Variola do macaco
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Desde junho de 2022, vários centros de controle de doenças infecciosas ao redor do mundo vem reportando casos confirmados e suspeitos de Varíola do macaco em lugares sem antecedentes dessa doença.
Siga lendo este artigo para saber um pouco mais sobre isso.
É uma infecção viral que causa lesões cutâneas (em pele) similares à varíola.
Trata-se de uma zoonose, ou seja, uma doença que afeta naturalmente animais, mas pode infectar seres humanos
Não.
A varíola humana foi erradicada em todo o mundo nos anos de 1970.
O último caso de varíola humana no Brasil foi registrado em 1971
A varíola do macaco é causada por um vírus da família da varíola humana e causa quadros, a principio mais leves que a humana.
O macaco não é o principal animal transmissor da varíola do macaco
Apesar do nome, o macaco não é o culpado pela disseminação da Varíola do macaco.
Chama-se assim, simplesmente porque o vírus causador dela, o ortopoxvírus, foi isolado pela primeira vez em 1950 na Dinamarca em uma colônia de macacos africanos doentes.
Este vírus é geneticamente similar ao vírus da varíola. OU seja, é um parente.
Existem duas cepas distintas de varíola dos macacos em diferentes regiões geográficas da África.
Este vírus não é novo, ele foi identificado pela primeira em humanos nos anos 1970 no Congo (antigo Zaire)
O primeiro surto dos Estados Unidos ocorreu em 2003 após a importação de roedores infectados vindos da África.
Distribuição atual de casos suspeitos e confirmados de Varíola do macaco em regiões não endêmicas entre 13 e 21 de maio de 2022 – Fonte: OMS
Acompanhe os casos no mundo (atualizados):
https://www.cdc.gov/poxvirus/monkeypox/response/2022/world-map.html
O reservatório do ortopoxvírus permanece desconhecido, mas provavelmente são os roedores
Macacos e humanos são hospedeiros incidentais. Ou seja, o vírus não se multiplica nesses seres.
O vírus não fica circulando no ar como o coronavírus ou influenza.
Não é uma doença de transmissão sexual – não temos confirmação de transmissão por fluido sexual
Ainda não temos casos no mundo de transmissão vertical, mas pela literatura, a transmissão da mãe para o feto pela placenta ou no parto é possível.
Também não temos certeza quanto a transmissão pelo leite materno.
Até o momento, a recomendação para amamentação é seguir amamentando, tampar as lesões e que a mãe use máscara cirúrgica durante o contato com o bebê
A pessoa transmite a doença desde o aparecimento da primeira lesão de pele até o momento em que todas as lesões estiverem completamente secas.
O tempo entre o primeiro contato com o vírus e inicio dos sintomas pode variar de 5 a 21 dias, a média é de 14 dias
sintomas iniciais inespecíficos (parecido com várias outras infecções) => dura em geral de 2 a 3 dias.
As lesões de pele típicas surgem por volta de 10 dias após inicio dos sintomas
Elas se iniciam tipicamente no rosto e depois ocorrem nas mãos e pés, inclusive em palmas das mãos e plantas dos pés
Nesse surto que está ocorrendo fora da africa os principais locais de aparecimento das lesões são região genital, períneo ou perianal, face, mãos e braços
As primeiras lesões são máculo-papulares dolorosas (duras, baixinhas e vermelhas, parecendo uma espinha)
Essas lesões crescem ficando mais altas e permanecem duras,
Depois se transformam em um vesículas com liquido claro em seu interior
Mais tarde este liquido claro pode ganhar aspecto de pus (pústulas)
Essa vesícula estoura e forma crosta (seca)
Pode-se encontrar lesões em diferentes fases de evolução (evolução pleomórfica)
Trata-se de uma doença autolimitada, ou seja, se cura sozinha. Em geral, possui uma evolução bastante benigna,
O tempo todo de sintomas costuma durar de 2 a 4 semanas
Na África Central, a taxa de mortalidade é de aproximadamente 10% e as mortes geralmente ocorrem na segunda semana da doença.
Teste padrão outro
Coleta de amostra deve ser feita a partir de:
O indivíduo de qualquer idade que, apresente:
O indivíduo que atende à definição de caso suspeito E um ou mais dos seguintes critérios:
Na grande maioria das vezes o tratamento é suportivo (controle de sintomas)
A maioria das pessoas sequer precisam de internação hospitalar
Não existe nenhum antiviral recomendado para tratamento da varíola dos macacos. Existem alguns estudos em andamento, os 2 principais que podem ter efeito são:
Não existe nenhuma evidência de segurança dessa droga em grupos de risco.
Esses medicamentos devem ser utilizados nesse momento, apenas em forma de ensaios clínicos.
Não temos a recomendação de isolamento dos contatos nesse momento, apenas acompanhamento do aparecimento de sintomas suspeitos ou lesões
Contatos de animais ou pessoas confirmadas como tendo varíola dos macacos devem ser monitorados quanto a sintomas por 21 dias após a última exposição
Possivelmente a vacina contra a varíola humana também tem proteção contra a varíola do macaco, o problema é que como a varíola humana já foi erradicada há muito tempo, existe uma baixa cobertura vacinal atualmente.
No caso de um surto de casos em zonas muito populosas, poderia se utilizar a vacina já existente da varíola para proteção daquela população em específico
Não está recomendado a vacinação em massa.
A imunoglobulina vacinal (VIG) é composta por anticorpos de indivíduos inoculados com a vacina contra a varíola.
Não se sabe se uma pessoa com exposição à varíola dos macacos ou com infecção grave se beneficiaria
Caso usada, deve ser em contexto de pesquisa clínica com coleta prospectiva de dados
Isso é extremamente improvável pois a via de transmissão é muito diferente.
Quando um vírus possui transmissão por via respiratória a sua propagação se torna muito mais fácil, o que não é o caso da Varíola dos macacos.
Além disso, momento mais transmissível da doença os sintomas são muito evidentes
Não podemos nos esquecer também que este vírus, ao contrario do vírus da Covid-19, é conhecido desde 1.958.
Artigo publicado pela primeira vez em 31 de Maio de 2022 e atualizado em 25 de Julho de 2022.
Fonte:
Artigo atualizado em 16/05/2024 13:01
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