Você está aqui
Home > Vídeos > HIV/AIDS > HIV – Carga Viral Detectável Mesmo com o Tratamento

HIV – Carga Viral Detectável Mesmo com o Tratamento

Carga Viral Detectável
Compartilhe

O HIV é um dos maiores desafios de saúde pública global da atualidade. Desde a sua descoberta na década de 1980, esforços significativos foram feitos para entender, tratar e controlar a infecção. Com os esquemas antivirais atuais, praticamente todas as pessoas que seguem o tratamento contínuo adequado alcançam uma carga viral suprimida.

No entanto, uma questão que ainda preocupa é a ocorrência de carga viral detectável mesmo em pessoas que estão em tratamento. Mas por que isso acontece? O que fazer ? Que atitude devemos tomar com o parceiro ou parceira especialmente em casais sorodiferentes? Quando um paciente em tratamento com carga viral detectável tem que se preocupar?

O HIV

Conhecido popularmente como HIV, o vírus da imunodeficiência humana é uma infecção sexualmente transmissível bastante conhecida em todo o mundo. Apesar disso, ainda existem diversos tabus que fazem com que ela não seja corretamente diagnosticada, levando uma parte considerável dos pacientes a estágios mais graves e até mesmo a morte.

A condição é responsável por afetar diretamente o sistema imunológico de uma pessoa, tornando-a mais suscetível a desenvolver diversos tipos de infecções. O HIV é transmitido por meio de fluidos corporais como sangue, sêmen, fluidos vaginais e leite materno.

Você Suspeita Estar com Alguma Infecção?

Agende Hoje mesmo uma Consulta com infectologista.

Embora ainda não haja cura, a terapia antirretroviral (TARV) é altamente eficaz no controle do vírus. Quando usada corretamente, a TARV pode reduzir a carga viral a níveis indetectáveis, prevenindo a progressão para AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), diminuindo o processo inflamatório generalizado causado pelo vírus e impossibilitando a transmissão do vírus a outras pessoas pela via sexual

Entendendo a Carga Viral e a Terapia Antirretroviral

O termo carga viral do HIV refere-se à quantidade de vírus circulando no sangue da pessoa. A principal meta do tratamento antirretroviral é reduzir essa carga viral a níveis indetectáveis. Mais precisamente abaixo de 50 cópias de vírus por ml de sangue

Pessoas em tratamento continuo mantendo carga viral indetectável há mais de 6 meses são incapazes de transmitir o vírus durante relações sexuais desprotegidas, ou seja, sem o uso de preservativos.

O tratamento, denominado TARV, consiste em uma combinação de medicamentos que impedem a replicação do vírus em diferentes estágios de seu ciclo de vida.

A Carga Viral Detectável

Ter uma carga viral detectável em vigência do tratamento é uma notícia que nenhum paciente vivendo com HIV quer ter, mas isso não necessariamente significa falha do tratamento. Em muitos casos, uma carga viral detectável de baixa viremia é temporária e na seguinte coleta já está indetectável

Contudo, uma carga viral persistentemente detectável acima de 1.000 cópias pode ter várias implicações sérias:

  • Risco de Transmissão: Pessoas com carga viral detectável têm um risco maior de transmitir o HIV a outras pessoas, seja por contato sexual, compartilhamento de agulhas ou de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação;
  • Progressão da Doença: Uma carga viral alta e persistente pode indicar que o HIV está se replicando ativamente, o que pode levar à deterioração do sistema imunológico e ao desenvolvimento de AIDS;
  • Aumento da inflamação = mesmo que o número de linfócitos CD4 não seja reduzido de forma importante como pode acontecer nas pessoas chamadas precursor lento, por mecanismos ainda não totalmente elucidados, o fato é que a capacidade inflamatória do vírus é maior quanto maior for a carga viral e isso sozinho já é motivo para preocupação pois aumenta o risco de complicações a longo prazo relacionadas à inflamação como problemas cardíacos, renais, hepáticos, oculares neurológicos e etc.
  • Criação de Resistência: A replicação do vírus no sangue continuamente permite que o vírus desenvolva resistência a mais medicamentos, reduzindo as opções de tratamento disponíveis no futuro. Especialmente nos casos de uso irregular da medicação.

Carga Viral Detectável: Causas e Fatores Contribuintes

Se mesmo com o tratamento adequado você notar níveis detectáveis do vírus no organismo a partir de exames, não se desespere, é preciso entender qual a causa da detectabilidade do vírus

Carga viral Detectável: Tipos

  • Bleep viral

No contexto do tratamento do HIV, um “bleep viral” significa um aumento transitório e isolado na carga viral É sempre de baixa viremia, ou seja, carga viral entre 50 e 200 e transitório, ou seja, pouco tempo depois a carga viral volta a ficar indetectável naturalmente, ou seja, sem qualquer intervenção.

