualizado em: 21 de jan de 2025