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Apesar da cura do HIV ainda não ser uma realidade, existem várias experiências de supressão do vírus HIV após interrupção de medicação
Estes casos acabam guiando cientistas a buscar novos caminhos para a cura
Existem muitas linhas de pesquisa e serão abordadas mais adiante
Entre elas, uma bastante promissora que está sendo desenvolvida aqui mesmo em São Paulo, associa várias estratégias de tratamento para alcançar a cura definitiva do HIV
De todas as conquistas que a humanidade teve contra o HIV nestes últimos 30 anos, a Terapia Antirretroviral (TARV) é a maior delas.
— Se me perguntassem três anos atrás se o HIV tem cura, minha resposta seria não. Contudo, hoje, é sim! — disse, durante uma conferência, Mario Stevenson*, chefe da Divisão de Doenças Infecciosas e diretor do Instituto de Aids da Universidade de Miami, nos EUA.
Contudo, a ciência segue buscando caminhos para a cura do HIV.
É importante que todas as pessoas tenham consciência das dificuldades que os cientistas enfrentam para alcançar essa “cura”.
É por essas e outras limitações do tratamento que, apesar de sua grande eficácia, a cura segue sendo buscada.
Os antirretrovirais (ARVs) conseguem suprimir a carga viral circulante no sangue e evitar a progressão da infecção.
Não é capaz de suprimir 100% dos vírus existentes no organismo.
Contudo, eles são incapazes de penetrar nos reservatórios virais formado pelos vírus em estado de latência.
O vírus se aloja em locais que os ARVs não alcançam ou chega em uma quantidade muito reduzida.
O material genético do vírus HIV fica inerte dentro das células infectadas.
Neste estado eles não se multiplicam. É como se estivessem “hibernando” escondidos dentro das próprias células do nosso corpo.
O número de células no nosso corpo infectadas pelo HIV em estado de latência varia de 0,0001 a 0,1 %.
Quanto maior o tempo de infecção pelo HIV não tratada, maior a quantidade de células infectadas, ou seja, maior o reservatório do HIV ou santuários.
O HIV não infecta células permanentes
Para entrar na célula do hospedeiro, o vírus HIV usa uma porta de entrada.
A maioria dos vírus HIV utiliza como porta entrada, um receptor chamado CCR5.
1% das pessoas possuem um gene mutante e não expressa o CCR5, logo a maioria dos vírus HIV não consegue entrar na célula.
Contudo, existem alguns vírus que não utilizam o CCR5 como porta de entrada. Assim, mesmo pessoas com esta mutação genética, poderiam ter circulação do vírus no organismo.
Cerca de 1 a 3 % da população geral possui controladores de elite para o HIV
Estima-se que 1/3 dessas pessoas acabam por perder este status de controlador de elite após mais ou menos 8 anos de infecção.
Uma vez perdido este status, caso a pessoa não se trate, haverá a evolução da infecção pelo HIV.
Existem 2 tipos de Cura:
Ausência de replicação viral no sangue sustentada por um longo período, mesmo sem TARV, mesmo que ainda exista algum vírus latente no corpo.
De maneira geral, ao interrompermos o tratamento do HIV, o vírus volta a ser detectado no sangue em até 2 meses.
Isso ocorre pois os vírus que estão nos reservatórios começam a sair do estado de latência.
O único caso de cura esterilizante do HIV em toda a historia da humanidade foi do senhor Timothy Ray Brown.
O caso ficou conhecido com Paciente de Berlim.
Alguns estudos com modelo matemático calculam que se conseguíssemos tirar todos os vírus HIV do organismo do estado de latência, com tratamento plenamente supressor, haveria uma queda constante da quantidade de células infectadas até alcançar a cura.
Mas segundo estes modelos matemáticos seriam necessários de 54 a 77 anos de tratamento para curar a infecção crônica do HIV, dependendo da quantidade de células latentes no organismo.
Tratamento precoce da infecção pelo HIV levando a um menor reservatório
Não chega à cura do vírus, mas torna as pessoas mais próximas da cura no momento em que a cura chega.
Medicamentos inibidores da latência:
A melhor forma para se tirar o vírus da latência é associando-se pelo menos 2 destes medicamentos.
Fortalecer e “treinar”as células do sistema imune para que elas mesmas possam reconhecer e matar as células cronicamente infectadas pelo vírus HIV.