Os bleeps são relativamente comuns e não indicam falha de tratamento de nenhuma maneira. Tampouco configuram risco de transmissão ao parceiro ou parceira pela via sexual sem preservativo. Ou seja, mesmo que você tenha acabado de ter relação sexual com seu parceiro ou parceira sem preservativo, faça um teste de carga viral no dia seguinte e este venha com um bleep viral, você não colocou seu parceiro em risco.

Por que ocorre o Bleep viral ?

  • Pequenos lapsos de adesão à medicação
  • Vacinação
  • Quedas transitórias do sistema imunológico
    • Infecções agudas mesmo que não chegue a apresentar sintomas de doença
    • Quadros inflamatórios inespecíficos agudos autolimitados
    • crises que descompensam a saúde mental como Estresse, ansiedade ou depressão
    • cansaço físico ou mental
    • sono não reparador
    • Uso esporádico de drogas ilícitas ou mesmo álcool
  • Variabilidade laboratorial
    • Testes laboratoriais têm um nível de precisão, mas há sempre uma margem de erro. Fatores como manipulação inadequada da amostra ou problemas técnicos podem levar a resultados falsamente elevados de carga viral.
  • interação medicamentosa com remédio de uso eventual
    • Certos medicamentos, suplementos ou até mesmo alimentos podem interferir na eficácia dos antirretrovirais. Essas interações podem reduzir a absorção ou aumentar a eliminação dos medicamentos, comprometendo sua eficácia.
  • Situações transitórias que confiram baixa absorção dos antivirais
    • Como por exemplo problemas de má absorção intestinal
  • Variabilidade genética do vírus: Algumas variantes do HIV podem ser mais propensas a causar bleeps virais, mesmo em pessoas com boa adesão ao tratamento.

Carga viral persistente de baixa viremia

Alguns pacientes vivendo com HIV podem apresentar carga viral detectável de baixa viremia em mais de uma amostra coletadas com pelo menos 1 mês entre elas.
Alguns estudos definem baixa viremia como a carga viral no sangue entre 50 e 200 cópias, já outros estudos definem baixa viremia como abaixo de 1.000 cópias.

Independente desses 2 parâmetros, a organização mundial da saúde considera uma pessoa com carga viral abaixo de 1.000 cópias como supressão viral, inclusive com baixíssimo risco de transmissão.

Causas de baixa viremia persistente:

  • Quedas persistentes do sistema imunológico
    • Infecções persistentes ou crônicas, mesmo que não chegue a apresentar sintomas de doença ou curso com sintomas arrastados e frustros
    • Quadros inflamatórios inespecíficos persistentes ou crônicos
    • Problemas persistentes na saúde mental como Estresse, ansiedade ou depressão não ou mal controladas
      cansaço físico ou mental persistente
    • sono não reparador persistente
    • Uso frequente de drogas ilícitas ou mesmo álcool
  • Interação medicamentosa com remédio de uso contínuo
    • Certos medicamentos, suplementos ou até mesmo alimentos podem interferir na eficácia dos antirretrovirais. Essas interações podem reduzir a absorção ou aumentar a eliminação dos medicamentos, comprometendo sua eficácia.
  • Situações persistentes que confiram baixa absorção dos antivirais
    • Como por exemplo doenças de má absorção intestinal
  • Esquemas terapêuticos subótimos ou inadequados para o perfil de resistência viral do paciente.

>>A carga viral detectável persistente de baixa viremia não significa necessariamente falha no tratamento, mas requer investigação e acompanhamento médico cuidadoso.

Falha virológica

Temos 2 situações que consideramos falha virológica ou falha terapêutica:

  • carga viral detectável mesmo após 6 meses de tratamento
  • carga viral detectável em pelo menos duas medidas coletadas com pelo menos 4 semanas entre elas em pessoas que mantinha a carga viral indetectável

Causas de falha virológica:

Os 2 principais motivos para a falha virológica são Resistência viral e abandono de tratamento.

