HIV/AIDS

Como o vírus HIV age no organismo humano

Como o vírus HIV age no organismo humano

Como é o vírus HIV ?

Existem 2 tipos de vírus HIV: HIV 1 e HIV 2

O vírus HIV é uma minúscula partícula esférica composta por material genético, proteínas e enzimas.

Como o vírus HIV age no organismo humano:

– Resposta do nosso organismo ao vírus HIV –

Primeiro contato do Vírus HIV com o organismo

O Vírus entra no organismo através do contato direto do vírus presente no material contaminado com:

  • Mucosas (genital, anal, nasal, oral, ocular),
  • Portas de entrada na pele,
  • Introduzidos por material pérfuro-cortante.

Muitas vezes a infecção é causada por um único vírus.

Horas após o primeiro contato com a mucosa, o vírus HIV e as células infectadas atravessam a barreira da mucosa, infectando as células que se encontram ali, especialmente, mas não apenas, as células linfócitos CD4.

Como o vírus HIV age no organismo humano:

– Quais são as células nas quais o vírus latente pode se esconder? –

  • Células linfócitos CD4 ativas, ou seja, que estão correndo pelo sangue
  • Células linfócitos CD4 de repouso, que são células de memória de longa duração
  • Monócitos (célula de defesa)
  • Macrófagos (célula de defesa)
  • Células dendríticas (célula de defesa)
  • Células progenitoras hematopoiéticas (dessas células se desenvolvem todas as células do nosso sangue)
  • Células do sistema nervoso (micróglias)

Como o vírus HIV age no organismo humano:

– Estratégia do Cavalo de Troia –

Assim que o organismo toma o conhecimento de um agente invasor, várias células de defesa são enviadas para o local da invasão.

As células de defesa que ” engolem” o vírus para metabolizá-lo e apresentá-lo para as células produtoras de anticorpos, acabam por inserir ainda mais o agente infeccioso dentro do sistema imune.

Com a chegada de mais células, tentando combatê-lo, acaba por aumentar a replicação (reprodução) viral.

  • Como o vírus se multiplica

O vírus HIV não consegue se replicar (multiplicar) sozinho.

Por isso ele pega carona na “fábrica” da célula do hospedeiro, entrando como um espião e fazendo com que a célula do hospedeiro trabalhe para fazer novos vírus.

Fase de Eclipse

Tempo entre o primeiro contato com o vírus e o inicio da detecção do mesmo no sangue.

Esse período costuma durar 10 dias a partir da data da exposição.

Durante a fase de Eclipse, nenhum teste consegue fazer o diagnóstico do vírus.

Como o vírus HIV age no organismo humano:

– Disseminação viral –

A partir dessa pequena população de células infectadas, o vírus é disseminado inicialmente para os linfonodos locais.

Linfonodos ou gânglios linfáticos são estruturas que fazem parte de nosso sistema imune.

Têm um formato parecido ao de um ovo ou feijão e seu tamanho normal não passa de 1 cm de diâmetro.

Estão localizados em vários pontos estratégicos do nosso corpo. Por eles, passa toda a linfa.

Linfa é um fluído que concentra tudo o que sobra do metabolismo de nosso organismo.

Ela viaja através dos vasos linfáticos, sistema complementar às artérias e veias, saem de todos os órgãos e tecidos, passam pelos linfonodos e chegam às grandes veias.

Os linfonodos funcionam então como um filtro purificador da linfa.

É como um posto do exército, pois ao passar qualquer coisa ali que pode ser interpretada como ameaça, as células da defesa que ali ficam (como os linfócitos), acionam o alarme do sistema de defesa (sistema imunológico).

O vírus se espalha em número suficiente para estabelecer e manter a produção de vírus nos tecidos
linfoides, além de estabelecer um reservatório viral latente, principalmente em linfócitos T CD4+.

Infecção aguda pelo HIV

A replicação viral ativa e a livre circulação do vírus na corrente sanguínea causam a formação de um pico de viremia por volta de 21 a 28 dias após a exposição ao HIV.

Em algumas pessoas, podem ocorrer sintomas de fase aguda do HIV. Isso ocorre por causa dos altos níveis de HIV no sangue.

Essa viremia está associada a um declínio acentuado no número de linfócitos T CD4+.

Fase Latente

Depois da fase aguda, os anticorpos criados pelo organismos conseguem diminuir o número de vírus no sangue.

Com isso, a taxa de vírus no sangue cai até um nível específico e os níveis de linfócitos CD4 voltam a subir até um nível específico para cada pessoa.

Neste momento a infecção entra num período de latência.

Durante a fase de latência, o hospedeiro não apresenta nenhum sintoma, enquanto a infecção se desenvolve.

A carga viral vai então voltando a subir de forma mais lenta, enquanto o número de linfócitos CD4 vai abaixando lentamente até chegar na fase AIDS.

O tempo da fase de latência varia de pessoa a pessoa.

Mas o vírus está longe de causar apenas a queda das células de defesa. Ele causa um processo inflamatório generalizado crônico que aumenta com o maior número de vírus circulando no organismo.

Como o vírus HIV age no organismo humano:

Porque o sistema imune não consegue combater o vírus?

Na fase de expansão e disseminação sistêmica, há a indução da resposta imunológica, mas esta é tardia e
insuficiente.

Além disso, a ativação do sistema imune produz uma quantidade adicional de linfócitos T CD4+ ativados que servem de alvo para novas infecções.

Ao mesmo tempo, o número crescente de linfócitos T CD8+ exerce um controle parcial da infecção, mas não suficiente para impedir por si só a lenta e progressiva depleção de linfócitos T CD4+.

