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Em quanto tempo a AIDS se desenvolve?

Atualmente, infecções pelo vírus HIV podem e devem ser tratadas o quanto antes. Isso porque, quando não diagnosticada ou tratada corretamente, essa condição pode evoluir para quadros de AIDS, um estágio mais avançado da infecção, caracterizado por comprometimento severo do sistema imunológico.

Muitas pessoas se perguntam: em quanto tempo a AIDS se desenvolve após a infecção pelo HIV? A resposta varia de acordo com vários fatores, como características do vírus, saúde geral do indivíduo e acesso ao tratamento. Continue a leitura deste artigo e entenda melhor sobre os os prazos médios de progressão, fatores de risco e, principalmente, como o diagnóstico precoce e o tratamento antirretroviral podem impedir a evolução para a AIDS.

HIV e AIDS

O HIV, vírus da imunodeficiência humana, é uma das principais ISTs presentes em todo o mundo. Sua transmissão se dá pelo contato direto com fluidos corporais (sangue, leite materno, secreções retais, fluidos vaginais e semem) de uma pessoa infectada.

Esse retrovírus ataca o sistema imunológico, mais especificamente as células CD4, que desempenham um papel essencial na defesa do organismo contra infecções. Ao destruir essas células, o HIV enfraquece progressivamente o sistema imunológico, deixando o corpo vulnerável às doenças e infecções oportunistas.

A AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é o estágio mais avançado da infecção causada pelo vírus HIV. Ela não é uma doença isolada, mas, sim, um conjunto de sinais e sintomas que surgem quando o sistema imunológico está gravemente comprometido e não consegue mais combater infecções ou doenças como faria normalmente.

Principais Características da AIDS

  • Sistema imunológico debilitado, deixando o corpo vulnerável a infecções e certos tipos de câncer;
  • Presença de infecções oportunistas, como pneumonia bacterianas graves, toxoplasmose cerebral, tuberculose extrapulmonar ou infecções fúngicas graves;
  • Manifestações clínicas diversas, como emagrecimento extremo, febres persistentes, diarreias crônicas, lesões de pele e problemas respiratórios e neurológicos;
  • Maior risco de mortalidade, caso não haja acesso rápido ao tratamento médico adequado.

É importante pontuar que uma pessoa não se infecta pela AIDS diretamente. Ela é infectada pelo vírus HIV e caso a infecção se desenvolva e não seja controlada a infecção HIV evolui para a doença AIDS em um processo que leva um tempo variado.

Atualmente, graças à terapia antirretroviral (TARV), é possível manter o HIV sob controle, impedindo que destrua o sistema imunológico e, consequentemente, prevenindo o desenvolvimento da AIDS. Por isso, diagnosticar e tratar precocemente faz toda a diferença no curso da doença.

Em Quanto Tempo a AIDS Pode se Desenvolver

A resposta direta para esta pergunta é: depende.

Sem o tratamento adequado, a maioria das pessoas que vivem com o vírus HIV, leva de 3 a 10 anos com o vírus HIV se replicando pelo organismo dia a dia até a infecção pelo vírus HIV evoluir para a doença AIDS. Mas para algumas pessoas este período pode ser tão rápido quanto 1 ano, ou mesmo com 10 anos de infecção sem tratamento adequado ainda não estar na fase AIDS ou mesmo estar longe disso, com padrões de imunidade relacionada ao vírus HIV, mais especificamente os números de linfócitos T CD4 praticamente normais mesmo após mais de 10 anos de adquirido o vírus. estes últimos são a exceção da exceção, os chamados controladores de elite, que vou explicar um pouco mais sobre eles daqui a pouco.

Existem muitos fatores que acabam interferindo na variação desse tempo, muitos nem totalmente elucidados:

A carga viral (quantidade de vírus no sangue)

Obviamente quanto maior a carga viral do vírus HIV circulando mais o número de linfócitos CD4 caem, mas isso é uma relação inversa direta, mas não explica necessariamente o que faz algumas pessoas sem tratamento adequado terem carga viral detectável em maior ou menor quantidade ao longo do tempo.

