Hepatite D – Saiba Mais
Publicado: 30/07/2024
Publicado: 30/07/2024
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Sabemos que as hepatites virais são causadas por diferentes vírus que atacam o fígado, como os vírus A,B,C,D e E. Especificamente neste artigo focaremos no tipo D da doença, também conhecida como hepatite delta (HDV). Assim como suas colegas, este vírus ataca as células do fígado causando quadros de inflamação, fibrose e cirrose, o tipo Hepatite D é considerado um dos causadores dos quadros mais graves de hepatite.
Quando não tratada adequadamente, essa condição pode progredir até mesmo para a insuficiência hepática, onde o fígado já não é mais capaz de realizar suas funções. Continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre a Hepatite D.
A prevalência global da infecção pelo HDV varia significativamente. Estima-se que cerca de 15 a 20 milhões de pessoas estejam infectadas com HDV em todo o mundo, principalmente em áreas onde a hepatite B é endêmica.
Isso ocorre pelo simples fato do HDV necessitar da presença do HBV, vírus da hepatite B, para conseguir se replicar e se propagar. Quando uma pessoa já vive com o vírus da hepatite tipo B e é infectada posteriormente com o vírus tipo D podemos dizer que ela tem uma superinfecção.
O Vírus delta da hepatite D só se multiplica em quem já está infectado pelo vírus da hepatite B.
Chamamos de tipo agudo aquela infecção por HDV de curto prazo. Em alguns pacientes, o próprio sistema imunológico se encarrega de resolver a infecção fazendo com que o vírus desapareça.
Chamamos de hepatite D crônica aquela infecção duradoura, ou seja, quando o organismo não é capaz de combater a infecção por conta própria. Além disso, aquelas pessoas co-infectadas pelos vírus das hepatites B e D poderão desenvolver complicações com mais frequência e mais rapidamente do aquele infectado apenas pelo vírus B.
Pacientes em fase aguda da hepatite D podem apresentar sintomas como fadiga, dores abdominais, náuseas, vômito, perda de apetite, urina escura, febre moderada, fezes claras. Já na fase crônica da infecção pela hepatite D os sintomas mais comuns são a fadiga persistente, icterícia, desconforto abdominal, acúmulo de líquido na cavidade abdominal, inchaço nas pernas e tornozelos, hemorragias, encefalopatia hepática e perda muscular.
Em alguns casos, o paciente pode vir a desenvolver quadros de Carcinoma Hepatocelular, conhecido por ser um tipo de câncer que afeta o fígado.
O diagnóstico da hepatite D (HDV) é um processo multidisciplinar que envolve testes clínicos, laboratoriais e moleculares. É crucial identificar a coinfecção ou superinfecção com o vírus da hepatite B (HBV), pois o HDV depende do HBV para se replicar.
O primeiro passo é consultar um médico de sua confiança que investigará todo o histórico de exposição a fatores de riscos para as hepatites tipo B e D, analisando também os sintomas descritos pelo paciente e seu histórico familiar.
Com esses dados coletados, exames físicos e laboratoriais serão solicitados, podendo incluir testes de função hepática, testes sorológicos, detecção de antígenos e RNA do vírus da hepatite bem como sua carga viral.
Em certos casos, exames de imagem como ultrassonografia hepática, elastografia hepática e tomografia computadorizada podem ser necessários.
Em casos selecionados, pode ser necessária a realização de uma biópsia hepática para avaliar diretamente o grau de inflamação e fibrose no fígado. Este procedimento invasivo é útil quando os resultados dos testes laboratoriais e de imagem são inconclusivos.
Atualmente, o tratamento da hepatite D é um desafio. O medicamento de nome interferon peguilado é a única terapia aprovada para o tratamento do HDV, embora sua eficácia seja limitada, beneficiando apenas 30% dos casos, e esteja associada a efeitos colaterais significativos.
Pesquisas estão em andamento para desenvolver novos tratamentos para a hepatite D. Agentes antivirais como bulevirtide (Hapludox) têm mostrado resultados promissores em ensaios clínicos. O bulevirtide é um inibidor de entrada do HDV que bloqueia a entrada do vírus nas células hepáticas, reduzindo a carga viral.
A prevenção da hepatite D está intimamente ligada à prevenção da hepatite B, já que o HDV necessita do HBV para se replicar. Por isso, recorrer à vacina contra a hepatite B é fundamental para prevenir a hepatite D.
Além disso, estratégias de prevenção incluem o uso de práticas seguras em ambientes médicos, educação sobre modos de transmissão e programas de triagem para indivíduos em risco. Em áreas de alta endemicidade, programas de vacinação e campanhas de conscientização são cruciais para controlar a propagação da hepatite D. Para mais informações sobre esse e outros tipos de hepatite, não deixe de consultar seu médico infectologista de confiança.