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O Que É Tétano e Como Prevenir a Doença

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Se você já encostou e passou perto de algum objeto enferrujado, certamente já deve ter ouvido alguma frase que continha a palavra tétano. Mas, ao contrário do que muitos imaginam, o contato com a ferrugem não é o único meio de adquirir a doença.

Continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre o que é o tétano, como uma pessoa pode se infectar e seus principais meios de tratamento e prevenção.

Tétano

Muito associado à ferrugem, o tétano é uma doença infecciosa causada por uma bactéria denominada Clostridium tetani que afeta o sistema neurológico do paciente como consequência da liberação de toxinas produzida pelo micro-organismo.

Além disso, é possível que a pessoa infectada experimente outros efeitos, como a contração violenta e espasmos na musculatura, uma vez que a condição pode mexer com a regulação do sistema muscular.

Causas do Tétano

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É possível que uma pessoa contraia a condição por diferentes meios. Causada por uma bactéria que pode ser encontrada no meio ambiente, mais precisamente no solo, em poeiras ou em fezes de animais.

Os esporos do Clostridium tetani entram no organismo a partir de:

  • Ferimentos contaminados com saliva, sujeira ou fezes;
  • Feridas de punção, causadas por objetos perfurantes como agulhas e pregos;
  • Lesões com tecido morto;
  • Lesões por esmagamento;
  • Queimaduras.

Quando as bactérias são lisadas dentro do organismo, liberam uma exotoxina chamada tetanospasmina que penetram nas terminações nervosas periféricas, liga-se de modo irreversível, percorre de maneira retrógrada ao longo dos axônios e através das sinapses (ligações entre os neurônios, que são as células do nosso sistema nervoso) e, finalmente, entra no sistema nervoso central. Essa substância é a responsável pelo bloqueio dos sinais neurológicos entre a coluna vertebral e os músculos.

Os espasmos causados pela quebra de comunicação podem ser tão intensos que levam ao rompimento muscular ou até mesmo a quadros de fratura da coluna.

Tempo de incubação

Um paciente infectado pela bactéria do tétano pode levar cerca de 3 a 21 dias para começar a apresentar os sintomas da condição. O tempo médio de incubação do agente transmissor é de 10 dias. Veja a seguir os principais sintomas do tétano:

Sintomas do Tétano

Sintomas gerais:

  • Hipertonia (rigidez) muscular na região do pescoço, nuca e/ou abdômen;
  • Hipertonia (rigidez) no maxilar;
  • Contrações musculares especialmente da mandíbula e pescoço
  • Rigidez abdominal
  • Espasmos musculares generalizados sem outra causa médica aparente.
  • Dificuldade para engolir
  • Mialgia (dor muscular);
  • Reflexos exagerados
  • Sudorese;
  • Hipertensão;
  • Taquicardia;
  • Convulsões;
  • Dor de cabeça;
  • Febre baixa
  • Faringite

Existem 4 formas de apresentação clínica do tétano:

Tétano generalizado

  • Trismus (incapacidade de abrir a boca secundária ao espasmo do músculo masseter) – 50 a 70% das pessoas com esta apresentação)

Trismus

  • Rigidez muscular generalizada com espasmos reflexos intermitentes em resposta a estímulos mesmo leves (por exemplo, luz, ruído, toque)
  • As contrações tônicas que causam opistótono (flexão e adução dos braços, aperto dos punhos e extensão das extremidades inferiores)

opistótono

Durante os episódios de opistótono, os pacientes permanecem lúcidos durante todo o tempo e sentem dores intensas. Os espasmos são tão intensos que podem causar fraturas, rupturas de tendão e insuficiência respiratória aguda.

Tétano localizado

  • Rigidez persistente no grupo muscular próximo ao local da lesão.Esta forma de apresentação é bem mais leve com a taxa de mortalidade muito baixa.

Tétano cefálico

  • Paralisia dos nervos cranianos localizada ou generalizada

O tempo de incubação aqui é curto, de 1 a 3 dias. Este tipo de apresentação pode ocorrer após traumatismo cranioencefálico ou como complicação de otite média aguda (infecção dos ouvidos).

Tétano neonatal

  • Irritação intensa
  • Não consegue comer
  • Rigidez e espasmos

Este quadro se inicia por volta de 1 semana de vida e tem um prognóstico muito ruim.

Ocorre quando uma mãe que não está com a vacina em dia tem um parto em péssimas condições de higiene, cortando o cordão umbilical com objeto contaminado

Tétano neonatal

Diagnosticando o Tétano

Ao chegar para atendimento médico, descreva todos os sintomas para o profissional que está fazendo seu atendimento. Informe-o também sobre seu histórico médico e de vacinação.

O especialista poderá confirmar o diagnóstico de tétano com base nas suas informações e com a realização de exames físicos para verificar algum sinal de espasmo muscular ou rigidez no corpo.

Geralmente, esse tipo de diagnóstico não envolve exames laboratoriais, no entanto, pode ser solicitado exames de sangue, imagem (tomografias e ressonâncias do crânio) ou líquor (líquido da coluna) para descartar outras doenças com sintomas parecidos, como meningite, raiva ou envenenamento.

