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Lipodistrofia em paciente HIV

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Apesar de não ser uma condição exclusiva de pacientes que convivem com o HIV, a lipodistrofia foi muito associada a estas pessoas e acabou ajudando inclusive a fortalecer o estigma destes pacientes.

Nos primeiros anos após o início da epidemia do HIV, era comum encontrarmos pacientes apresentando grande emagrecimento no rosto, levando a uma fisionomia de doente, mesmo naqueles que faziam o tratamento. Continue a leitura deste artigo e conheça melhor a relação da lipodistrofia em pacientes com HIV.

A Lipodistrofia e o HIV

A síndrome da lipodistrofia é caracterizada por alterações na forma e metabolismo corporal, ou seja, uma pessoa com essa condição pode apresentar perda ou ganho de gordura em certas partes do corpo.

Em casos de pacientes que possuem o vírus da imunodeficiência humana no organismo, a lipodistrofia pode estar ligada tanto ao fato do vírus estar circulando no organismo, quanto aos próprios antirretrovirais.

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Hoje, as medicações usadas no tratamento quase não levam a essa complicação e aquelas que mais causavam isso no passado, já não são usadas.

A lipodistrofia não causa apenas emagrecimento no rosto. Na verdade, Lipodistrofia é diferente de emagrecimento ou caquexia. Trata-se de uma distribuição anormal de gordura que pode acontecer junto com alterações do metabolismo, parecendo com o que vemos na síndrome metabólica.

Tipos De Lipodistrofia De Acordo À Manifestação Clínica

Perda de gordura (Lipoatrofia)

Redução da gordura em regiões periféricas, como braços, pernas, face e nádegas, podendo acarretar proeminência muscular e venosa relativa;

Acúmulo de gordura (Lipo-hipertrofia ou lipoacumulação)

  • Acúmulo de gordura ao redor dos órgãos abdominais;
  • Presença de gibosidade dorsal;
  • Ginecomastia (aumento das mamas) em homens;
  • Acúmulo de gordura nas mamas em mulheres;
  • Acúmulo de gordura em diversos locais do corpo, como as regiões submentoniana e pubiana, costas (giba), entre os ombros, barriga, pescoço, nuca, etc.

Uma única pessoa pode ter ambas apresentações, com perda de gordura em algumas partes do corpo e acúmulo anormal em outros.

Tipos De Lipodistrofia De Acordo À Sua Origem

  • Familiar ou congênita;
  • Adquirida;

Tipos de lipodistrofia de acordo à sua localização ou gravidade

  • Parcial
  • Generalizada
  • Localizada

lipo

  • Homens são mais propensos a perderem gordura em braços e pernas;
  • Mulheres são mais propensas a terem acúmulo de gordura em mama e região abdominal;

Complicações Da Lipodistrofia

  • Alteração do metabolismo da glicose (aumento da glicose, resistência à Insulina) >> Diabetes mellitus;
  • Aumento do colesterol ruim e consequentemente o acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos (aterosclerose);
  • Aumento do fígado e baço (hepatoesplenomegalia);
  • Cirrose do fígado;
  • Alterações do rim (glomerulonefrite membranoproliferativa);
  • Maior propensão de infecções bacterianas.

Os sinais físicos da lipodistrofia normalmente aparecem progressivamente, aumentando em gravidade por um período de 18 a 24 meses. Estabilizaram-se durante pelo menos dois anos.

Os Antirretrovirais (Arvs) Que Mais Causavam Lipodistrofia Eram

  • Indinavir;
  • Didanosina;
  • Estavudina.

Hoje, todos estes não se utiliza mais.

Outros ARVs Que São Usados Hoje Em Dia E Que Podem Se Associar À Lipodistrofia, Ainda Que Menos Frequente E De Forma Menos Acentuada

  • Zidovudina;
  • Lamivudina;
  • Inibidores de protease (Atazanavir, Lopinavir, Ritonavir, entre outros).

Outras Causas De Lipodistrofia

Além de alguns remédios, existem outras causas de Lipodistrofia nos pacientes que vivem com HIV:

  • Vírus HIV circulando no sangue (em pacientes sem tratamento adequado);
  • Diabetes Mellitus;
  • Resistência insulínica;
  • Hiperinsulinemia;
  • Intolerância à glicose;
  • Síndromes autoinflamatórias;
  • Dermatomiosites;
  • Dermatite herpetiforme;
  • Arterite temporal;
  • Doenças celíaca;
  • Anemia perniciosa;
  • Vasculite leucocitoclástica;
  • Contratura muscular;
  • Atrofia muscular;
  • Anemia microcítica;
  • Insuficiência renal;
  • Síndrome de Hutchinson-Gilford;
  • Síndrome de Barraquer-Simons;
  • Algumas doenças neurológicas;
  • Lipodistrofia progressiva;
  • Síndrome de POEMS (polineuropatia, aumento de órgãos, doenças endócrinas, componente monoclonal, alterações da pele) >> levando a doença mental e alterações da retina;
  • Síndromes congênitas (os bebês já nascem com uma alteração no metabolismo dos lipídios).

Quem Tem Maior Risco

  • Idosos;
  • Pessoas com HIV detectável no sangue por muitos anos.

