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Por que o Infectologista é o O Médico dos Tempos Difíceis? Saiba mais.
Sempre que houver uma doença ameaçando um segmento da sociedade, um país ou até mesmo a existência da humanidade, o médico infectologista estará lá para entendê-la, combatê-la e preveni-la
Doenças infecciosas existem desde que existe vida na terra e, ainda que a Infectologia como nome de especialidade só exista há poucos anos, o infectologista está presente desde que o homem começou a tentar entender e combater os fenômenos que o levavam à morte.
O médico húngaro que criou e difundiu a lavagem de mãos entre os profissionais da saúde, Ignaz Semmelweis, conseguiu diminuir dramaticamente o número de mortes por infecção pós-parto de mães, antes mesmo da invenção do microscópio.
Sempre que o ser humano se sentiu ameaçado por uma condição que não compreendida, todas as vezes que uma doença se alastrava na população levando a deformidades, sofrimento e morte, o infectologista, mesmo que ainda não tivesse este nome, estava ali.
O medo do desconhecido sempre levou o homem a situações extremas, a uma histeria coletiva, a um “salve-se quem puder”, condenando os doentes a um sofrimento muitas vezes maior que a própria doença.
A humanidade já sofreu com várias epidemias, reduzindo a população de forma assustadora ou deixando graves sequelas como a Peste Negra, Febre Amarela, Poliomielite e a Varíola.
Outras causaram grande sofrimento à população, como a Lepra, muitas vezes vista como maldição de Deus, ou a Tuberculose, que afastava os doentes de seus entes queridos para controlar a disseminação, prendendo-os em sanatórios e deixando-os lá para morrer tossindo sangue.
Há poucos anos, tivemos a epidemia do HIV. Jovens perdiam seus amigos um por um, sem saber quem seria o próximo nem quando seria a sua vez.
No início, não se sabia que era um vírus ou quem poderia pegar, muito menos como se transmitia. Observou-se apenas que homens que faziam sexo com outros homens começaram a morrer por infecções que até então não eram capazes de causar doenças nem mesmo em um bebê, o que levou a um estigma ligando a doença ao estilo de vida ou opção sexual que, por incrível que pareça, ainda persiste até hoje em algumas mentes.
Os doentes, ao receber o diagnóstico, sentiam o julgamento e o medo da sociedade como se eles pudessem transmitir a desgraça apenas pela presença, enquanto viam seu corpo definhando, sem nenhuma esperança.
Manchas escuras se alastravam pelo corpo cada vez mais fraco, sabendo que o final seria ainda mais sofrido com pneumonias graves, convulsões, loucura, dor, e o pior de tudo, muitas vezes sozinhos, pois sua família não sabia de sua condição de homossexual, ou não a aceitavam, seus poucos amigos estavam doentes ou com outros problemas, e, até mesmo a equipe de saúde os negligenciava pois, ainda não se sabia as formas de contágio e muitos tinham medo até de se aproximar dos pacientes.
Exemplos ainda mais recentes de situações similares são a epidemia pelo Vírus Ebola, Zika vírus, Vírus Influenza H1N1, e a Pandemia da Covid-19
Situações de epidemia podem fazer pairar nuvens negras no céu. Tempos de medo e morte…
Em meio a toda essa situação, que dependendo do caso pode parecer apocalíptica, quando o instinto de sobrevivência ou o egoísmo natural do ser humano levam muitas pessoas a dar as costas para quem foi atingido e fugir do invisível, uma pessoa se levanta e caminha no sentido contrário, em direção ao olho do furacão e se expõe ao risco mais que qualquer um outro, com o intuito de descobrir o culpado, entendê-lo, encontrar suas fragilidades e definir estratégias de combate e tratamento, tanto para salvar os doentes, quanto para proteger os não doentes, prevenindo novos casos.
É claro que o médico infectologista não faz nada disso sozinho. Seu trabalho só é possível porque existem várias profissões que se unem para produzir conhecimento: cientistas, biomédicos, estatísticos, químicos, patologistas, farmacologista , entre outros.
Ele reúne e assimila as descobertas de todas as áreas, e faz delas caminhos para a ação, divulgando a informação para os demais médicos, formadores de opinião e população em geral, controlando a histeria da população e a frustração geral quando as soluções da ciência não chegam tão rápido quanto a população quer ou precisa.
Ele também entende e trata o ser humano como um todo e sua interação com os mais variados microrganismos que habitam nosso corpo (microbiota habitual), que interagem conosco ou que nos atacam, potenciais causadores de doenças e nossa capacidade de defesa, nosso sistema imune e seu funcionamento.
Sendo uma especialidade horizontal, o infecto passeia por várias áreas da medicina uma vez que estes microrganismos podem não apenas causar danos ao corpo como um todo de forma sistêmica (como o HIV) como a órgãos específicos como meningite, endocardite, pneumonias, infecções urinárias, etc
Testa tratamentos, dando esperança e uma nova vida às pessoas doentes. Desenvolve, elabora, desenha e divulga vias de implantação de prevenção, enterrando aqueles dias sombrios no passado.