  • Resistência viral
    • Mutações virais podem conferir resistência aos antivirais. Seja em pacientes já infectados por vírus resistente ao esquema de primeira escolha, nesse caso a pessoa não chega a alcançar a carga viral indetectável dentro dos 6 meses após início dos ARV ou vírus evolui com resistência após a primeira infecção, seja por reinfecção por vírus resistente ou escapes virais que levam a replicação, mutação e criação de resistência.
  • Abandono de tratamento
    • Que pode estar associado ou não à resistência viral. Às vezes basta retornar com o último esquema, às vezes precisa entrar com um novo esquema.

Outros fatores já mencionados como causa de baixa viremia persistente podem de forma mais rara levar a uma falha virológica com uma maior carga viral desde que estas causas sejam mais intensas, mas geralmente essas outras causas só conseguem levar a uma viremia mais alta quando uma baixa viremia persistente inicial acaba por levar à mutação viral e criação de resistência.

  • Quedas persistentes do sistema imunológico
    • Infecções persistentes ou crônicas, mesmo que não chegue a apresentar sintomas de doença ou curso com sintomas arrastados e frustros
    • Quadros inflamatórios inespecíficos persistentes ou crônicos
    • Problemas persistentes na saúde mental como Estresse, ansiedade ou depressão não ou mal controladas
    • cansaço físico ou mental persistente
    • sono não reparador persistente
    • Uso frequente de drogas ilícitas ou mesmo álcool
  • Interação medicamentosa com remédio de uso contínuo
    • Certos medicamentos, suplementos ou até mesmo alimentos podem interferir na eficácia dos antirretrovirais. Essas interações podem reduzir a absorção ou aumentar a eliminação dos medicamentos, comprometendo sua eficácia.
  • Situações persistentes que confiram baixa absorção dos antivirais
    • Como por exemplo doenças de má absorção intestinal
  • Esquemas terapêuticos subótimos ou inadequados para o perfil de resistência viral do paciente.

O que fazer

Avaliar cuidadosamente cada fator que pode estar contribuindo para esta viremia. é muito comum existir mais de uma causa e nem sempre é possível identificar a importância que alguns fatores têm nesse quadro

Revisão da Adesão

Verificar se o paciente está tomando os medicamentos corretamente e se há barreiras à adesão, como efeitos colaterais, dificuldades financeiras ou problemas de saúde mental.

Testes de Resistência

Realizar testes de resistência genotípica para identificar se o vírus desenvolveu resistência a algum dos medicamentos usados e, se necessário, ajustar o regime terapêutico.

Ajuste de Medicação

Com base nos resultados dos testes de resistência e na revisão da adesão, os médicos podem ajustar o regime antirretroviral para incluir medicamentos mais eficazes.

Educação e Suporte

Fornecer educação contínua sobre a importância da adesão ao tratamento e oferecer suportes emocional e psicológico para ajudar a superar qualquer barreira que o paciente possa enfrentar.

Monitoramento Contínuo

Monitorar regularmente a carga viral e o estado imunológico do paciente para avaliar a eficácia do tratamento e fazer ajustes conforme necessário.

HIV – Carga Viral Detectável Durante o Tratamento do HIV – O Que Fazer?

Como ainda não há uma cura conhecida para o HIV, a chave para manter uma maior qualidade de vida é a adesão rigorosa ao tratamento, o monitoramento regular e uma resposta rápida a quaisquer sinais de falha terapêutica.

Com a abordagem correta é possível manter a carga viral sob controle e melhorar a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV. Em caso de dúvidas ou suspeitas, não hesite em contatar seu médico imunologista de confiança.

Mais informações sobre este assunto na Internet:

Compartilhe

Não tenha vergonha do HIV!

'Reserve a sua Consulta Hoje.

Dra. Keilla Freitas
CRM-SP 161.392 RQE 55.156-Residência médica em Infectologia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) com complementação especializada em Controle de Infecção Hospitalar pela USP (Universidade de São Paulo); Pós-Graduação em Medicina Intensiva pela Universidade Gama Filho; Graduação em Medicina pela ELAM, com diploma revalidado por prova de processo público pela UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso); Experiência no controle e prevenção de infecção hospitalar com equipe multidisciplinar no ajustamento antimicrobiano, taxa de infecção do hospital e infectologia em geral, atendendo pacientes internados e com exposição ao risco de infecção hospitalar; Vivência em serviço de controle de infecção hospitalar, interconsulta de pacientes cardiológicos e imunossuprimidos pós-transplante cardíaco no InCor (Instituto do Coração) ; Gerenciamento do atendimento prestado aos pacientes internados em quartos e enfermarias, portadoras de doenças crônicas e agudas com necessidades de cuidados e controles específicos.
https://www.drakeillafreitas.com.br/quem-somos/

Deixe um comentário

Top