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Vírus da Raiva: infecção mais letal do mundo

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Vírus da Raiva: infecção mais letal do mundo

A raiva é uma zoonose viral (vírus transmitido por animais) que ataca o sistema nervoso e leva à morte em praticamente 100% dos casos.

Existem mais de 10 sorotipos do vírus da Raiva, capazes de causar doenças em humanos.

Como a Raiva se transmite

Vírus da Raiva: infecção mais letal do mundo
Fonte: Normas Técnicas de Profilaxia da Raiva Humana – Pág. 07

Todos os mamíferos podem se infectar pela Raiva, mas nem todos conseguem transmiti-la ao ser humano

Ser Humano

Ciclo Urbano

  • Cachorros
  • Gatos
  • Furões domésticos

Ciclo rural

  • Cavalos
  • Vacas
  • etc

Ciclo Aéreo

  • Morcegos

Ciclo Silvestre

  • Macaco
  • Cães não domesticados (cachorro do mato, coiote, lobo, chacal, raposa)
  • Guaxinim
  • Gambá
  • Furões silvestres
  • Marmota

O único pequeno roedor capaz de transmitir o vírus da Raiva a humano é a marmota.

Demais pequenos roedores (ratinhos, ratos de esgoto, ratazanas, porquinhos da índia, coelhos, lebres, etc) se infectados, morrem antes de conseguir transmitir o vírus ao ser humano.

Vírus da Raiva: infecção mais letal do mundo

O vírus é o mesmo nos diferentes ciclos, essa diferenciação é apenas para organizar as áreas de risco para exposição.

Como a transmissão ocorre

  • Inoculação de saliva infectada em tecido subcutâneo ou músculo através da mordedura, arranhadura do animal
  • Inoculação da saliva infectada através de lambedura de pele não íntegra (Ex: feridas abertas)
  • Inoculação de saliva em pele ou mucosa lesada por intermédio de arranhadura ou lambedura
  • Ingestão ou manipulação da carne ou vísceras de animais contaminados
  • Outras vias raras de transmissão: Transfusão de sangue, transplante de órgãos, relações sexuais, respiratória, vertical (de mãe para filho)

Como o vírus da raiva atua no organismo

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Não há grande circulação do vírus da Raiva no sangue (viremia): o vírus circula principalmente pelo sistema nervoso.

Uma vez inoculado, o vírus começa a se multiplicar no ponto de inoculação, atingindo o sistema nervoso periférico mais próximo.

Uma vez no sistema nervoso, ele migra para o Sistema Nervoso Central – SNC (medula espinhal e cérebro) protegido pela camada de mielina.

A partir do SNC, dissemina-se para vários órgãos e glândulas salivares, onde também se replica e é eliminado na saliva das pessoas ou animais infectados.

Período de incubação

O tempo entre o contato com o vírus e o aparecimento de sintomas pode variar de acordo à:

  • Quantidade de vírus inoculado
  • Quantidade de material contaminado que entrou em contato com o organismo
  • Local do corpo pode onde o vírus foi inoculado (entrou)

Existem registros de mais de 19 anos de incubação, mas em 90% dos casos este tempo é menor que 1 ano

Via de regra, o período de incubação é de:

  • Mais ou menos 50 dias para inoculações feitas em cabeça, pescoço ou múltiplos pontos de inoculação.
  • Entre 20 a 90 dias para demais situações

Como a doença se manifesta no Ser humano

Primeiros sintomas inespecíficos

  • Sintomas gerais: Mal estar geral, Dor de Cabeça, Calafrios, Febre, Anorexia (falta de apetite)
  • Faringite (infecção da garganta)
  • Sintomas gastrointestinais: Náuseas (enjoos), vômitos, diarreia
  • Sintomas neuro-psiquiátricos: ansiedade, agitação, insonia, depressão,

Sintomas neurológicos agudos

Os sintomas dessa fase duram em média de 2 a 7 dias

  • Fasciculação muscular (movimentação involuntária da musculatura do corpo)
  • Priaprismo (ereção involuntária, dolorosa e prolongada do pênis)
  • Convulsões (generalizadas ou focais)

Forma furiosa

Nessa fase, o paciente apresenta crises de:

  • Agitação
  • Hiperatividade
  • Inquietação
  • Agressividade (tenta bater ou morder)
  • Alucinações
  • Afasia
  • Excesso de salivação
  • Hidrofobia (medo da água)
  • Aerofobia (medo de ar livre ou correntes de ar)

Hidrofobia e aerofobia são muito típicos dessa infecção e ocorrem em cerca de 50% dos casos

Essas crises duram mais ou meno 5 minutos e se intercalam com períodos de normalidade

Elas são desencadeadas por fatores como: estímulos visuais, auditivos (barulhos), táteis ou podem ser espontâneos.

Forma paralítica (não furiosa, muda ou apática)

O paciente pode passar para esta fase depois da fase furiosa, mas 20% dos pacientes já passam direto para esta fase. Não apresentando a fase furiosa.

O paciente é relativamente calmo em comparação com uma pessoa com a forma furiosa.

  • Paralisia

A paralisia é simétrica (igual dos dois lados do corpo)

Pode ser generalizada ou ascendente (podendo ser confundida com a síndrome de Guillain-Barré)

O sistema sensorial geralmente é poupado (a pessoa mantém as sensações de frio, calor, etc)

  • Febre
  • Dor de cabeça

Este quadro vai gradualmente progredindo para delírio, estupor e, em seguida, coma.

Fase do Coma

Essa fase se inicia cerca de 10 dias após o início dos sintomas.

  • Insuficiência respiratória
  • Hipotermia (temperatura corporal muito baixa)
  • Diminuição dos batimentos do coração

Sem medidas intensivas de suporte, a morte chega em horas.

Com o suporte clínico adequado, o paciente ainda pode ter de 3 a 4 meses de vida, mas a morte chega para a maioria dos doentes

Para os pouquíssimos que sobrevivem, geralmente fica uma sequela neurológica importante.

Tratamento

Não existe tratamento para esta doença e a probabilidade de morte para as pessoas infectadas é extremamente alta.

Os poucos que sobrevivem ficam com graves sequelas.

É por isso que a profilaxia é tão importante.

Veja como se prevenir contra o vírus da Raiva

 

Fonte:


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Dra. Keilla Freitas
CRM-SP 161.392 RQE 55.156-Residência médica em Infectologia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) com complementação especializada em Controle de Infecção Hospitalar pela USP (Universidade de São Paulo); Pós-Graduação em Medicina Intensiva pela Universidade Gama Filho; Graduação em Medicina pela ELAM, com diploma revalidado por prova de processo público pela UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso); Experiência no controle e prevenção de infecção hospitalar com equipe multidisciplinar no ajustamento antimicrobiano, taxa de infecção do hospital e infectologia em geral, atendendo pacientes internados e com exposição ao risco de infecção hospitalar; Vivência em serviço de controle de infecção hospitalar, interconsulta de pacientes cardiológicos e imunossuprimidos pós-transplante cardíaco no InCor (Instituto do Coração) ; Gerenciamento do atendimento prestado aos pacientes internados em quartos e enfermarias, portadoras de doenças crônicas e agudas com necessidades de cuidados e controles específicos.


https://www.drakeillafreitas.com.br/quem-somos/

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