Sempre me perguntam porque escolhi ser infectologista, acontece que sempre gostei dessa guerra infinita contra o invisível.
Tenho muito respeito por estes seres microscópicos tão complexos que nos causam tantos problemas, mesmo com todo o nosso conhecimento e tecnologia.
Mais que isso, eles mudam, se adaptam, e resistem a todas as nossas tentativas de destruí-los, além de aparecer cada dia mais seres que antes nem sabíamos que existiam. A maioria das doenças crônicas, até mesmo as não transmissíveis, tem como desfecho final para a morte, complicações infecciosas.
Ser infectologista significa perder muitas e muitas vezes, isso faz parte de ser médico e até mesmo de ser humano.
Mas se fizermos nosso dever de casa direitinho e nos esforçarmos muito, podemos ganhar várias pequenas batalhas, e, se tivermos sorte e estivermos no lugar certo, com as pessoas certas, podemos eventualmente fazer parte de grandes vitórias.
Em 11 de Abril de 1862 nasceu Emílio Ribas. Veja algumas de suas conquistas:
Saiba mais sobre a Infectologia aqui.
Dra Keilla Mara de Freitas – Médica Infectologista
CRM SP 161.392 / RQE55.156
Publicado pela primeira vez em 11 de abr de 2019, última revisão em 11/04/2023
Artigo atualizado em 23/05/2023 10:32
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Boa noite
Linfonodomegalia cervical esquerda bem pequena no pescoco e linfonodo hipoecoico, interfere no teste anti hiv e de hepatites, dando falso positivo ou falso negativo.Obrigado.
Não interfere.
Testa tratamentos, dando esperança e uma nova vida às pessoas doentes. Desenvolve, elabora, desenha e divulga vias de implantação de prevenção, enterrando aqueles dias sombrios no passado.
A bactéria h pylore influencia no teste anti HIV quando está se tratando ou quando o tratamento já tinha terminado? Isso quando vc faz exame nessas 2 situações?
Grato.
não influencia
Boa tarde
O tratamento para Bactéria H .Pylori interfere no teste anti HIV? Dando falso positivo ou negativo? Mesmo após o término no tratamento e a realizacao do teste?
não interfere.
Boa noite. Estava num hospital público do interior e fui usar o banheiro da recepção onde o povo usa. Minha aliança caiu no vaso sanitário e no impido enfiei minha mão para pega lá no vaso, tinha uma pelinha soltando no meu dedo.Logo após no próprio hospital lavei e álcool 2 vezes e depois de um tempo com lavei com sabão. Corro risco de pegar HIV , hepatites ou outra doenca? Me ajudem.
não é exposição de risco para estas doenças.
Doutora, tive uma relação com preservativo com uma garota de programa, estou com muito medo de contrair HIV, duas semanas depois sinto gânglios inchados e corpo rígido com dores nos músculos, mas sem febre. Isso pode ser sintoma do vírus?
Provavelmente não tem relação, mas se houve exposição de risco, exames específicos pertinentes devem ser feitos independente do aparecimento de sintomas.
Boa noite. Estava num hospital público do interior e fui usar o banheiro da recepção onde o povo usa. Minha aliança caiu no vaso sanitário e no impido enfiei minha mão para pega lá no vaso, rinha um papinha soltando no meu dedo.Logo após no próprio hospital lavei e álcool 2 vezes e depois de um tempo com lavei com sabão. Corro risco de pegar HIV ou outra doenca? Me ajudem.
não é exposição de risco para HIV.
Fui fazer compras no mercado e o empregado esteve o tenpo todo com o dedo no nariz e a mexer em espinha junto ao nariz. Depois arrumou minhas compras na sacola. Cheguei em casa, uns 5m depois, e arrumei tudo na geleira. Se ficou sangue nas compras, corro riscos? Porque na geleira o virus nao morre (por exemplo, num iogurte), certo? Estou desesperada, tenho medo que minha sobrinha coma e toque (tem 4 anos)
isso não é exposição de risco.
se cair sangue contaminado com hiv em uma ciaxa de agua, e posteriormente essa agua ser tomada ou preparado alimentos... é uma exposição de risco ?
não.
doutora keila estou com barulhos horriveis na barriga nao fui ao medico em 2017 meus nervos ficam se mexendo em varias partes do corpo minha lingua esta branca a 15 dias apareceu um escorrimento branco no meu pênis tive uma exposiçao em 2017 agosto 2017 e em 2016 maio 2016 nao tenho febre diarreia nada disso minhas fezes saem em duas cores o que nao acho normal sera que estou com HIV estou louco de tanta paranoia em minha cabeça
Nenhum destes sintomas são de HIV, mas se houve exposição de risco independente de ter sintomas ou não, vc precisa realizar os exames pertinentes.