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A queda brutal de mortes relacionadas ao HIV, que vimos desde a sua descoberta, foi devido ao desenvolvimento dos Tratamentos Antirretrovirais – TARV.
Nos últimos anos, porém, o número de mortes relacionadas à AIDS não tem se reduzido. Isso ocorre porque grande parte dos casos são diagnosticados em etapas avançadas da infecção.
Pacientes que já iniciam o tratamento em fase AIDS têm maior risco de morte, mesmo quando a carga viral já está indetectável.
Em estudo recente com mais de 55 países, evidenciou-se que mais de um terço (37%) dos diagnósticos de HIV realizados em 2015 foram feitos já em fase AIDS.
Pacientes em fase AIDS têm risco de morte aumentado mesmo após o início do Tratamento antirretroviral – TARV.
Outra tendência preocupante em países com programas de tratamento de HIV de longa data, como no Brasil, é o número crescente de abandono do tratamento, sendo que estes pacientes só retornam após o início da fase sintomática da AIDS.
Apesar da AIDS ser uma sigla que significa “Síndrome da Imunodeficiência Adquirida”, ela está relacionada exclusivamente ao vírus HIV. Ela é definida como número de células linfócitos CD4 abaixo de 200.
Linfócitos CD4 são umas das células do nosso sistema imune, atacada pelo Vírus HIV (o normal é acima de 500).
Mas também consideramos AIDS quando existe no paciente com HIV alguma doença que demonstra imunidade muito baixa.
O tempo entre a infecção pelo Vírus HIV e o aparecimento da AIDS varia totalmente de pessoa para pessoa.
O desenvolvimento da AIDS também varia em cada indivíduo.
Ela também pode levar de menos de 1 ano a mais de 15, sem tratamento antirretroviral para se desenvolver.
São aquelas pessoas infectadas pelo Vírus, que sem o tratamento adequado, demoram vários anos para chegar à fase AIDS
Essas pessoas ainda assim possuem todas os riscos e complicações relacionadas à fase crônica do HIV sem AIDS (saiba mais aqui)
– Coinfecção pelo Citomegalovírus (CMV)
– Coinfecção pelo Vírus da Monucleose (Vírus Epstein Baar – EBV)
– Coinfecção pelo Vírus Linfotrópico Humano (HTLV)
– Coinfecção pelo Vírus Herpes Simples
– Coinfecção pela Tuberculose
– Coinfecção pelo Vírus da Hepatite C
– Coinfecção pela Sífilis
– Coinfecção por fungos (histoplasmose, candidíase oral, criptococose, etc)
Uma pessoa pode estar em fase AIDS sem apresentar nenhum sintoma. Além disso, nenhum sintoma é exclusivo de pessoas que estão com AIDS.
No entanto, se uma pessoa ainda não possui diagnóstico de HIV e apresenta alguns dos sintomas abaixo, o HIV é uma das primeiras coisas que deve ser descartado.
São pápulas ou pústulas, que coçam e se localizam principalmente no couro cabeludo, face, pescoço e parte superior do tronco.
São nódulos pruriginosos, firmes, múltiplos, tipicamente localizado na superfície extensora das extremidades.
Pequenas pápulas avermelhas na pele, às vezes formam eczemas ao redor das lesões.
Diarreia = mudança da consistência (pastosas, líquidas) ou aumento da frequência das evacuações (3 vezes ou mais em 24 horas)
Diarreia crônica = Diarreia com mais de 30 dias de duração
Pessoas portadoras de HIV, mesmo com CD4 em níveis normais, possuem risco aumentado de desenvolver vários tipos de cânceres.
De fato, após a era dos antirretrovirais, as neoplasias passaram a ser uma das maiores causas de morte em pessoas portadoras do vírus HIV.
Apesar de não estarem restritas a pessoas na fase AIDS, a baixa imunidade extrema está diretamente relacionada a uma maior incidência de neoplasias e piora o prognóstico nestes pacientes.
Além disso, a coinfecção do HIV com outras infecções aumenta o risco de desenvolvimento das mesmas para lesões cancerígenas.
Exemplos:
Não é exclusivo de pacientes com AIDS, mas passou a ser icônico após o início da epidemia.
Era chamado de “Câncer gay”. Pois a primeira coisa que chamou a atenção da comunidade científica para a nova doença, foi o aumento da incidência de um câncer outrora raro e visto principalmente em idosos, em homossexuais masculinos jovens.
Na era pré-Tratamento antirretroviral, era uma doença muito estigmatizante, pois acomete a pele com grande frequência. Mas o Sarcoma de Kaposi atinge não apenas a pele. Ele pode também acometer vários órgãos, o que piora muito o prognóstico, principalmente pela sua alta disposição a sangramento.
As lesões do SP podem ser muito típicas, geralmente arroxeadas, em placas, não coçam e não doem. Contudo, em qualquer lesão cutânea em paciente com CD4 baixo, que não melhora, deve ser realizada biópsia e excluído sarcoma de kaposi ou outras neoplasias.
O SK tem tratamento com radio e quimioterápicos, mas o primeiro deles é com os antirretrovirais para aumentar a imunidade. Algumas vezes, um ARV é o único tratamento necessário para curar o SK.
Infecções Oportunistas são infecções causadas por micro-organismos que só conseguem causar infecções em pessoas com imunidade muito baixa.
Para saber mais sobre estas infecções, acesse este link:
Prevenimos a AIDS com Diagnóstico e Tratamento precoce.