O estado geral de saúde da pessoa no momento da infecção

Nós sabemos que um estado de saúde é composto por vários fatores, inclusive psicossociais. Sabemos também que nosso sistema imune não está composto por um ou dois tipos de células mas sim por um sistema bastante complexo com inúmeros subtipos celulares, enzimas, proteínas, hormônios que trabalham como um grande complexo para proteger nosso corpo de várias formas nas mais variadas frentes mas que também, cada um ou grupos desses componentes sofrem interferências de outra série de fatores muitas dessas coisas, inclusive não mensuráveis diretamente por exames.
Dito isso, todo este estado de equilíbrio de nossa saúde como um todo acaba por interferir na resposta inicial de nosso corpo a uma série de exposições a microrganismos com os quais nos encontramos todos os dias e isso também ocorre quando nos infectamos pelo vírus HIV. Diabetes fatores podem interferir nessa relação em diferentes graus ao longo do tempo. Fazendo com que o vírus se multiplique mais ou menos

A presença de outras infecções ou condições médicas

Se condições tão corriqueiras como a qualidade de nosso sono ou estado de saúde mental podem interferir no nosso estado geral de saúde e consequentemente em nossa forma de responder a qualquer infecção, inclusive ao HIV. Qualquer condição vigente causador constante e repetidamente de quadros inflamatórios como quadros infecciosos ainda que curáveis como infecções urinárias, e respiratórias, doenças inflamatórias crônicas, como doenças autoimunes Tudo o que enfraquece nosso corpo como um todo fortalece o HIV mas por outro lado, tudo o que nos fortalece nos ajuda a combater a conter o impacto viral em nosso organismo

Fatores genéticos individuais.

Realmente a ciência ainda não identificou muita coisa com relação ao HIV, mas nas últimas décadas temos aprendido muito e cada ponto a mais nessa curva do conhecimento nos deixa mais próximas da cura..

Já conhecemos algumas características genéticas específicas que conferem diferentes níveis de proteção do organismo da pessoa ao vírus HIV ou pelo menos a algumas cepas do vírus. Na maioria dos casos estas características fazem com que a pessoa desenvolva a infecção de forma mais lenta ou sofra menos com a inflamação viral, em casos excepcionais, características genéticas ainda mais raras podem conferir até a chamada resistência natural ao vírus HIV como o encontrado em Loreen Willenberg, nascida na califórnia nos estados unidos.

É importante ressaltar alguns pontos para que não haja dúvidas:

  • Não importa quão boa, robusta, forte seja sua imunidade, nós não estamos capacitados para resolver ou controlar a infecção pelo vírus HIV sem os antirretrovirais. Então a única forma que ainda temos hoje de garantir que a infecção não evolua para a fase AIDS é tomando os antirretrovirais

Progressão Típica do HIV para AIDS

  • Primeiras semanas (fase aguda): o vírus se multiplica rapidamente. Alguns indivíduos apresentam sintomas semelhantes a uma gripe intensa;
  • Fase de latência clínica: após a fase inicial, o HIV entra em um estado de atividade mais baixa. Essa fase pode durar vários anos, durante os quais o vírus continua a danificar o sistema imunológico lentamente, mesmo sem causar sintomas visíveis;
  • Desenvolvimento da AIDS: ocorre quando a contagem de células CD4 cai abaixo de 200 células/mm³ (normal acima de 500) ou quando surgem doenças oportunistas, como tuberculose, pneumonia grave ou sarcoma de Kaposi.

Sintomas Que Podem Indicar a Evolução para AIDS

Os sinais de que o HIV pode ter progredido para AIDS incluem:

  • Perda de peso rápida e involuntária;
  • Febre persistente e suores noturnos;
  • Cansaço extremo;
  • Inchaço prolongado dos gânglios linfáticos;
  • Infecções frequentes ou graves (pneumonias, herpes disseminado, candidíase esofágica);
  • Lesões ou manchas na pele, boca ou nos órgãos genitais.

Apesar de todos estes sintomas sugestivos, nenhum deles é específico da AIDS, podendo estar presente em várias outras condições. Por Outro lado, uma pessoa pode estar com o vírus HIV já em fase AIDS e não apresentar nenhum dos sintomas característicos até sofrer uma descompensação por uma infecção oportunista

Ao identificar qualquer desses sinais, o acompanhamento médico deve ser intensificado imediatamente.