Isso pode ser feito através de vacinas terapêuticas feitas a partir do próprio vírus HIV.
Estas vacinas seriam capazes de estimular a produção de células CD8 capazes de matar células cronicamente infectadas pelo vírus
As estratégias de “choque e morte” poderia expulsar os vírus latentes dos reservatórios “rasos” e eliminá-los
Matar as células infectadas com vírus em estado de latência
Exemplo de medicamento que faz isso:
Em seguida, as estratégias de “silenciamento“, acompanhadas de potente vigilância imunológica anti-HIV.
Esta estratégia busca a inativação permanente do vírus latente.
Estudos de engenharia genética que tentam transformar a célula da pessoa em células naturalmente resistentes ao vírus HIV
O caminho mais lógico para a cura parece ser a soma de várias estratégias.
Foi isso o que foi feito em São Paulo.
Estudo para a cura do HIV realizado em São Paulo mostra resultados promissores
O estudo foi iniciado em 2013 na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Ele associa quatro estratégias para cura do vírus HIV
A vacina é feita com o vírus e as células do próprio paciente.
Esta vacina consegue ensinar o organismo a encontrar as células infectadas e destruí-las. Eliminando o vírus HIV.
O estudo foi iniciado em julho de 2015.
Os voluntários foram divididos em seis grupos comparativos com cinco participantes cada:
Todas essas medidas foram feitas no início do estudo e a cada 4 semanas até completar 48 semanas.
Nos pacientes submetidos à vacina de células dendríticas após a semana 48, estas análises se estenderão até dois meses após a terceira dose da vacina.
No grupo onde foram feitas todas as estratégias, verificou-se
Fonte:
*Dia dia 02/04/2017
Artigo atualizado em 11/04/2023 18:50
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SORO POSITIVO COM CARGA VIRAL INDETECTÁVEL Á MAIS DE 8 ANOS (OITO ANOS) E TOMANDO MEDICAÇÃO PERFEITAMENTE EM DIAS SEM NENHUMA FALHA E TAMBÉM SEM NENHUMA DST, PODE TRANSMITIR O VÍRUS ATRAVÉS DO SEMÉM? OU SEJA, EJACULAR DENTRO DA ESPOSA SENDO QUE ELA NÃO TEM O VIRUS? SOMOS SORO DISCORDANTES E SOMOS CASADOS A 30 ANOS E A 10 TENHO O VÍRUS E NÃO MANTENHO NENHUMA OUTRA RELAÇÃO FORA DO CASAMENTO
Vários estudos (https://www.drakeillafreitas.com.br/hiv-indetectavel-e-intransmissivel/) já provaram que carga viral indetectável hpa mais de 6 meses em pessoa com tratamento continuo não transmite o vírus em relação sexual memso sem preservativo.
Tenho HIV a 10 anos e estou indetectável desde então, por causa dos retrovirais tomados de forma disciplinada. Me casei, tive uma filha, que hoje tem cinco anos. E minha mulher é saudável e durante toda a gravidez, ela fazia o exame de HIV, negativo. Pelo exposto, a contaminação é possível? Queremos ter outro filho. Precisamos de algum cuidado adicional? Meu cd4 é de 1100, variando menos de 5% pra baixo ou pra cima.
as respostas para as suas perguntas estão nestes posts:
http://www.drakeillafreitas.com.br/hiv-indetectavel-e-intransmissivel/
http://www.drakeillafreitas.com.br/vivendo-com-o-hiv-ter-filhos-sem-expo-los-ao-risco-da-doenca/
Dr. os meus sintomas como dor de cabeca, dor nos olhos e tensao muscular pode ta relacionado ao estresse}? ja teve caso de pacientes que ficaram estressados e tiveram esses sintomas. mas n estavam infectados? to no 10 dia. Essas reacoes n deveriam aparecer a partir do 14?
Ha uns oito dias atras eu encontrei um rapaz e eu me esfreguei com ele, sendo que eu estava com cueca e ele sem, e em alguns momentos a cabeca dos nossos penis se encontro e se esfrego, mas eu de cueca. Alem disso teve uma hora que ele enfiou o penis dele dentro da minha cueca mas tirou logo e nem encostou no meu penis. Fui ao cta fiz o teste rapido com 3 dias e nao deu nada e a medica nao me passou a pec pois disse que como nao houve penetracao.