Complicação

  • Espasmos das cordas vocais
  • Fratura óssea durante as crises de espasmos
  • Problemas respiratórios
  • Pneumonia aspirativa
  • Altos níveis de pressão arterial
  • Arritmias cardíacas
  • Embolismo pulmonar (obstrução das artérias pulmonares)
  • Óbito (letalidade pode chegar a 90% em populações de extremos de idade não tratadas)

Tratamento Para Tétano

Apesar de não haver um tratamento específico, hoje em dia, a maioria dos pacientes que recebem tratamento de suporte avançado se recuperam.

Tratamento das feridas

  • Desbridamento precoce e completo dos ferimentos uma vez que o tecido sujo ou morto facilita a reprodução da bactéria, liberando mais toxina
  • Antibióticos para a ferida como Metronidazol ou penicilina

Tratamento de suporte

  • Suporte respiratório adequado conforme necessidade como oxigênio, tubos respiratórios ou máquinas de respiração.
  • Benzodiazepínicos para espasmos musculares
  • Fármacos para disfunção autonômica (abaixar pressão arterial, abaixar frequência cardíaca, etc)
  • Hiperalimentação endovenosa evitando broncoaspiração secundária de alimentos dados pela sonda enteral
  • Sonda vesical se ocorrer retenção urinária
  • Tubo retal para controle da distensão abdominal
  • Tratamento das complicações como antibióticos para pneumonias

Imunoterapia

Imunoglobulina tetânica humana para neutralizar as toxinas que ainda não se ligaram ao sistema nervoso
Imunizar usando o toxóide tetânico (vacinação), tomar cuidado para injetá-lo em um local diferente do corpo do que a antitoxina

Prevenção

Cuidados com feridas

Qualquer lesão corto contusa, especialmente as causadas por material enferrujado ou exposto ao tempo como madeiras ou outros materiais sujos , deve ser lavado imediatamente com água e sabão e revisar o esquema vacinal imediatamente

Cuidados com feridas

Feridas abertas

Feridas abertas são portas de entrada para bactérias
É importante manter cuidados de higiene em toda e qualquer ferida que se faça no corpo, sejam elas bolhas, fissuras ou arranhões.

Vacinação

Vacinação

A infecção por tétano não confere imunidade; portanto, a menos que o histórico de vacinação indique a conclusão de uma série primária completa, os pacientes devem receber uma série completa de vacinação primária contra tétano.

No Brasil, a aplicação desse imunizante é realizada em 3 doses, ainda na infância

Mas adultos não vacinados ou com histórico vacinal desconhecido, devem receber as 3 doses a qualquer idade: uma dose de dTpa (difteria, tétano e coqueluche) e duas doses de dT o (difteria e tétano) no esquema 0 – 2 – 4 a 8 meses

Adultos com esquema de vacinação básico incompleto: uma dose de dTpa a qualquer momento e completar a vacinação básica com dT (dupla bacteriana do tipo adulto) de forma a totalizar três doses de vacina contendo o componente tetânico.

Caso a pessoa já tenha recebido a dose completa da vacina é necessário fazer a dose de reforço a cada 10 anos

vacina do tétano em gestantes

Em gestantes não vacinadas e/ou histórico vacinal desconhecido => Deve receber duas doses da vacina dT (Dupla adulto, que protege contra a difteria e tétano e uma dose de vacina dTpa (Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto – que protege contra a difteria, tétano e coqueluche), sendo que a dTpa deve ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação. Respeitar intervalo mínimo de um mês entre elas.

Em gestantes com vacinação incompleta tendo recebido uma dose de vacina contendo o componente tetânico => Uma dose de dT e uma dose de dTpa, sendo que a dTpa deve ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação. Respeitar intervalo mínimo de um mês entre elas.

Em gestantes com vacinação incompleta tendo recebido duas doses de vacina contendo o componente tetânico => Deve receber uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação.

Em gestantes previamente vacinadas, com pelo menos três doses de vacina contendo o componente tetânico => devem receber uma dose de reforço da vacina dTpa na 20º semana de gestação, independente do tempo da última vacina (mesmo que tenha recebido no último parto)

Em caso de dúvidas e necessidade de aconselhamento, procure seu médico infectologista de confiança.

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Dra. Keilla Freitas
CRM-SP 161.392 RQE 55.156-Residência médica em Infectologia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) com complementação especializada em Controle de Infecção Hospitalar pela USP (Universidade de São Paulo); Pós-Graduação em Medicina Intensiva pela Universidade Gama Filho; Graduação em Medicina pela ELAM, com diploma revalidado por prova de processo público pela UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso); Experiência no controle e prevenção de infecção hospitalar com equipe multidisciplinar no ajustamento antimicrobiano, taxa de infecção do hospital e infectologia em geral, atendendo pacientes internados e com exposição ao risco de infecção hospitalar; Vivência em serviço de controle de infecção hospitalar, interconsulta de pacientes cardiológicos e imunossuprimidos pós-transplante cardíaco no InCor (Instituto do Coração) ; Gerenciamento do atendimento prestado aos pacientes internados em quartos e enfermarias, portadoras de doenças crônicas e agudas com necessidades de cuidados e controles específicos.


https://www.drakeillafreitas.com.br/quem-somos/

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