A Diarreia Crônica e a AIDS

A diarreia crônica é um dos sintomas comuns e preocupantes em pessoas que desenvolvem AIDS. Quando o sistema imunológico está severamente enfraquecido pela ação do HIV, o organismo se torna mais vulnerável a diversas infecções gastrointestinais que podem provocar quadros persistentes de diarreia.

A diarreia associada à AIDS pode durar mais de duas semanas e, em muitos casos, não melhora com os tratamentos habituais. Ela pode ter diversas causas, como, por exemplo:

  • Infecciosas (Exemplos: Citomegalovírus, Herpes Simples, Salmonella, Yersinia, Shigella, Campylobacter, Histoplasma, Tuberculose, Cryptosporidium, MAC, Isospora, Clostridium ou Microsporidium);
  • Neoplásicas (Exemplos: Sarcoma de Kaposi no intestino, Linfoma intestinal);
  • Medicamentosas (Exemplos: antirretrovirais);
  • Síndrome de má absorção;
  • Deficiência de zinco.

Fatores Que Podem Acelerar a Evolução do HIV para AIDS

Algumas situações podem fazer com que o HIV evolua mais rapidamente para AIDS:

  • Falta de tratamento antirretroviral;
  • Infecções concomitantes (hepatite B ou C, tuberculose);
  • Desnutrição;
  • Uso de drogas ilícitas ou álcool em excesso;
  • Estresse crônico e baixa adesão aos cuidados médicos.

Por isso, é essencial iniciar o tratamento antirretroviral o mais rápido possível após o diagnóstico.

O Tratamento Antirretroviral

Com o tratamento adequado, chamado de Terapia Antirretroviral (TARV), o paciente infectado pode ter a carga viral reduzida, se tornando indetectável em poucos meses. Além disso, seu sistema imunológico se fortalece, o risco de transmissão do HIV para outras pessoas diminui drasticamente e o paciente tem uma melhor expectativa de vida.

Hoje, quem descobre o HIV cedo e adere corretamente ao tratamento não chega a desenvolver AIDS. Se você acha que pode ter sido exposto ao HIV ou apresenta sintomas suspeitos, procure ajuda de um médico infectologista de sua confiança para realizar todos os testes necessários na composição do diagnóstico.

Atualmente, os testes de 4ª geração conseguem detectar o HIV a partir de 18 a 45 dias após a exposição. Para saber mais sobre os tipos de testes de HIV, clique aqui.

Mais informações sobre este assunto na Internet:

Artigo Publicado em: 11 de out de 2017 e Atualizado em: 17 de jun de 2025

Artigo atualizado em 17/06/2025 22:07

Ver comentários

  • Dr
    boa noite fiz sexo com uma amiga e usei preservativo mas no momento que estava para fazer sexo anal com ela o preservativo rompeu antes mesmo da penetração. Gostaria de saber se o risco é maior

    • Boa noite, Inácio. Se não houve contato direto ou penetração sem preservativo não acredito que haja risco. Abraço.

  • Doutora tive uma relação com uma pessoa que é usuária de drogas sendo que eu transei com preservativo e ela fez uma sexo oral mais sempre com o preservativo no pénis e eu passei a língua no seios dela, sendo que após tudo isso depois de 4 dias deu uma. Vontade de ir no banheiro evacuei umas dias vezes ao dia e as fezes não era mole Aparentava normal mais dava uma dores abdominal isso durou 2, 3 dias e em. Seguida estou com a garganta doendo estou louco me ajuda por favor...

    • Boa tarde, Messias. Como vai? Se toda a relação foi protegida com preservativos, o risco de contaminação é quase nulo. Obrigado.

      • Dr eu tive uma relação sexual sendo que a todo momento estava com preservativo isso foi dia 18 e hoje faz 10 dias o problema é que esse tempo venho sentindo dores abdominais sendo que quando vou defecar as fezes não sai mole e sim. Normal e minha garganta está doendo todo esse tempo não tive febre e ela Melor o preservativo de orgasmo e eu chupei os seios dela me. Ajude estou perdendo até noite sono com. Medos do pior...