Boa tarde. O risco para a situação descrita é insignificante.
Dr. os meus sintomas como dor de cabeca, dor nos olhos e tensao muscular pode ta relacionado ao estresse}? ja teve caso de pacientes que ficaram estressados e tiveram esses sintomas. mas n estavam infectados? to no 10 dia. Essas reacoes n deveriam aparecer a partir do 14?
Olá, beijei as costas de uma profissional do sexo e ela estava bem suada. Senti o suor na minha boca e acredito que engoli o suor dela. Corro algum risco? Devo fazer o PEP?
Estou sentindo fraqueza ,tontura , uma parte da língua branca com feridas, garganta ferida , quando fico 5 minutos em pé aparece umas manchas brancas mas quando sento some ,tontura, câimbras nos dedos, dores na perna, Estouros na barriga, Estou soltando gases com frequências, tenho prisão de gases, tem horas que minhas veias ficam muito aparecendo, ja apareceu uns pontinhos vermelhos na minha perna mas sumiram, coceira na pele. Será se é AIDS ? Nunca fiz teste de hiv.
Bom dia. Não consigo emitir um parecer sem te examinar. Você precisa se consultar com um médico infectologista de sua confiança para te avaliar pessoalmente e pedir os exames necessários.
Oi Doutora. Eu sou + e comecei o tratamento 3 meses depois de contrair. Meu CD4 nunca chegou a baixar e fiquei indetectável no mês seguinte. Meus exames são todos normais e minha saúde se elevou bastante depois do tratamento (porque passei a ter novos hábitos alimentares e execícios fisicos) e já estou indetectável a há 6 meses. Eu posso ter um relacionamento monogâmico sem se preocupar com meu sêmen? Coisas do tipo engolir o semen ou não interromper o coito?
A carga viral indetectável não transmite o vírus (saiba mais aqui: https://www.drakeillafreitas.com.br/hiv-indetectavel-e-intransmissivel/), porém há outras IST's com que se deve preocupar.
Para saber mais sobre os riscos do sexo oral, sugiro a leitura deste artigo: https://www.drakeillafreitas.com.br/os-riscos-do-sexo-oral/
Olá doutora. Sou + e descobri no mês que contrai, no mês seguinte ja estava indetectável. Não tenho efeitos colaterais, e nem parei o tratamento meus exames de CD4 e sangue estão normais. Já tem 6 meses. Eu posso ter uma relação monogâmica normal? Sem se preocupar com Pep ou com o meu sêmen em relação a minha(meu) pareceira(o). Digo coisas como não interromper o coito e não ou ingestão do sêmen. Contraí porque fui violentado e não tenho hábitos poligamicos
Boa noite. Para saber mais sobre carga viral indetectável, sugiro a leitura deste artigo: https://www.drakeillafreitas.com.br/hiv-indetectavel-e-intransmissivel/
Doutora bom dia. Tive uma exposição de risco deixei ele esfregar o penis por fora da vagina. Nao houve penetração sem camisinha. No outro dia descobri q ele tem hiv e toma os medicamentos mas mesmo assim eu fui no medico e ele me receitou pep. Estou tomando ainda. Só que a ex mulher dele me disse que em maio ele fez exame de carga viral e veio escrito não reagente. Doutora esse exame de carga viral vem escrito não reagente tambem? Porque eu achei que vinha escrito só indectavel. A pep é eficaz?
Nao consigo emitir um parecer sobre o exame sem avaliá-lo por completo. O uso da PEP é eficiente na maioria das vezes, desde que tomado da maneira correta. Seu uso é indicado para início com no máximo 72h da exposição de risco, após esse período não há benefício comprovado. Quanto mais cedo seu início, mais eficiente será seu efeito.
Dra tenho duas duvidas:
1 - receber sexo oral de soropositivo indetectavel e logo apos sentir dor corpo e 7 dias dor garganta pode ser risco ou e piscologico
2- algum risco de dst para sexo insertivo mesmo com camisinha em parceiro desconhecido
1- isso não tem relação com o HIV, se tem sintomas, sugiro que procure um médico Infectologista de sua confiança para te avaliar pessoalmente e solicitar todos os exames cabíveis para o seu caso.
2- se a camisinha foi usada adequadamente durante todo o ato, tirando infecções com lesões ativas, os riscos para outras ISTs são mínimos.