HIV/AIDS

Vacina terapêutica do HIV como cura funcional

Vacina terapêutica do HIV como cura funcional

Estudo trás resultados que podem ser promissores na busca pela Cura Funcional do HIV.

Após vacina terapêutica experimental, 5 portadores de HIV mantiveram carga viral indetectável no sangue sem o uso de remédios.

 

O que é vacina terapêutica?

Vacinas podem ser injetáveis (Exemplo: gripe) ou orais (Exemplo: poliomielite). A forma injetável é a mais comum.

Vacina preventiva é aquela dada a pessoas saudáveis para evitar que se infectem caso tenham o contato com o micro-organismo.

Já a vacina terapêutica é usada em pessoas que já estão infectadas.

O seu objetivo é ajudar o sistema imune a controlar ou eliminar a infecção.

Como o estudo foi feito:

O estudo foi feito por pesquisadores da IrsiCaixa AIDS Research Institute em Barcelona, Espanha e apresentado na Conferência anual de retroviroses e infecções oportunistas  – CROI , de 2017 em Seattle – Estados Unidos

Foram selecionados 13 participantes vivendo com HIV com as seguintes características:

  • Começaram o Tratamento com Antirretrovirais (ARVs) nos primeiros 6 meses após o início da infecção.
  • Fizeram uso de antirretrovirais por cerca de 3 anos.
  • Apresentaram contagem de vírus abaixo dos níveis detectados por exames utilizados de rotina para controle de tratamento
  • Apresentaram contagem de vírus presente em baixos níveis em testes mais sensíveis usados apenas para pesquisa.
  • Os participantes receberam 3 doses da vacina terapêutica e depois pararam de tomar os ARVs
  • Após suspensão dos ARV os participantes tiveram o seu sengue testado com técnicas moleculares de detecção de vírus
  • Os ARV foram reintroduzidos quando a carga viral ultrapassava as 2.000 cópias por ml de sangue em 2 ocasiões.

Resultados do estudo:

Após 4 semanas da suspensão dos antirretrovirais, 8 dos 13 participantes já possuíam vírus circulando no sangue por testes de rotina e tiveram que recomeçar o tratamento com ARV

Já 5 participantes (38%) mantiveram carga viral indetectável por mais 4 semanas.

Tendo que retornar o tratamento com ARV de 6 a 28 semanas após a suspensão de ARV.

Ainda não se sabe o tempo de duração desse efeito, mas poderia ser um caminho para uma cura funcional.

Como a vacina terapêutica do HIV atua:

Esta vacina parece reeducar as células de linfócitos T para controlar o vírus HIV, mantendo a carga viral no sangue abaixo dos níveis detectados pelos testes usados, mesmo sem tomar remédios diários como é feito atualmente.

 

Houveram mais de 50 vacinas terapêuticas desenvolvidas anteriormente.

Nelas, não houve mais que 10% dos participantes com vírus ainda indetectável após as 4 semanas

Estudos com vacinas preventivas e terapêuticas têm fracassado pelo mesmo motivo pelo qual o nosso organismo não consegue combater o vírus sozinho.

O vírus dribla as células de defesa a través da mutação genética.

Ele muda um gene e passa a codificar uma estrutura diferente, tornando-se um vírus um pouco diferente do vírus inicial.

Assim ele fica “diferente” e o sistema de defesa não o “reconhece” e, consequentemente, não o combate.

Este sistema de defesa pode ser tanto o nosso sistema inato, como as células de defesa moldadas por vacinas

Estas vacinas terapêuticas contêm genes que codificam estruturas internas altamente conservadas.

Ou seja, o vírus não pode mudar estes genes (mutação) sem modificar sua estrutura base.

Esta parece ser o principal motivo do resultado superior dessa vacina terapêutica do HIV com relação a tentativas anteriores.

Além disso, esta vacina parece “recrutar” um número maior de células de defesa para atacar especificamente estas estruturas internadas conservadas.

Antes da vacina, cerca de 4 % dos linfócitos T (células de defesa) atacavam estas estruturas e depois dela, aumentou para 67%

 

Limitações desse estudo:

É claro que este número de participantes é muito reduzido para retirarmos qualquer conclusão, mas um passo concreto foi dado.

O próximo passo agora é ampliar este estudo com um número maior de participantes e grupo controle.

 

Fonte:

Artigo atualizado em 24/06/2018 21:16

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Publicador por
Dra. Keilla Freitas

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