        • Boa tarde, Messias. Se toda a relação foi feita com preservativo não há motivo para preocupação.

  • Boa noite, tiver uma exposição de risco 8 meses atrás já passei pelo infectologista com 5 meses ele me falou não tem hiv, eu tenho sintomas, pinta que parece uma mordida de pinelogo, perdi massa muscula será estou na fase aids.

    • Boa tarde. É fundamental fazer o exame de sangue. Os sintomas e o prazo de desenvolvimento da doença variam de acordo com o paciente. Abraço.

  • Boa noite doutora Keilla, gostaria de tirar uma duvida. Depois que a pessoa desenvolve AIDS ela pode conseguir restabelecer a saúde novamente e ficar indetectável ??

  • boa tarde doutora,diz ixo ak a pessoa infectada pode ficar 10 anos em quando o virus se desenvolve. a minha questao e: nesse de incupaxao se a pessoa tiver filho,o que acontece?ele n nasce infectado?uma vez a pessoa n xta si tratar por k nao sabe.

    • se a mulher estiver infectada pelo HIV, mesmo que não tenha sintomas, pode sim transmitir ao filho caso engravide. O homem infectado com vírus circulando no organismo não consegue transmitir diretamente ao filho mas pode transmitir à sua parceira.

  • ola doutora, gosto muito do seu trabalho!! passei a mão na genital da mulher e depois passei na língua, corro algum risco de estar com HIV? NÃO CHEGUEI ATE RELAÇÃO COM ELA, SÓ CONTATO FÍSICO

    • Exposição de risco para HIV é aquela onde um vírus viável (ou seja, vivo, capaz de infectar) entra em contato com o organismo da pessoa que não portadora do vírus. Para que isso ocorra, é necessário que um material contaminado com o organismo viável (sangue, fluido sexual, etc), em quantidade suficiente para infectar entre em contato direto com pele não íntegra (por exemplo, com uma ferida aberta), contato direto com mucosa (olhos, boca, mucosa genital) ou que seja introduzido pele pele íntegra com por por uma agulha que perfura a pele e leve este material direto para dentro do organismo de uma pessoa que não possui o HIV.

      Na dúvida se houve exposição ou não, ou mediante a certeza de uma exposição ao risco de se infectar, você deve procurar um médico infectologista de sua confiança para te avaliar pessoalmente e solicitar todos os exames cabíveis, não apenas os de HIV mas o de todas as demais infecções sexualmente transmissíveis e que podem ser transmitidas da mesma forma que o HIV, independente de ter sintomas ou não.

  • Um rapaz teve relação com uma mulher que tem aids.. Eles tiveram relação e a proteção estourou.. Ele foi no medico tomou todas as precauções.. Mais nesse período eu tive relação com ele.. Sera que corro o risco?

  • Boa noite doutora keilla , gostaria de tirar algumas dúvidas com vc , tive uma relação de risco duradoura a 10 anos atrás , fiz 4 testes rápido de HIV em 2013 , 2014 , 2015 , 2016 todos negativos , posso ficar despreocupado em relação ao estar infectado

  • OLÁ DOUTORA, BOA TARDE TIVE O CONTATO DE RISCO COM UMA GAROTA FOI SO SEXO ORAL. DEPOIS DISSO ESTOU COM MUITO MEDO. FIZ O TESTE NO POSTO DE SAÚDE ACHO QUE COM 30 DIAS OU 32 DEU NEGATIVO, MAIS ESTOU COM DORES NAS JUNTAS E NA CABECA E TO TENDO DIARRÉIA EU POSSO ESTAR COM O VÍRUS?

    • esses sintomas não têm relação com infecção pelo vírus HIV.

  • Dra. Tive uma relaçao de resco 2016 em 2018 fiz um tente. Teste deu nao raagente nunca senti sintomas assim grave posso estar contaminado ?

    • se o teste foi de 4ª geração, pode excluir a infecção pelo HIV.

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Publicador por
Dra. Keilla Freitas

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