A única forma de impedir o desenvolvimento da infecção pelo HIV é através do Tratamento Antirretroviral 

Como o vírus HIV age no organismo humano:

– O que é vírus em estado de latência? –

O material genético do vírus HIV fica inerte dentro das células infectadas.

Neste estado eles não se multiplicam. É como se estivessem “hibernando” escondidos dentro das próprias células do nosso corpo.

Fonte:

Como o vírus HIV age no organismo humano

Artigo atualizado em 24/06/2018 21:19

Ver comentários

  • Dra! Tive um comportamento de risco à três semanas atrás com uma menina desconhecida, foi sexo oral. Ela me lambeutrês três vezes na glande e depois coloquei o preservativo. E uma semana depois comecei a sentir uma fraqueza seguida de dores nas articulações e músculos depois um aperto na região abdominal. Gostaria de saber se há possibilidade de contrair o vírus nessa situação.

    • as chances de ser infectas pelo HIV no sexo oral insertivo não insignificantes.

  • Doutora, tive uma situação de risco a 3 meses, a duas semanas atrás, tive febre tosse seca e outros sintomas q indicam a contaminação, fiquei super preocupado e resolvi fazer o teste rápido, o resultado foi não reagente, mas uma semana depois percebi um caroço crescendo atrás d minha orelha,não há sintomas algum além do desespero e preocupação. analisando minha situação corre o risco de os exames não ter detectado algum problema, ou posso voltar a respirar em paz?

    • pode descartar a infecção por HIV como causa dos seus sintomas. se persistirem procure um médico ara te avaliar e estudar outras causas.

  • Linfocitos um pouco alto na fase aguda tipo 27 dias após o contato significa que acabou de contrair ?

    • aumento discreto de linfócitos pode ocorrer em várias infecções virais. ou seja, não é um dado para se usar para diagnóstico de HIV, pois pode ter outra causa.

  • Boa tarde! Fiz sexo sem camisinha no dia 05/06 com outra pessoa ele n ejaculou dentro,porém dez dias depois meu namorado teve diarreia e um pouco de vomito, que só durou 1 dia tb esse desconforto abdominal logo depois eu tb fiquei, mas so durou 1 dia sem febre sem nada. esse sintoma correspondem ?

  • fase latente do hiv, já é garantido o resultado positivo no teste d 3 geração se paciente estiver com hiv? Dra disse no texto q o hiv na fase latente pode se esconder nos monócitos e macrofagos, em um teste d hemograma seria possível notar a diferença nos valores d monócitos ficando eles altos ou baixos por ex.? 10 meses após o contado de risco já seria fase latente e o teste 3 geração ja daria positivo?

    • Teste de hemograma não faz diagnóstico pois pode não ter nenhuma alteração ou alterações inespecíficas, já o teste específico com este tempo após a exposição,l se foi feito em local de confiança pode já encerrar o caso.

  • Gostaria de saber se os outros testes de 4 geração como Elfa etc são confiáveis, pois só se fala em Elisa!
    Obrigado

  • Boa noite doutora? Fiz uma tauagem em dezembro do ano passado e depois disso dei uma gripe muito forte. A agulha foi descartável. Corro o risco de ter pego. Sofro de tanstorno de ansiedade e n tenho mais saude depois da tatuagem.

    • Bom dia. Faça o teste de HIV para descartar possibilidade de infecção. Com tanto tempo, qualquer teste já positivaria.

  • Olá doutora boa tarde!
    Tive uma situação de risco em novembro, depois disso tive um linfonodo racional, aí devido às neuroses, fiz 5 testes rápidos o último com 7 meses, nesse intervalo fiz eclia 4 geração junto com carga viral dando indetectavel e negativos, daí agora com 8 meses fiz um clia quarta geração dando negativo também, fiz o último no Hermes Pardini, meu infecto me dei alta, posso encerrar o caso mesmo? Com exame de 4 geração feito com 8 meses? Ou tem que ser só com Elisa? Obrigada!

  • Olá doutora, tenho uma dúvida. Realizei apenas sexo oral em uma mulher (sem camisinha) em um curto período. Porém, 06 dias depois fui acometido por um gripe forte com corisa e dei febre por apenas02 dias. Corro risco de ter pego HIV?

    • esses sintomas não possuem nenhuma relação com o HIV. Mas isso não tem importância, pois em situação de risco, independente de sua gravidade ou de ter sintomas ou não, os exames todos de infecções sexuais devem ser investigados.

  • Olá, doutora!
    Eu estava com um cara, a gente não transou, porem ele penetrou um mim e eu tirei o pênis dele rapidamente. Queria saber se eu corri o risco, caso ele seja soropositivo.

    • Exposição de risco para HIV é aquela onde um vírus viável (ou seja, que vivo, capaz de infectar) entra em contato com o organismo da pessoa que não portadora do vírus. Para que isso ocorra, é necessário que um material contaminado com o organismo viável (sangue, fluido sexual, etc), em quantidade suficiente para infectar entre em contato direto com pele não íntegra (por exemplo, com uma ferida aberta), contato direto com mucosa (olhos, boca, mucosa genital) ou que seja introduzido pele pele íntegra com por por uma agulha que perfura a pele e leve este material direto para dentro do organismo de uma pessoa que não possui o HIV.

      Ná dúvida se houve exposição ou não, ou mediante a certeza de uma exposição ao risco de se infectar, você deve procurar um médico infectologista de sua confiança para te avaliar pessoalmente e solicitar todos os exames cabíveis, não apenas os de HIV mas o de todas as demais infecções sexualmente transmissíveis e que podem ser transmitidas da mesma forma que o HIV, independente de ter sintomas ou não.

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Publicador por
Dra. Keilla Freitas

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