Qual o Tratamento

O tratamento da Lipodistrofia depende de sua causa e de sua intensidade

Troca de Medicação

  • Em pacientes em tratamento para HIV com antirretrovirais (ARVs) como Zidovudina ou estavudina, é recomendada a troca por um análogo de nucleosídeo como o Abacavir;
  • Em pacientes usando Inibidor de Protease avaliar sua substituição por um Inibidor de Integrase como Dolutegravir.

Mudanças Dietéticas

Dieta pobre em gordura e carboidratos.

Tratamento Medicamentoso

  • Metformina;
  • Glitazonas;
  • Leptina recombinante humana.

Tratamento Hormonal

Uso de suplementos e hormônios devem ser avaliados com cuidado por 2 motivos:

  • Risco de interação medicamentosa;
  • Aumento do risco de hepatite.

Tratamentos Cosméticos

  • Reconstituição facial com retalhos livres;
  • Reconstituição facial com silicone;
  • Autotransplante de gordura (retira gordura de alguma parte do corpo e coloca em outra);
  • Lipoaspiração;
  • Lipectomia para retirar excesso de gordura;
  • Preenchimentos com metacrilato;
  • Preenchimento com microesferas de hidroxiapatita (servindo para a sustentação estrutural no crescimento do colágeno).

tratamento-estetico

Se você deseja saber mais sobre a lipodistrofia, não deixe de navegar em nosso blog ou, clique aqui.

Mais Informações sobre este assunto na Internet:

Artigo Publicado em: 8 de maio de 2018 e Atualizado em: 20 de junho de 2023


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Dra. Keilla Freitas
CRM-SP 161.392 RQE 55.156-Residência médica em Infectologia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) com complementação especializada em Controle de Infecção Hospitalar pela USP (Universidade de São Paulo); Pós-Graduação em Medicina Intensiva pela Universidade Gama Filho; Graduação em Medicina pela ELAM, com diploma revalidado por prova de processo público pela UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso); Experiência no controle e prevenção de infecção hospitalar com equipe multidisciplinar no ajustamento antimicrobiano, taxa de infecção do hospital e infectologia em geral, atendendo pacientes internados e com exposição ao risco de infecção hospitalar; Vivência em serviço de controle de infecção hospitalar, interconsulta de pacientes cardiológicos e imunossuprimidos pós-transplante cardíaco no InCor (Instituto do Coração) ; Gerenciamento do atendimento prestado aos pacientes internados em quartos e enfermarias, portadoras de doenças crônicas e agudas com necessidades de cuidados e controles específicos.


https://www.drakeillafreitas.com.br/quem-somos/

8 thoughts on “Lipodistrofia em paciente HIV

  1. Sou portadora HIV há 27 anos indetectável porém tenho lipodistrofia tomei anos estavudina . Gostaria de saber se existe alguma forma de reverter a lipodistrofia ?? Nunca mais serei uma mulher normal? Fiz várias cirurgias p corrigir mas as pernas e veias os braços ……

  2. Os procedimentos cirúrgicos tem que ser contínuos,existe alguma lei que ampare os portadores
    Com esses procedimentos de forma gratuita ou com
    Desconto.Vejo que outros Estados estavam autorizados mas não tem estrutura nem para oferecer a medicação que dirá para tratamentos estéticos…

  3. eu tomo o 3 em 1 tenofovir disoproxil , lamivudine e favirenz , e mesmo fazendo academia nao consigo perder as gorduras localizada entre o pescoso e a costa (giba) e abdominais oque devo fazer a cura ou posso ter uma melhora na aparencia

    1. Existem várias medidas que podem ser tomadas para controle e melhora dos sintoma e para evitar novos problemas. NO textos estão enumerados alguns, mas você deve ver com o seu médico o que melhor se encaixa para a sua situação.

  4. Por sete anos tomava o lamivudina+ zidovudina ( 150+ 300 mg )e biovir.Meu médico trocou meu med. Para: atanazavir, ritonavir(300mg) e desoproxila 300mg + lamivudina 300mg estou com abdomem aumentando nitidadamente. É devido a este medicamento?

  5. Prezada Doutora,

    Tenho pesquisado muito sobre HIV pois estou suspeitando que esteja infectado. Ainda que não tenha obtido nenhum teste positivo até o momento, estou tentando me acostumar com a idéia de viver como soropositivo. Sei que hoje a expectativa de vida de um portador de HIV pode ser bem longa com os medicamentos, porém pelo que pesquisei, paga-se um alto preço por isso.

    Nas minhas pesquisas, entendi que a lipodistrofia ainda é um problema entre os pacientes com HIV, apesar do que se tenta fazer parecer. Naveguei por vários fóruns online dedicados a soropositivos e vi que muitos ainda sofrem com esse terrível efeito colateral, independente de qual medicamento usado.

    Vi muitos relatos de pessoas que adotaram dietas rigorosas e exercícios regulares, mas ainda assim sofrem com lipoatrofia facial e nos membros, acúmulo de gordura visceral e no pescoço (corcunda), e isso tem me deixado bastante deprimido. Aparentemente não existem maneiras de evitar esses efeitos, e depois que aparecem, não há como eliminá-los.

    O que pode ser feito então? Eu fico pensando, se os medicamentos são capazes de prolongar a vida do paciente, vale a pena viver vendo o seu corpo ser deformado desse jeito? Não existe escapatória para essa situação?

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