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Tratamento injetável para HIV: conquistas e desafios

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Tratamento injetável para HIV: conquistas e desafios

O Cabotegravir é um antirretroviral do tipo inibidor da integrase, que vem sendo estudado para o tratamento do HIV.

O Cabotegravir ainda está em fase de estudos.

O maior avanço dessa medicação é a apresentação não apenas em forma oral (comprimidos), mas em forma de injeção a ser aplicada pela via intramuscular.

Vale lembrar que, apesar de não necessitar de booster como o ritonavir, ainda assim ele precisa ser usado em conjunto com outros antirretrovirais, como abacavir/lamiduvina, tenofovir/entricitabina ou rilpivirina.

Como o Cabotegravir atua?

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Os inibidores da integrase bloqueiam uma enzima produzida pelo vírus HIV chamada Integrase.

Essa enzima atua na multiplicação do vírus HIV, ao bloqueá-la, prejudica a multiplicação do vírus,  reduzindo a quantidade de HIV no corpo.

Efeitos adversos:

95% das pessoas que receberam do cabotegravir apresentaram alguma reação à droga, que variaram de extremamente leves para moderados e que foram diminuindo com o maior tempo de uso:

  • Sintomas parecidos ao do resfriado comum
  • Neuropatia
  • Calafrios
  • Dor no local da aplicação
  • Cefaleia (dor de cabeça)
  • Rash (manchas vermelhas no corpo)
  • Alterações gastrointestinais
  • Prurido (coceira)
  • Depressão
  • Psicose

Estudos clínicos:

Antes de uma medicação poder ser usada, existe uma serie de etapas que devem ser seguidas

Estas etapas existem para garantir a segurança e eficácia da medicação.

Uma medicação em fase de estudos clínicos já passou por varias outras etapas dos estudos científicos, mas ainda não estão aptas a serem usadas na população em geral.

Atualmente, ele se encontra em fase II de estudo para o tratamento (fase de testes em um pequeno número de pessoas, de 100 a 300, para determinar segurança e efetividade da droga).

A última fase de estudo é a fase III, onde o estudo é realizado em grupo maior de pessoas (de 1000 a 3.000).

Alguns estudos sobre o Cabotegravir:

Estudo LATTE

Feito no Canadá

O objetivo desse estudo é achar uma dose oral eficaz e segura . Usada junto com a Rilpivirina (outra medicação do HIV)

Os participantes não fazem uso de nenhuma medicação para o HIV antes do teste (apenas pacientes virgens de tratamento)

Os participantes precisam ter uma carga viral de pelo menos 1.000 copias/ml  e numero de CD4 de pelo menos 200 no inicio do estudo.

Estudo LATTE 2

Feito no Estados Unidos, Canadá, França Alemanha e Espanha.

Apenas participantes virgens de tratamento, com carga viral maior de 1.000 cópias e CD4 maior que 200 no inicio do estudo.

Objetivo: verificar eficácia e segurança e 2 medicações de uso injetável: Cabotegravir e Rilpivirina

Estudo ECLAIR

Feito dos Estados Unidos

Este estudo mediu a duração dos efeitos de supressão viral e segurança em homens.

o grupo do estudo recebeu 4 semanas  de cabotegravir oral diário para avaliar efeitos adversos ao medicamento, enquanto o grupo controle recebeu placebo (medicação falsa).

Em seguida, o grupo do estudo recebeu injeções de Cabotegravir 800mg a cada 12 semana e o outro injeção de solução salina, mesmo intervalo.

Os resultados desse estudo mostraram que 1 injeção a cada 12 semanas foram insuficientes para alcançar níveis terapêuticos no sangue.

Estudo ECLAIR  2

Todos os participantes do estudo receberam 4 semanas de cabotegravir oral para avaliar efeitos adversos ao medicamento.

Depois disso, eles foram divididos em 2 grupos:

Um recebeu injeções de Cabotegravir 600mg a cada 8 semana e o outro injeção de solução salina, mesmo intervalo.

Resultados do estudo ECLAIR – cauda longa

17% dos participantes experimentaram o chamado efeito de cauda longa.

Foi visto níveis detectáveis do remédio no sangue mesmo 52 semanas após a interrupção das injeções.

Estudo ECLAIR – Resultados de segurança

Pelo menos 75% dos participantes receberam todas as injeções programadas no desenho do estudo.

91% das pessoas que receberam o medicamento apresentaram efeitos colaterais.

Estudo ECLAIR  para PrEP

O efeito do cabotegravir também foi estudado para a prevenção do HIV em pacientes soronegativos em risco.

O efeito da droga parece ter durado em média 18 dias após a primeira injeção, aumentando para 40 dias de duração após a 3ª dose.

Contudo, os resultados do uso do cabotegravir injetável para PrEP foram menos consistentes que para tratamento.

Uso do Cabotegravir em mulheres:

Estudos prévios já haviam mostrado sua eficácia e segurança em homens.

Agora temos dados de sua eficácia e segurança também em mulheres.

Mulheres absorvem a droga 50% mais lento que homens. Isso pode levar a um efeito de cauda longa maior em mulheres.

 

Desafios:

  • Sabemos que o tempo de duração do efeito do cabotegravir, depois que o paciente deixa de tomar, pode aumentar dependendo do número de doses aplicadas antes da suspensão.
  • Sabemos também que este tempo muda de paciente para pacientes, independentemente do tempo de doses prévias.
  • Quantas doses seriam necessárias para se alcançar um tempo prolongado do efeito da droga?
  • Existe alguma maneira de identificar quem terá o efeito de cauda longa?
  • Quantas doses seriam necessárias para se alcançar o efeito de cauda longa?
  • Quais os efeitos tóxicos do uso prolongado dessa medicação?
  • Estes efeitos tóxicos seriam maiores no corpo, quanto maior o efeito da cauda longa?
  • Sabemos que o simples fato de voltar a circulação de vírus no sangue é péssimo, do ponto de vista inflamatório e na qualidade do vida como um todo. Mas além disso, será que níveis subterepêuticos poderiam aumentar o risco de resistência do vírus HIV aos antirretrovirais?
  • Quais os efeitos do cabotegravir em mulheres que usam anticoncepcionais?
  • Quais os riscos do seu uso durante a gestação?

 

Fontes:

 

 


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Dra. Keilla Freitas
CRM-SP 161.392 RQE 55.156-Residência médica em Infectologia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) com complementação especializada em Controle de Infecção Hospitalar pela USP (Universidade de São Paulo); Pós-Graduação em Medicina Intensiva pela Universidade Gama Filho; Graduação em Medicina pela ELAM, com diploma revalidado por prova de processo público pela UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso); Experiência no controle e prevenção de infecção hospitalar com equipe multidisciplinar no ajustamento antimicrobiano, taxa de infecção do hospital e infectologia em geral, atendendo pacientes internados e com exposição ao risco de infecção hospitalar; Vivência em serviço de controle de infecção hospitalar, interconsulta de pacientes cardiológicos e imunossuprimidos pós-transplante cardíaco no InCor (Instituto do Coração) ; Gerenciamento do atendimento prestado aos pacientes internados em quartos e enfermarias, portadoras de doenças crônicas e agudas com necessidades de cuidados e controles específicos.


https://www.drakeillafreitas.com.br/quem-somos/

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