A maior forma de prevenção das complicações relacionadas à AIDS é o diagnóstico precoce do HIV.
Todos devem realizar exames para o diagnóstico de HIV periodicamente, independentemente de sua conduta de risco.
Claro que pessoas com condutas de risco devem realizar os exames mais frequentemente, a cada 6 ou 3 meses.
Fonte:
Artigo atualizado em 10/08/2018 16:47
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Ver comentários
BOA TARDE. MINHA CARGA VIRAL ESTA INDETECTAVEL. DESCOBRI MINHA SOROLOGIA A 1 ANO E 7 MESES. POREM ME PREOCUPA MEU CD4 QUE ESTA 75MM. MUITO BAIXO. POREM MEU MEDICO NAO PEDIU PRA REALIZAR NENHUM OUTRO TIPO DE EXAME E APENAS PASSOU O BACTRIM. TEM ALGUM EXAME Q EU POSSA FAZER? E ELEL SO PEDIU PRA EU RETORNAS APOS 6 MESES. ACHO MUITO TEMPO PARA O CD4 TAO BAIXO
Você precisa conversar com o seu infectologista para que ele busque outras causas que podem estar contribuindo para um CD4 baixo mesmo após carga viral indetectável e enquanto isso seguir com o tratamento e as profilaxias.
Olá Dr, fiz o exame método quimioluminescencia abbott de 4 geração, 32 dias depois da relação de risco, deu Não reagente, posso confiar nesse resultado?
Boa noite. Para descartar completamente possibilidade de transmissão, sugiro que repita o exame com 90 dias após a última exposição de risco.
Bom dia Doutora! O meu marido está em tratamento a 5 meses,e nesse 5 meses ele ja fez 3 exames cd4. O primeiro 110,segundo 291 e agora baixou para 285. Pq doutora? Invés na carga viral estava escrito assim lim. Min o que significa? Ele tem médico so o dia 23 outubro, me ajude doutora
29/06/2018 às 19:07 Editar
Os valores de CD4 podem oscilar naturalmente por vários motivos, infecções vacinas, etc. o seu médico precisa avaliar esta curva de valores, a distancia feita entre estes, outros fatores que podem estar interferindo uma vez que a carga viral se mantiver indetectável além de outros exames da imunidade que podem ser interessantes serem realizados.
Umas amostra mais baixo que a anterior com uma carga viral indetectável não é motivo para pânico.
Entenda mais sobre o tratamento do HIV aqui: https://www.drakeillafreitas.com.br/tratamento-do-hiv-o-que-voce-precisa-saber/
Drª boa noite1 Descobri ha seis meses minha soropositividade.Ontem levei meu primeiro exame de carga viral e cd4 após exatos 2 meses de tratamento para meu medico. Achava que o resultado mostrava q o tratamento estava indo bem, mas ele dissse q nao. MInha carga viral de 79.000 baixou para 19.000 copias, meu cd4 de 440 subiu para 630. uso o esquema novo com o dolutegravir. ele disse q baixou pouco pois o log estava em 4.960 e baixou para 4.180. Fiquei mal ao saber
Acho que este artigo pode te ajudar em suas dúvidas: https://www.drakeillafreitas.com.br/tratamento-do-hiv-o-que-voce-precisa-saber/
Minha mãe fez um exame de Hepatite C e o resultado foi 1.01 -Reagente . Preciso de laudo para comprovar se já tenho o exame ?
Boa tarde. Ela precisa procurar um médico infectologista de confiança, juntamente com o resultado do exame, para que possa avaliá-la pessoalmente e poder confirmar ou não o diagnóstico, caso seja necessário, será solicitado mais exames.
Olá Dra° tudo bem?
fiz sexo com uma mulher com camisinha, mas recebi o oral sem corro algum risco?
Graças á DEUS até agora não tive nenhum sintoma, agradeço desde já.
Olá Gustavo. Receber sexo oral não é exposição ao risco. Para entender melhor sobre o risco de transmissão para cada tipo de exposição, sugiro a leitura do artigo: https://www.drakeillafreitas.com.br/risco-de-transmissao-do-hiv-de-acordo-a-exposicao/
Doutora estava na barbearia la tinha uma maquina de barbear que um cliente estava usando pra raspar as pernas nn reparei se ele se cortou ou nn 2 hrs dps eu vou la e uso pra raspar as pernas e acidentalmente me corto qual a chance de ter pego hiv tou preocupado obs nn tinha sangue visivel na maquina
Olá José Carlos, você se expôs a uma situação de risco ao utilizar uma lâmina de forma compartilhada. Primeiramente, evite este tipo de situação de risco. Uma lâmina que é utilizada por várias pessoas representa um alto risco de infecção de várias doenças. Para ficar tranquilo procure um médico infectologista e realize os exames indicados.
O risco e grande para hiv ?
boa tarde Dra!
passei por uma situação de risco homem mulher, sem ejaculação paramos no meio e recebi sexo oral, agora tive minha 2 convulsao em dois meses de diferença, e estou com o colo rosa.
ja fiz varios exames de hiv 4 geracao todos negativos o ultimo com 93 dias, oque devo fazer? posso para de me preocupar?
Procure um infectologista pessoalmente para te avaliar e pedir os exames cabíveis.
a saliva é infectante ou ela ajuda a eliminar virus
Transei c uma mulher hiv+ carga viral indetectavel em dez/2016. Fiz teste rápido em junho/2017 e deu negativo. Fico despreocupada?
se o exames foi realizado em local de confiança e não houve outra exposição depois disso, pode encerrar o caso.